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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 207 - 1° de Maio de 2011

PEDRO DE ALMEIDA LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande, Mato Grosso do Sul (Brasil)

 

As aparências sempre enganam


As aparências, por vezes, se não forem observadas atentamente, com conhecimento de causa e bom senso, podem enganar e levar a erros com consequências imprevisíveis.

No tocante à atual conjuntura pela qual passa a humanidade, parece que as sociedades, as famílias e as pessoas estão mergulhadas num mar de iniquidade onde reinam somente dores e sofrimentos; as perspectivas de dias melhores são consideradas utopias e as desolações e desesperanças se tornam cada vez mais vorazes.

Isso não é verdadeiro. O mundo nunca esteve tão bom como está agora. A cada dia que se passa, melhora muito mais. Se não for assim, Deus está errado, o Cristo está sendo incompetente para orientar Seu rebanho, e Seus mensageiros não lograram êxito com suas sábias e amoráveis instruções, desde o início da humanidade.

Analisando com mais vagar as tormentas climáticas, morais, políticas e egoístas que atingem profundamente os habitantes da Terra, observa-se que elas têm início nas decisões horripilantes de pequenos grupos de seres humanos, espalhados pelo orbe, que detêm poderes para decidir e o fazem sem levar em consideração as mínimas regras impostas pela Mãe Natureza, da honradez e da solidariedade humana.

Por tudo isso, e muito mais, são criadas as aparências enganosas. Para melhorar e/ou vencer essa realidade nefanda, é lembrar-se do ensinamento de Allan Kardec quando diz que «os bons são tímidos e os maus audaciosos”. Isso leva, notadamente os espíritas, à imperativa conclusão, com uma dose muito grande de responsabilidade: eles devem aproveitar dessa oportunidade ímpar que a mídia está ensejando. Que tirem o véu da timidez; que falem alto e bom som sobre a Doutrina Espírita; que laborem no Espiritismo com conhecimento de causa; que sejam audaciosos no enfrentamento de si mesmos; e que coloquem a caridade como fator real preponderante na fraternidade, deletando as mentirosas e avassaladoras aparências que soterram a realidade do bem e bom viver.  

Um certo dia,  Jesus de Nazaré proferia mais uma das Suas divinais aulas aos apóstolos que, por extensão, deveriam atingir toda a humanidade, como de fato atingiram, porque traziam nas suas intimidades as essências pedagógicas, didáticas, técnicas, incentivadoras, consoladoras e preventivas.  

A título de prevenção, disse que no mundo encontraríamos aflições.  

Aprofundando nos estudos, pesquisas e análises desse ensinamento, chega-se à conclusão de que Jesus Cristo, como Médico dos médicos, tratava doenças físicas e curava doentes espirituais de acordo com a fé e merecimento de cada um; enxugava lágrimas, minimizava dores e sofrimentos; e, acima de tudo, procurava dar subsídios para que individualmente a pessoa pudesse precaver-se ou exterminar, não somente os efeitos, mas as causas das respectivas anomalias somáticas, psicológicas, morais e espirituais. 

Foi taxativo quando asseverou que todo mal tem nascedouro nas iniquidades egoísticas humanas que dão azo aos escândalos que se materializam em forma de vícios.  

Allan Kardec estabelece em O Livro dos Espíritos, capítulo XII, quando aborda a Perfeição Moral, na resposta à questão 913, que «de todos os vícios, o mais radical é o egoísmo, e dele deriva todo o mal», porque está fundamentado nos interesses espúrios do ser humano. Dissemina na família, na sociedade e na humanidade, sob variados tipos e maneiras. 

A Doutrina Espírita, com fundamentos nos aspectos científicos, filosóficos e religiosos, não se atém tanto aos efeitos, aprofunda-se nas causas. Nesse raciocínio, a resposta à indagação feita na questão 919, da citada obra, diz que «o meio prático e mais eficaz no combate a esse grande mal» é aplicar os dizeres de Sócrates: «conhece-te a ti mesmo». Conhecendo a si mesmo, conhecerá o mundo interior. Quem se conhece não jornadeia pelos vales da insegurança tropeçando na ignorância que liga nada a coisa alguma, porque, antes de agir, consulta sua consciência e age com bom senso.  

Portanto, o autoconhecimento aureolado pela educação leva à disciplina e à ética; a moral ilibada, estimulada pela boa vontade ativa, respalda o indivíduo para a transformação moral; alicerça-o para domar as emoções; ajuda-o a administrar as preocupações; e evita a precipitação. Eis as fontes seguras para se evitar os escândalos e seus tentáculos ardilosos.    


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita