Questões preliminares
A. Que disse Lamartine
acerca de sua
desencarnação?
Primeiro, ele disse em
sua mensagem: “Há um
ano, eu tinha uma
profunda intuição.
Falava pouco, mas
viajava sem cessar pelas
planícies etéreas, onde
tudo se refunde sob o
olhar do Senhor dos
mundos; o problema da
vida se desenrolava
majestosamente,
gloriosamente.
Compreendi o pensamento
de Swedenborg e da
escola dos teósofos, de
Fourier, de Jean
Reynaud, de Henri
Martin, de Victor Hugo,
e o Espiritismo, que me
era familiar, embora em
contradição com os meus
preconceitos e o meu
nascimento, preparava-me
para o desligamento,
para a partida”. A
transição para o plano
espiritual, disse ele,
não lhe foi penosa.
(Revue Spirite de 1869,
pp. 116 a 118.)
B. Que conselho deu o
Espírito de Charles
Fourier a um de seus
discípulos?
Ao discípulo que lhe
havia enviado uma
consulta, Charles
Fourier disse, em uma
comunicação transmitida
em 9-3-1869: “Se
quiserdes uma
demonstração séria de
uma lei universal,
buscai a sua aplicação
individual. Quereis a
verdade? Buscai-a em vós
mesmos, e na observação
dos fatos de vossa
própria vida. Todos os
elementos da prova lá
estão. Que aquele que
quer saber se examine, e
a encontrará”. Fourier,
quando ainda encarnado,
fora reencarnacionista.
(Obra citada, pp. 118 a
120.)
C. A ideia da evolução
da alma por meio de uma
série de existências nos
reinos inferiores da
Natureza era partilhada
por outros autores
contemporâneos de
Kardec?
Sim. Na edição de abril
de 1869, a Revue
menciona o livro “A
alma, sua existência e
suas manifestações”, de
autoria do Sr. Dyonis,
que refuta nele as
doutrinas materialistas
e defende a
perfectibilidade da alma
afirmando que ela
progrediu desde a
primeira manifestação da
vida, passando
alternativamente pelas
plantas, os animálculos,
os animais e o homem.
(Obra citada, pp. 123 e
124.)
Texto para leitura
62. O jornal Le
Progrès Thérapeutique,
especializado em
Medicina, relata em seu
número de 1o
de março de 1869 um
fenômeno bizarro
ocorrido em Bois-d’Haine,
na Bélgica. Trata-se de
uma jovem de 18 anos que
todas as sextas-feiras
cai em um estado
cataléptico e assim fica
por três horas deitada,
braços estendidos, um pé
sobre o outro, na
posição de Jesus na
cruz. A insensibilidade
e a rigidez dos membros
foram constatadas por
diversos médicos.
Durante a crise, cinco
feridas se abrem nos
mesmos lugares onde
havia as chagas de
Cristo, e deixam minar
sangue real. Finda a
crise, o sangue cessa de
correr, as chagas se
fecham e cicatrizam-se
em 24 horas. Kardec não
comentou o assunto.
(Págs. 112 e 113)
63. Duas novas
comunicações
transmitidas na
Sociedade de Paris, a 12
de fevereiro e a 5 de
março de 1869, pelo
Espírito de Louis
Desnoyers, revelaram que
finalmente o citado
Espírito compreendeu que
havia desencarnado. Como
já vimos, ele pensava
anteriormente que apenas
sonhava e jamais admitiu
estivesse desligado do
corpo físico. Na segunda
mensagem, o comunicante
fala sobre Lamartine,
recentemente
desencarnado, informando
ter sido um dos que o
acolheram no
além-túmulo, junto de
outros que o haviam
apreciado e estimado.
(Págs. 113 a 116)
64. A
14 de março foi o
próprio Lamartine que se
manifestou na Sociedade
Espírita de Paris,
trazendo ao mundo a
prova indiscutível da
imortalidade da alma. Em
sua mensagem refere
Lamartine: “Há um ano,
eu tinha uma profunda
intuição. Falava pouco,
mas viajava sem cessar
pelas planícies etéreas,
onde tudo se refunde sob
o olhar do Senhor dos
mundos; o problema da
vida se desenrolava
majestosamente,
gloriosamente.
Compreendi o pensamento
de Swedenborg e da
escola dos teósofos, de
Fourier, de Jean
Reynaud, de Henri
Martin, de Victor Hugo,
e o Espiritismo, que me
era familiar, embora em
contradição com os meus
preconceitos e o meu
nascimento, preparava-me
para o desligamento,
para a partida”. A
transição, explicou
Lamartine, não lhe foi
penosa. (Págs. 116 a
118)
65. Atendendo a uma
consulta formulada por
um de seus discípulos, o
Espírito de Charles
Fourier disse em Paris,
a 9-3-1869, que seu mais
sério título foi ter
partilhado com Jean
Reynaud, Joseph de
Maistre, Ballanche e
tantos outros o
pressentimento de que a
regeneração humana se
efetua pela sucessão de
existências reparadoras,
ideia que eles tinham
previsto e que agora era
confirmada pelo
Espiritismo. Finalizando
sua comunicação, Fourier
deu ao confrade o
seguinte conselho: “Se
quiserdes uma
demonstração séria de
uma lei universal,
buscai a sua aplicação
individual. Quereis a
verdade? Buscai-a em vós
mesmos, e na observação
dos fatos de vossa
própria vida. Todos os
elementos da prova lá
estão. Que aquele que
quer saber se examine, e
encontrará”. (Págs.
118 a 120)
66. Na seção de livros,
o número de abril
reporta-se à obra “Há
uma vida futura?”,
escrita por um ilustre
engenheiro que a assina
com o pseudônimo de
Fantasma. O livro prova
que a Ciência não conduz
ninguém fatalmente ao
materialismo e demonstra
com uma clareza absoluta
a necessidade da
reencarnação para o
progresso. (Págs. 120
a 123)
67. A
outra obra focalizada
pela Revue, na
edição de abril,
intitula-se “A alma, sua
existência e suas
manifestações”, de
autoria do sr. Dyonis.
Este livro tende para o
mesmo objetivo do
precedente, mas sob uma
forma mais didática,
mais científica. A
refutação do
materialismo e das
doutrinas de Büchner e
Maleschott ocupa aí
largo espaço. O autor
defende em seu livro a
perfectibilidade da alma
e diz que ela progrediu
desde a primeira
manifestação da vida,
passando
alternativamente pelas
plantas, os animálculos,
os animais e o homem.
(Págs. 123 e 124)
68. Fechando o número de
abril de 1869, a
Revue informa, de
modo sucinto, a
constituição de duas
novas sociedades
espíritas, uma em
Sevilha, Espanha, a
outra em Florença,
Itália, e o surgimento
dos jornais espíritas
El Espiritismo, de
Sevilha, e Il
Veggente (O
Vidente), de Florença.
(Págs. 124 e 125)
69. O número de maio de
1869, escrito após a
desencarnação de Kardec,
foi integralmente
dedicado ao passamento
do Codificador do
Espiritismo e à
repercussão que esse
acontecimento teve na
imprensa em geral e nas
atividades da Sociedade
Espírita de Paris.
(Págs. 127 a 133)
70. As matérias
constantes do número de
maio, relativas a Kardec
e ao seu sepultamento,
são estas: I – Biografia
de Allan Kardec
(págs. 127 a 133).
II – Discurso
pronunciado pelo sr.
Levent, vice-presidente
da Sociedade Espírita de
Paris, no momento do
sepultamento do corpo de
Kardec o Codificador
(págs. 133 e 134).
III – Discurso proferido
pelo sr. Camille
Flammarion à beira do
túmulo de Kardec
(págs. 135 a 139).
IV – Discurso feito pelo
sr. Alexandre Delanne na
mesma oportunidade, em
nome dos espíritas dos
centros distantes
(págs. 140 e 141). V
– Alocução que o sr. E.
Müller fez na despedida
a Kardec, em nome da
família e de seus amigos
(págs. 141 a 143).
71. Os jornais
franceses, em sua
maioria, noticiaram o
falecimento de Kardec e
alguns deles adicionaram
ao relato dos fatos
comentários sobre o
caráter e os trabalhos
realizados pelo
Codificador do
Espiritismo. Por falta
de espaço, o número de
maio de 1869 transcreveu
apenas dois dos artigos
referidos: o publicado
em Le Journal Paris
de 3-4-1869 pelo sr.
Pagès de Noyez, e o
artigo do sr. A. Bauche,
constante do jornal
L’ Union Magnétique
de 10-4-1869. (Págs.
143 a 146)
(Continua no próximo
número.)