JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais
(Brasil)
A teologia dos
cristãos
primitivos era
mitológica
As tradições
religiosas e
mitológicas dos
países
circunvizinhos
da Palestina
estão presentes
no Judaísmo, que
as transmitiu
para o
Cristianismo.
Aliás, todos os
primeiros
cristãos,
inclusive Jesus,
eram judeus.
Assim, muitos
teólogos
cristãos antigos
colocaram em
suas
elucubrações
teológicas ideias
mitológicas. E é
estranho que a
teologia cristã
do Terceiro
Milênio ainda
esteja mesclada
de mitologia!
A palavra base
da mitologia é
mito, sinônimo
de fábula e de
mentira.
Mitomania é
mania de mentir.
E a mitologia
tornou-se
importante nos
trabalhos
eruditos
modernos como
subsídio da
ciência da
história das
religiões. Mas
questões
religiosas
mitológicas não
devem ser
interpretadas
literalmente. A
própria Bíblia,
que recebeu
também
influências
mitológicas, tem
muitos textos
que não podem
ser
interpretados
literalmente.
Nas Escrituras
Sagradas, nós,
Espíritos
humanos
encarnados e
desencarnados,
somos chamados
de filhos de
Deus e, também,
de deuses (Salmo
82, 6; São João
10,34; e 1
Samuel 28,13). E
Jesus, é óbvio,
é também Filho
de Deus e Deus,
mas relativo.
Sim, Jesus e
todos nós somos
deuses
relativos, pois
Deus absoluto é
só um (1 Timóteo
2,5), o que é
Pai e Mãe de
todos nós.
Porém, por Jesus
ser um Filho
especialíssimo
de Deus e por
influência da
mitologia, os
teólogos O
transformaram em
outro Deus
absoluto. E,
também, por
influência da
mitologia, ao
divinizarem
Jesus, criaram
até mãe para
Deus (“Teotokos”).
Mas Maria é
apenas Mãe de
Jesus (“Cristotokos”).
É até blasfêmia
falar que Deus
tem mãe! E,
exatamente,
porque Jesus tem
mãe, Maria
Santíssima, Mãe
da Humanidade,
Ele não é Deus
absoluto. O
Verbo era Deus
(relativo,
porque foi
criado ou
gerado) e estava
com Deus
(absoluto, incriado ou
ingerado). Jesus
Cristo, o
Enviado de Deus,
é um Filho
especial de
Deus, o Pai, o
único Ser Incontingente de
São Tomás de
Aquino, e, para
os espíritas, a
Causa Primária
de todas as
coisas e
Inteligência
Suprema
(Pergunta Nº 1
do “O Livro dos
Espíritos”, de Kardec). Há uma
grande diferença
entre Jesus e
nós. Mas entre
Ele e Deus há um
abismo, como já
o dizia Ário, o
grande teólogo
não mitológico
do alvorecer do
Cristianismo. É
que a
superioridade de
Deus sobre Jesus
é infinita. “O
Pai é maior do
que eu” (João
14,28).
Quando Jesus
disse esta
frase: “O que
ligares na Terra
está ligado nos
céus”, ela não
foi só para os
apóstolos, mas,
também, para
todos os seus
discípulos
daquela época e
de todos os
tempos.
Igualmente,
aquela conhecida
frase de perdoar
pecados vale
para todos nós.
Realmente, não
só os apóstolos
e o clero, mas
todos nós
podemos e até
devemos perdoar
sempre ou
setenta vezes
sete aos que nos
ofendem, o que
fica ligado nos
céus, como nos
ensina também a
lei de causa e
efeito, ou cármica. No caso
de que essas
referências de
Jesus fossem
mesmo apenas
para as
autoridades
religiosas
sucessoras dos
seus apóstolos,
por que essa
exclusividade
não está
explícita na
Bíblia? Isso
mais me parece
uma pretensão
inconsciente,
oriunda não só
da mitologia,
mas também e,
principalmente,
do ego ou
egoísmo dos
nossos irmãos
eclesiásticos e
teólogos
antigos,
medievais,
modernos e
contemporâneos.
E é por isso e
outras coisas
mais que o
Cristianismo
sempre esteve
dividido e está
também,
atualmente,
sendo preterido
por outras
religiões,
quando não pelo
materialismo!