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Estudando a série André Luiz
Ano 5 - N° 205 - 17 de Abril de 2011

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  


Ação e Reação

André Luiz

(Parte 5)

Damos continuidade nesta edição ao estudo da obra Ação e Reação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. As palavras de consolo e carinho ajudam o Espírito torturado pelo remorso?

Sim, mas não são capazes de apagar a lembrança dos atos praticados. O caso Antônio Olímpio é um exemplo expressivo do que realmente ocorre. Seus irmãos, que ele supunha mortos, se faziam visíveis à sua frente e, mesmo depois dos inúmeros flagelos a que foi submetido, ele ainda via o barco que usou para matá-los e ouvia seus brados. “Ai de mim!... es­tou preso à terrível embarcação... sem que me possa desvencilhar... Quem me fará dormir ou morrer?..." Estas palavras revelam o que efetivamente acontece em casos semelhantes. (Ação e Reação, cap. 3, pp. 44 e 45.)

B. Onde ficava a região cujas sombras não permitiam saber se era dia ou noite?

Segundo André Luiz, tratava-se de uma região encravada nos domínios do próprio globo terrestre, submetida, portanto, às mesmas leis que regulam o tempo. Um grande relógio no pátio em que se encontravam apontava as horas. Ali era aguardado um grupo de Espíritos recém-desencarnados em desequilíbrio mental que seriam assistidos por servidores da Mansão Paz. (Obra citada, cap. 4, pp. 47 a 49.)

C. Os Espíritos recém-desligados do corpo traziam ainda os sinais das moléstias que lhes haviam imposto a desencarnação?

Sim, esse fato é, aliás, bastante comum. Além disso, muitos deles, movidos pelo remorso dos erros cometidos na existência recém-finda, diziam que não queriam morrer, suplicando para isso a ajuda dos servidores da Mansão que ali se encontravam. (Obra citada, cap. 4, pp. 49 e 50.) 

Texto para leitura 

17. O caso Antônio Olímpio - Antônio Olímpio revelou ali, de forma comovente, a sua triste história: "O fogo tortura minhalma sem con­sumi-la... É o remorso, bem sei... Se eu soubesse, não teria... come­tido a falta... entretanto, não pude resistir à ambição... Depois da morte de meu pai... vi-me obrigado... a partilhar nossa grande fazenda com meus dois irmãos mais novos... Clarindo e Leonel... Trazia, porém, a cabeça... dominada de planos... Pretendia converter a propriedade... que eu administrava... em larga fonte de renda, contudo... a partilha me estorvava... Notei que os manos... tinham ideias diferentes das minhas... e comecei a maquinar o projeto que acabei... executando..." (Uma crise de soluços embargou-lhe a voz, mas Druso, amparando-o mag­neticamente, insistiu para que continuasse.) "Admiti –  prosseguiu a Entidade enferma –  que somente poderia ser feliz, aniquilando meus irmãos e... quando o inventário estava prestes a decidir-se, convidei-os a passear comigo... de barco... inspecionando grande lago de nosso sítio... Antes, porém, dei-lhes a beber um licor entorpecente... Cal­culei o tempo que a droga reclamaria para um efeito seguro e... quando a nossa conversação ia acesa... percebendo-lhes os sinais de fadiga... num gesto deliberado desequilibrei a embarcação, em conhecido tre­cho... onde as águas eram mais fundas... Ah! que calamidade inesquecí­vel!... Ainda agora, escuto-lhes os brados arrepiantes de horror, im­plorando socorro... mas... de nervos dormentes... a breves minutos... encontraram a morte... Nadei de consciência pesada, mas firme em meus aloucados propósitos... abordando a praia e clamando por auxílio... Com atitudes estudadas, pintei um imaginário acidente... Foi assim que me apossei da fazenda inteira, legando-a, mais tarde, a Luís... o meu filho único... Fui um homem rico e tido por honesto... O dinheiro granjeou-me considerações sociais e privilégios públicos que a polí­tica distribui com todos aqueles que se fazem vencedores no mundo... pela sagacidade e pela inteligência... De quando em quando... recor­dava meu crime... nuvem constante a sombrear-me a consciência... mas... em companhia de Alzira... a esposa inolvidável... procurava distrações e passeios que me tomavam a atenção..." (Capítulo 3, pp. 43 e 44)

18. Os irmãos se vingam - Olímpio prosseguiu sua narrativa: "Quando meu filho se fez jovem... minha mulher adoeceu gravemente... e da febre que a devorou por muitas semanas... passou à loucura... com a qual se afogou no lago... numa noite de horror. Viúvo... perguntava a mim mesmo se não estava sendo joguete... do fantasma de minhas víti­mas... entretanto... temia todas as referências em torno da morte... e busquei simplesmente gozar a fortuna que era bem minha..." (Fez-se li­geira pausa.)   "Ai de mim, porém!... –  informou a Entidade. –  Tão logo cerrei os olhos físicos... diante do sepulcro... não me valeram as preces pagas... porque meus irmãos que eu supunha mortos... se fi­zeram visíveis à minha frente... Transformados em vingadores, ladea­ram-me o túmulo... Atiraram-me o crime em rosto... cobriram-me de im­propérios e flagelaram-me sem compaixão... até que... talvez... cansa­dos de me espancarem... conduziram-me a tenebrosa furna... onde fui reduzido ao pesadelo em que me encontro... Em meu pensamento... vejo apenas o barco no crepúsculo sinistro... ouvindo os brados de minhas vítimas... que soluçam e gargalham estranhamente... Ai de mim!... es­tou preso à terrível embarcação... sem que me possa desvencilhar... Quem me fará dormir ou morrer?..." (Aliviado pela confissão, o doente arrojou-se a enorme apatia.) Druso enxugou-lhe o pranto e dirigiu-lhe palavras de consolo e carinho, recomendando ao Assistente recolhê-lo em enfermaria especializada, quando um mensageiro avisou que uma cara­vana de recém-desencarnados estava prestes a chegar à Mansão. (Capítulo 3, pp. 44 e 45)

19. A caravana - André, logo em seguida, acompanhou Druso a um largo recinto construído à feição de um pátio inferior de proporções bem amplas. Dezenas de entidades em franca expectativa ali se encon­travam, mas não havia sinais de alegria completa em rosto algum. Os grupos variados dividiam-se entre a preocupação e a tristeza. Num de­les, uma senhora dizia a um rapaz de semblante agoniado: "Meu filho, guarde serenidade. Segundo informações do Assistente Cláudio, seu pai não virá em condições de reconhecer-nos. Precisará muito tempo para retornar a si". Druso, porque tinha obrigações urgentes a cumprir, confiou André aos cuidados de Silas, prometendo reencontrá-lo no dia seguinte. A sombra reinante não permitia saber se era dia ou noite. Por isso, o grande relógio ali existente, com largo mostrador abran­gendo as vinte e quatro horas, funcionava aos seus olhos como a bús­sola para o viajante. (O autor do livro lembra que se tratava de re­gião encravada nos domínios do próprio globo terrestre, submetida às mesmas leis que regulam o tempo.) Sons de campanas invisíveis cortavam o ar, o que indicava, segundo Silas, que a caravana penetraria no re­cinto em minutos. O companheiro espiritual informou que as entidades prestes a entrar integravam uma equipe de 19 pessoas, acompanhadas por dez servidores da Mansão, que lhes orientavam a excursão. Tratava-se de recém-desencarnados em desequilíbrio mental, mas credores de ime­diata assistência, uma vez que não se achavam em desesperação, nem se ha­viam comprometido de todo com as forças dominantes nas trevas. (Capítulo 4, pp. 47 a 49)

20. A moça que não queria morrer - A caravana se constituía de trabalha­dores especializados que, sob a chefia de um Atendente, viaja­vam com simplicidade, sem carros de estilo, conduzindo apenas o mate­rial in­dispensável à locomoção no pesado ambiente das sombras, auxi­liados por alguns cães inteligentes e prestimosos. A Mansão contava com dois gru­pos dessa natureza, que se revezavam no labor socorrista: diariamente um deles atingia aquele pouso de reajuste, mas não se obe­decia a horá­rio certo para a chegada, uma vez que a peregrinação pelos domínios das trevas dependia de fatores circunstanciais. Quando a ca­ravana chegou, André observou que os cooperadores responsáveis estavam aparentemente calmos. Os enfermos recolhidos à Casa, com exceção dos que foram con­duzidos de maca, desmemoriados e dormentes, revelavam, porém, pertur­bações manifestas que, em alguns, se expressavam por lou­cura desagra­dável, embora pacífica. Os cães se deitaram, extenuados. Afeiçoados e parentes dos recém-chegados os cercavam com expressões de alegria e sofrimento; alguns derramavam lágrimas discretas. As criatu­ras recém-desligadas do corpo denso, conturbadas ainda, traziam con­sigo todos os sinais das moléstias que lhes haviam imposto a desencar­nação. Uma jovem recém-liberta da vida física rogava, abraçada à pró­pria mãe que a aguardara: "Não me deixem morrer!... não me deixem mor­rer!..." E, en­clausurada na lembrança dos derradeiros momentos no corpo terrestres, avançou para Silas, exclamando: "Padre! padre, deixa cair sobre mim a bênção da extrema-unção; contudo, afasta de minhalma a foice da morte!... Tentei apagar minha falta na fonte da caridade para com os desprotegidos da sorte, mas a ingratidão, praticada com minha mãe, fala muito alto em minha consciência infeliz!... Ah! por que o orgulho me encegueceu, assim tanto, a ponto de condená-la à mi­séria?!... Por que não possuía eu, há vinte anos, a compreensão que tenho agora? Po­brezinha, meu padre! Lembra-se dela? Era uma atriz hu­milde que me criou com imensa doçura!... Concentrou em mim a existên­cia... Da ri­balta festiva, desceu a rude labor doméstico para conquis­tar nosso pão... Tinha a sociedade contra ela, e meu pai, sem ânimo de lutar pela felicidade de todos nós, deixou-a arrastar-se na extrema pobreza, acovardado e infiel aos compromissos que livremente assu­mira..." (Capítulo 4, pp. 49 e 50) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita