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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 205 - 17 de Abril de 2011

GERSON SIMÕES MONTEIRO 
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 
 

Espírito mau induziu
jovem ao crime


É possível um Espírito desencarnado induzir uma criatura humana a cometer um assassinato? A resposta é afirmativa.

Para se entender melhor a questão, apresentaremos um fato verídico publicado por Allan Kardec em 1859, na Revista Espírita, o qual lhe foi narrado em carta por Simon M.... Segundo Allan Kardec, tratava-se de pessoa que gozava de grande projeção social naquela época e por­tador de uma elevada mo­ral.

Na referida carta, Simon M... conta a Kardec que havia funcionado como jurado no julgamento de um rapaz acusado de ter assassinado uma senhora idosa em circunstâncias  horríveis, mas, ao ouvir a declaração do jovem crimi­noso em seu depoimento de que não tinha nenhum motivo para matá-la, ele evocou o Espírito da senhora desencarnada durante uma sessão espírita, a fim de consultá-la a respeito do grau de culpabilidade do réu.

Veja agora, a seguir, as respostas altamente eluci­dativas dadas pelo Espírito da senhora assassinada a Simon.

Ei-las:

- Que pensa do seu assassino?

- Não serei eu quem o acuse.

- Por quê?

- Porque ele foi impulsio­nado ao crime por um homem que me fez corte há cinquenta anos e que, nada tendo conseguido de mim, jurou vingar-se. Conservou na morte o seu desejo de vingança. E aproveitou as disposições do acusado para lhe inspirar o desejo de me matar. (...)  

- Compreendo sua reser­va diante da sugestão que o seu assassino não repeliu como devia e podia. Mas a senhora não pensa que a inspiração criminosa, à qual ele obedeceu de tão boa vontade, não teria so­bre ele mesmo o poder, se ele não tivesse nutrido ou entretido durante muito tempo sentimentos de inve­ja, de ódio e de vingança contra a senhora e a famí­lia?

- Seguramente, respon­deu o Espírito da senhora assassinada. - Sem isto ele teria sido mais capaz de resistir. Eis por que digo que aquele que quis se vin­gar aproveitou as disposi­ções desse moço. O senhor compreende bem que o meu inimigo espiritual não se teria dirigido a alguém que tivesse tido vontade de resistir.

Segundo o próprio Simon na carta-relato a Allan Kardec, as circunstâncias atenuantes foram admiti­das pelo júri, baseadas nos motivos acima indicados, com o que foi afastada a pena de morte.

Disso tudo pode-se concluir que o homem deve vigiar os seus menores pen­samentos malévolos, até os seus maus sentimentos, pois estes têm a proprieda­de de atrair Espíritos obses­sores. É uma porta que lhe abre ao mal, sem lhe com­preender o perigo, e foi exatamente, por isso, que Jesus recomendou - "vigiai e orai para não cairdes em tentação".



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita