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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 209 - 15 de Maio de 2011

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
klardec@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)
 

Amigos a toda prova

“A doutrina dos anjos da guarda velando pelos protegidos... é grande e sublime.” - Allan Kardec (*)    


O tema sobre os anjos da guarda é tratado por Allan Kardec no capítulo IX de O Livro dos Espíritos, numa série de perguntas feitas aos Espíritos que trabalharam com ele na estruturação da Doutrina Espírita. Esse estudo é enriquecido, no mesmo capítulo, por uma comunicação assinada pelos Espíritos São Luís e Santo Agostinho, texto esse publicado posteriormente na Revista Espírita, janeiro de 1859.  

É sobre esse ditado que quero tecer alguns comentários. Nele, os dois Espíritos colaboradores de Kardec aconselham os homens a conhecerem melhor esse recurso que a misericórdia divina pôs ao lado de cada ser humano: a companhia e as orientações do anjo da guarda. 

Todos têm um desses amigos dedicados, prontos para ajudar “a escalar a montanha escarpada do bem”. Espíritos de ordem elevada, os guardiões recebem a missão de Deus, “bela, mas penosa missão” de acompanhar os seus tutelados desde o nascimento até a morte, com intuito de fazê-los progredir. Inspiram-nos, procurando influenciá-los no bem, num contato permanente. Assim como os pais devotados aos filhos, os guardiões alegram-se com os avanços dos seus protegidos e lamentam-lhes os desvios provocados, muitas vezes, pela influência de Espíritos inferiores com que se comprazem. 

S. Luís e Santo Agostinho falam com o coração e sugerem aos homens socorrerem-se da “voz amiga”, nos momentos de crise e dúvida, procurando escutar com a alma; que se compenetrem dessa verdade e se esforcem por evitar comprometimentos irresponsáveis durante a vida, buscando consultá-los com o auxílio da prece, sempre que pressentirem fraqueza moral. Os anjos da guarda responderão sempre aos apelos sinceros, pois é do seu total interesse o progresso dos seus protegidos. 

Os conselhos de Santo Agostinho e S. Luís traduzem a beleza dessa relação amigável que estabelece uma “terna intimidade” entre os anjos guardiões e os encarnados, a mesma que deve existir entre os melhores amigos. Garantem eles que esses Espíritos não se sentirão importunados por serem solicitados sempre que preciso.

A doutrina dos anjos da guarda é real, e mostra que cada pessoa encarnada tem um amigo a toda prova que, em nome de Deus, se preocupa com ela. Conhecer essa realidade a estimula na superação das provas e não a deixa pensar que está sem amparo, sozinha na Terra. 


(*)
O Livro dos Espíritos, Cap. IX, em “Anjos da guarda, Espíritos protetores, familiares ou simpáticos”, editora LAKE, tradução J.Herculano Pires.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita