ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP
(Brasil)
Entrevistando um
médium
1 - Como é se
sentir médium?
Difícil definir
como é sentir,
vestir
sentimentos com
palavras nem
sempre é tão
fácil, porque
nos faltam
sempre palavras
que nos sejam
fiéis aos
sentimentos. A
mediunidade
depois de bem
compreendida é
luz que norteia
nossas almas,
ferramenta
abençoada de
reabilitação,
progresso
e bênçãos. Ser
médium é ser
ponte, e ser
ponte é uma das
mais lindas
funções na
Terra, ponte que
une margens,
pessoas, planos,
enfim, uma
responsabilidade
imensa.
2 - No seu caso,
consegue
identificar a
presença e
influência de um
Espírito?
Sim, quando se
trata de um
Espírito
familiar, uma
emoção muito
especial me
invade. Há, no
entanto, as
influências
sutis do
dia-a-dia, das
variações de
humor que todos
temos e, nessas
oscilações, os
Espíritos se
insinuam na
tentativa de
agravar quando
assim o querem e
há sem dúvida os
que nos ajudam e
esses são mais
ostensivos,
chegando mesmo a
sugerir mais
atenção,
vigilância e
recolhimento
interior através
da prece. É um
intercâmbio
muito natural.
3 - Quais as
sensações
experimentadas
após
a comunicação de
um Espírito em
dificuldade,
sofredor, ou em
processo de
obsessão a uma
pessoa?
O Espírito nos
passa ainda que
de forma sucinta
o que ele está
sentindo. As
sensações variam
muito. Angústia,
medo, tristeza,
é uma espécie de
dor sem lugar
determinado, mas
a sensação mais
difícil é aquela
do Espírito que
se reconhece
vivo depois de
ter atentado
contra a própria
vida. O remorso
é muito difícil,
por isso os
Espíritos sempre
nos estimulam a
falar sobre a
imortalidade da
alma de forma a
tocar o coração,
dar esperança e,
acima de tudo,
confiar na
misericórdia de
Deus.
4 - E durante a
comunicação,
qual sua
sensação?
Durante a
comunicação
predomina a
sensação do
Espírito, embora
tenhamos
controle. Aí
está o maior
aprendizado para
o médium e por
essa razão mais
responsabilidade
é-lhe cobrada no
dia-a-dia, pois
travou contato
com o mundo
espiritual e
pôde sentir em
si as dores de
quem se
equivocou ou as
alegrias de quem
bem viveu.
5 - E de um
Espírito
benfeitor,
durante e após a
comunicação?
Um Espírito
amigo nos
envolve de forma
paternal, é
possível sentir
o carinho em si,
bem como aos
integrantes do
grupo, o amor
pela tarefa;
inúmeras vezes
pude visualizar
ambientes de
onde vieram,
como salas
repletas de
livros, perfumes
nunca sentidos,
palavras nunca
pronunciadas,
traduzindo a
beleza e o
sentido da
vida.
6 - Quais as
alegrias
colhidas na
mediunidade?
As alegrias são
oriundas da
percepção que
temos do mundo
extrafísico, da
convicção
inequívoca da
assistência dos
bons Espíritos,
das lembranças
vivas de Jesus
quando no
contato com um
Espírito mais
evoluído que
nós. O
intercâmbio com
os Espíritos nos
traz alegrias de
difícil
tradução, mas a
maior delas é a
presença de
Jesus viva em
cada tarefa
realizada,
trazendo enorme
bem-estar.
7 - E as maiores
dificuldades,
quais são?
As dificuldades
ficam mais no
plano físico,
sentir o
psiquismo dos
encarnados é
algo complexo,
às vezes
contraditório. É
onde o exercício
da caridade se
faz necessário,
porque diante de
uma conversação
a pessoa está a
dizer uma coisa
e na verdade
percebemos
outra, com isso,
os anos de
estudo,
principalmente
da moral cristã,
é o que mais me
tem ajudado,
embora tenha
muito ainda o
que vencer. Mas
o silêncio
nessas horas é
determinante,
mesmo que a dor
seja
dilacerante.