Nos Bastidores da
Obsessão
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
1)
Iniciamos nesta data o
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. Que é “faculdade
psi”?
Os modernos pesquisadores dão o nome genérico de
“psi” à faculdade
através da qual ocorrem
os fatos pertinentes às
realidades do mundo
extrafísico. O "psi" é
uma designação que dá
elasticidade quase
infinita aos recursos
plásticos da mente, tais
como o conhecimento do
passado, o conhecimento
de ocorrências no mundo
exterior e as percepções
do futuro. Ficam assim
explicadas a telepatia,
a clarividência e a
presciência. Existe,
porém, uma multidão de
fenômenos que não podem
ser explicados apenas
pelos recursos da mente,
pois evidenciam a ação
de uma força externa
inteligente, com vontade
própria, que atua no
sensitivo, a este
conferindo tais
possibilidades, como se
dá nos fenômenos
intelectuais (como a
xenoglossia) e nos
fenômenos de efeitos
físicos (pneumatografia,
telecinesia e outros).
(Nos Bastidores da
Obsessão, Prolegômenos,
pp. 15 e 16.)
B. É verdade que grandes
vultos da Ciência
pesquisaram também os
fatos espíritas?
Sim. As pesquisas sérias em torno da realidade
do espírito remontam ao
Barão von de
Guldenstubbé, em 1855.
Nos Estados Unidos, em
1856, o professor Robert
Hare, lente de Química
na Universidade da
Pensilvânia, também
concluiu pela realidade
do espírito e sua
sobrevivência à morte.
Assim tem acontecido com
todos os pesquisadores
sérios que se dedicaram
à observação e ao estudo
do fenômeno. Tornaram-se
famosas as experiências
psiquiátricas
realizadas, nos Estados
Unidos, pelo Dr. Carlos
Wickland, que se valia
de sua própria esposa,
como médium, para a
realização da
desobsessão. Charcot, em
Salpêtrière, teve também
contato com a
manifestação de
espíritos através da
médium Alcina,
incorporada certa vez
pelo espírito de Galeno,
mas preferiu
silenciar-se, por
comodismo e receio da
realidade da vida
imperecível. As
experiências na Europa e
na América em torno da
comunicabilidade dos
Espíritos foram
exaustivas, mas o
preconceito fez com que,
no lugar de alma, fossem
criados sucedâneos, tais
como:
"dínamo-psiquismo",
segundo Gustave Geley;
"consciência profunda",
segundo Pauley; "enteléquias",
segundo Hans Driesch, o
que persistiria mesmo
com Charles Richet, pai
da Metapsíquica, e
depois com a
Parapsicologia.
(Obra citada, Exórdio, pp. 8, 9; e Prolegômenos, pp. 19 e
20.)
C. Quais as causas dos
distúrbios mentais?
Alguns tratadistas afeitos a esses estudos
atribuem grande parte
dos distúrbios mentais à
"tensão" das horas em
que vivemos, elevando,
cada dia, o número dos
perturbados. Citam ainda
os casos de procedência
fisiológica, da
hereditariedade, de
vírus e germens, as
sequelas da epilepsia,
da tuberculose, das
febres reumáticas, da
sífilis, os traumatismos
e choques que se
encarregam de contribuir
larga e amplamente para
a loucura. Esses fatores
não podem, de fato, ser
relegados a segundo
plano. Mas, além desses,
que dão origem a
psicoses e neuroses
lamentáveis, outros há
que somente podem ser
explicados pela Doutrina
Espírita, no capítulo da
obsessões estudadas por
Allan Kardec, devendo-se
lembrar que os fenômenos
de perturbações mentais
têm-se dado em todas as
épocas, como ocorreu nos
tempos do Cristianismo
nascente, em que Jesus
foi requisitado várias
vezes a libertar os
obsidiados, cujos
obsessores ele próprio
chamava de "espíritos
imundos".
(Obra citada,
Prolegômenos, pp. 17 e
18.)
D. Como podemos
conceituar a obsessão?
Segundo a definição de Kardec, obsessão é o
domínio que alguns
Espíritos logram
adquirir sobre certas
pessoas. Transmissão
mental de cérebro a
cérebro, a obsessão é
síndrome alarmante que
denuncia enfermidade
grave de difícil
erradicação.
Manifesta-se no início
como inspiração sutil,
até alcançar o clímax na
possessão lamentável. É
ideia negativa que se
fixa, campo mental que
se enfraquece, dando
ensejo a ideias
negativas que virão. O
campo obsessivo, tal
como ocorre nas
enfermidades orgânicas,
desloca-se da mente para
o departamento somático
onde as imperfeições
morais do passado
deixaram suas marcas no
perispírito. O
tabagismo, o alcoolismo,
a sexualidade
atormentada, os
estupefacientes, tudo
isso concorre para a
instalação do processo
obsessivo, do mesmo modo
que a glutoneria, a
maledicência, a ira, o
ciúme, a inveja, a
soberba, a avareza, o
medo, o egoísmo são
estradas de acesso para
os Espíritos
atormentados, sedentos
de comensais com os
quais possam continuar o
enganoso banquete do
prazer fugidio. (Obra citada, Exórdio, pp. 7 e 9; Examinando a obsessão,
pp. 28 e 29.)
Texto para leitura
1. A obsessão - Diz Allan Kardec que pululam em torno
da Terra os maus
Espíritos, por causa da
inferioridade moral de
seus habitantes. A ação
malfazeja desses
Espíritos faz parte dos
flagelos que se abatem
sobre a Humanidade neste
mundo. A obsessão, que é
um dos efeitos dessa
ação, deve, pois, ser
considerada como
provação ou expiação e
assim ser aceita.
(Exórdio, pág. 7)
2. Pesquisas sobre a imortalidade
- As pesquisas sérias em
torno da realidade do
espírito remontam ao
Barão von de
Guldenstubbé, em 1855.
Nos Estados Unidos, em
1856, o professor Robert
Hare, lente de Química
na Universidade da
Pensilvânia, também
concluiu pela realidade
do espírito e sua
sobrevivência à morte.
Assim tem acontecido com
todos os pesquisadores
sérios que se dedicaram
à observação e ao estudo
do fenômeno. Tornaram-se
famosas as experiências
psiquiátricas
realizadas, nos Estados
Unidos, pelo Dr. Carlos
Wickland, que se valia
de sua própria esposa,
como médium, para a
realização da
desobsessão. Charcot, em
Salpêtrière, teve também
contato com a
manifestação de
espíritos através da
médium Alcina,
incorporada certa vez
pelo espírito de Galeno,
mas preferiu
silenciar-se, por
comodismo e receio da
realidade da vida
imperecível. (Exórdio,
págs. 8 e 9)
3. O pioneirismo de Kardec - Foi
com Allan Kardec que,
conhecidos os mecanismos
da mediunidade, pôde ser
elaborada a terapêutica
adequada para ser
aplicada em obsidiados e
obsessores. Para isso, a
publicação, em janeiro
de 1861, de "O Livro dos
Médiuns" foi
fundamental. Não
obstante, a obsessão se
alastra como uma
epidemia por toda a
Terra, como jamais se
viu em qualquer época.
(Exórdio, pág. 9)
4. A origem deste livro
- Todos os fatos
narrados no livro sob
estudo aconteceram nos
anos de 1937 e 1938, em
Salvador (BA), quando
Manoel Philomeno de
Miranda ainda se
encontrava encarnado.
Algumas das personagens
ali comparecem através
de pseudônimos. O autor
revela que possuía
grande facilidade para
libertar-se dos liames
corporais, em estado de
lucidez. Ao retornar ao
corpo, as lembranças
eram conservadas
intactas, e o mesmo se
dava com diversos
companheiros daquelas
atividades. Mais tarde,
as tarefas tornaram-se
mais complexas e o Plano
Espiritual procedeu à
censura das lembranças,
para que a vida material
dele e dos amigos não
fosse afetada pelas
recordações. Assim, só
depois de sua
desencarnação é que pôde
ele reunir todos os
apontamentos de que
carecia para escrever
este livro, para o que
contou com o auxílio do
amigo José Petitinga e
de outras entidades de
grande elevação
espiritual. O objetivo
da obra – dada a lume
pela Editora da FEB em
1970 – é cooperar com os
que lidam com a
mediunidade, na área da
desobsessão. (Exórdio,
págs. 10 a 13)
5. A faculdade "psi"
– Os modernos
pesquisadores têm
surpreendido,
paulatinamente, as
realidades do mundo
extrafísico. Ligados,
porém, aos velhos
preconceitos
científicos, denominam a
faculdade através da
qual veiculam tais fatos
pelo nome genérico de
"psi". O "psi" é uma
designação que dá
elasticidade quase
infinita aos recursos
plásticos da mente, tais
como o conhecimento do
passado, o conhecimento
de ocorrências no mundo
exterior e as percepções
do futuro. Ficam desse
modo explicadas a
telepatia, a
clarividência e a
presciência. Mas existe
uma multidão de
fenômenos que não podem
ser explicados apenas
pelos recursos da mente,
senão através da
aceitação tácita de uma
força externa
inteligente, com vontade
própria, que atua no
sensitivo, a este
conferindo tais
possibilidades, como se
dá nos fenômenos
intelectuais (como a
xenoglossia) e nos
fenômenos de efeitos
físicos (pneumatografia,
telecinesia e outros).
(Prolegômenos, págs. 15
e 16)
6. Causas dos distúrbios mentais -
Tratadistas afeitos a
esses estudos atribuem
grande parte dos
distúrbios mentais à
"tensão" das horas em
que vivemos, elevando,
cada dia, o número dos
perturbados. Citam ainda
os casos de procedência
fisiológica, da
hereditariedade, de
vírus e germens, as
sequelas da epilepsia,
da tuberculose, das
febres reumáticas, da
sífilis, os traumatismos
e choques que se
encarregam de contribuir
larga e amplamente para
a loucura. Esses fatores
não podem, de fato, ser
relegados a segundo
plano. Todavia, além
desses, que dão origem a
psicoses e neuroses
lamentáveis, outros há
que somente podem ser
explicados pela Doutrina
Espírita, no capítulo da
obsessões estudadas por
Allan Kardec, devendo-se
lembrar que os fenômenos
de perturbações mentais
têm-se dado em todas as
épocas, como ocorreu nos
tempos do Cristianismo
nascente, em que Jesus
foi requisitado várias
vezes a libertar os
obsidiados, cujos
obsessores ele chamava
de "espíritos imundos".
(Prolegômenos, págs. 17
e 18)
7. O século de Kardec - Todos os
grandes pensadores,
escritores, filósofos e
doutores da Igreja são
unânimes em atestar as
realidades da vida além
da carne. Das primeiras
lutas entre o Empirismo
e o Racionalismo à Era
Atômica, filósofos e
cientistas não ficaram
indiferentes aos
Espíritos. No século
XIX, fadado por suas
conquistas a servir de
base ao futuro, a
sobrevivência mereceu
por parte de psicólogos
e psiquistas o mais
acirrado debate,
inaugurando-se a época
das investigações
controladas
cientificamente. Foi
nesse período que Kardec
codificou o Espiritismo,
calcado em fatos
devidamente comprovados,
oferecendo uma
terapêutica segura para
as alienações
torturantes, repetindo
as experiências de Jesus
junto aos endemoninhados
e enfermos de toda
ordem. O Codificador
classificou como
obsessão a grande
maioria dos distúrbios
psíquicos e elaborou
processos de tratamento
do obsidiado, estudando
as causas anteriores das
aflições à luz da
reencarnação.
(Prolegômenos, págs. 18
e 19)
8. Os sucedâneos para a alma - As
experiências na Europa e
na América em torno da
comunicabilidade dos
Espíritos foram
exaustivas, mas o
preconceito fez com que,
no lugar de alma, fossem
criados sucedâneos, tais
como:
"dínamo-psiquismo",
segundo Gustave Geley;
"consciência profunda",
segundo Pauley; "enteléquias",
segundo Hans Driesch, o
que persistiria mesmo
com Charles Richet, pai
da Metapsíquica, e
depois com a
Parapsicologia.
(Prolegômenos, págs. 19
e 20)
Frases e apontamentos importantes
I. Milhões de criaturas dormem o sono da
indiferença, entregues
aos anestésicos do
prazer e ao ópio da
ilusão. (Manoel P. de
Miranda, Exórdio, pág.
10)
II. Os altos índices da criminalidade de todos
os matizes e as
calamidades sociais
espalhadas na Terra são
alguns dos fatores
predisponentes para as
obsessões... Os crimes
ocultos, os desastres da
emoção, os abusos de
toda ordem de uma vida
ressurgem depois, noutra
vida, em caráter
coercitivo, obsessivo. É
o que hoje ocorre como
consequência do passado.
(M.P.M, ibid., pág. 10)
III. A Doutrina Espírita (...) possui os
antídotos, as terapias
especiais para tão
calamitoso mal.
Repetindo Jesus,
distende lições e
roteiros para os que se
abeberam das suas fontes
vitais. (M.P.M., ibid.,
pág. 10)
IV. Estes dois mundos – o dos encarnados e o dos
desencarnados – se
interpenetram, já que
não há barreiras que os
separem nem fronteiras
reais, definidas, entre
ambos. (M.P.M., ibid.,
pág. 11)
V. As relações dos Espíritos com os homens são
constantes. Os bons
Espíritos nos atraem
para o bem, nos
sustentam nas provas da
vida e nos ajudam a
suportá-las com coragem
e resignação. Os maus
nos impelem para o mal:
é-lhes um gozo ver-nos
sucumbir e
assemelhar-nos a eles.
(Allan Kardec,
Prolegômenos, pág. 15)
VI. Muito embora os desvarios da razão estejam
presentes nos fastos de
todos os tempos, jamais,
como na atualidade, o
homem se sentiu tão
perturbado. (M.P.M.,
ibid., pág. 17)
VII. A Codificação Kardequiana certamente não
resolveu o "problema do
homem", pois que este ao
próprio homem é
pertinente, oferecendo,
todavia, as bases e
direções seguras para
que tenha uma vida
feliz, ética e
socialmente harmoniosa
na família e na
comunidade onde foi
chamado a viver.
(M.P.M., ibid., pág.
19)
VIII. Entre os que são tidos por loucos, muitos
há que apenas são
subjugados; precisariam
de um tratamento moral,
enquanto que com os
tratamentos corporais os
tornam verdadeiros
loucos. (Allan Kardec,
Examinando a obsessão,
pág. 21)
IX. Obsessão é o domínio que alguns Espíritos
logram adquirir sobre
certas pessoas. Nunca é
praticada senão pelos
Espíritos inferiores,
que procuram dominar. Os
bons Espíritos nenhum
constrangimento
infligem. (Allan Kardec,
ibid., pág. 22)
X. Os meios de se combater a obsessão variam de
acordo com o caráter que
ela reveste. As
imperfeições morais do
obsidiado constituem,
frequentemente, um
obstáculo à sua
libertação. (Allan
Kardec, ibid., pág. 24)
XI. A obsessão, sob qualquer modalidade em que
se apresente, é
enfermidade de longo
curso, exigindo terapia
especializada de segura
aplicação e de
resultados que não se
fazem sentir
apressadamente. (M.P.M.,
ibid., pág. 25)
XII. Uma força existe capaz de produzir
resultados junto aos
perseguidores encarnados
ou desencarnados,
conscientes ou
inconscientes: a que se
deriva da conduta moral.
(M.P.M., ibid., pág.
26)
XIII. Transmissão mental de cérebro a cérebro, a
obsessão é síndrome
alarmante que denuncia
enfermidade grave de
erradicação difícil.
(M.P.M., ibid., pág.
28)
XIV. Por essa razão, a Doutrina Espírita, em
convocando o homem ao
amor e ao estudo,
prescreve como norma de
conduta o Evangelho vivo
e atuante – nobre
Tratado de Higiene
Mental – através de
cujas lições haure o
espírito vitalidade e
renovação, firmeza e
dignidade... (M.P.M.,
ibid., pág. 30)
XV. Em toda obsessão, mesmo nos casos mais
simples, o encarnado
conduz em si mesmo os
fatores predisponentes e
preponderantes – os
débitos morais a
resgatar – que facultam
a alienação. (M.P.M.,
ibid., pág. 31)
XVI. Somente o Espiritismo (...) possui os
anticorpos e sucedâneos
eficazes para operar a
libertação do enfermo,
libertação que, no
entanto, muito depende
do próprio paciente...
Sendo o obsidiado um
calceta, um devedor, é
imprescindível que se
disponha ao labor
operoso pelo resgate
perante a Consciência
Universal, agindo de
modo positivo, para
atender às sagradas
imposições da harmonia
estabelecida pelo
Excelso Legislador.
(M.P.M., ibid., pág. 32)
(Continua no próximo
número.)