Um leitor do Rio de Janeiro,
reportando-se aos episódios
verificados no dia 7 de
abril deste ano na
Escola Municipal Tasso da
Silveira, em Realengo, no
Rio de Janeiro,
em que várias crianças foram
assassinadas, enviou a esta
revista as seguintes
perguntas:
1) Mesmo que o fato ali
ocorrido possa ser atribuído
a uma expiação coletiva dos
alunos, a ser desencadeada
por uma pessoa, esta
poderia, graças ao seu
livre-arbítrio, tomar a
decisão de não fazer tal
coisa, lutando até contra
algum obsessor que a tenha
influenciado para o ato?
2) Ocorrendo essa hipótese,
as crianças expiariam de
outra forma suas faltas?
3) O trabalho de uma pessoa
dedicada ao bem do próximo
pode aliviar muitas de suas
faltas, dependendo isso da
própria pessoa?
Inicialmente é bom deixar
claro que a morte daquelas
crianças pode ser atribuída
a uma expiação coletiva como
também a uma prova. Como já
foi dito várias vezes nesta
revista, é muito difícil
afirmar, num caso concreto,
se a vicissitude por que
passa uma pessoa advém de
uma prova ou de uma
expiação.
Com relação à primeira
pergunta, a resposta é sim.
O rapaz poderia
perfeitamente deixar de
cometer os crimes, ainda que
assediado por um mau
Espírito. Lembremos que
ninguém vem ao mundo com a
missão de matar. O ato de
tirar a vida a alguém é algo
que fere a lei natural e não
pode ter, portanto, o
beneplácito dos poderes que
regem a vida na Terra.
Quanto à segunda pergunta,
não ocorrendo os crimes que,
de fato, ocorreram na escola
de Realengo, e tendo as
crianças de desencarnar na
idade em que faleceram, é
claro que isso se daria de
outra forma. Há na
literatura espírita relatos
de casos assim e a questão
n. 853 d´O Livro dos
Espíritos, que trata do
assunto, é bem clara:
“Fatal, no verdadeiro
sentido da palavra, só o
instante da morte o é.
Chegado esse momento, de uma
forma ou doutra, a ele não
podeis furtar-vos”.
No tocante à última
pergunta, é correto o
entendimento de que o
trabalho no bem pode não
apenas aliviar mas também
reduzir as faltas que
cometemos no passado, de
acordo com uma lei
evangélica que nos chegou ao
conhecimento graças ao
apóstolo Pedro, que assevera
em sua 1ª Epístola, 4:8:
“(...) tende ardente amor
uns para com os outros;
porque o amor cobrirá a
multidão de pecados”.
O ensinamento do apóstolo
tem sido repetido frequentes
vezes pelo confrade Divaldo
Franco, que usa nesse caso
palavras diferentes, a
saber: “O bem que fazemos
anula o mal que fizemos”, e
é, sim, confirmado
pelo Espiritismo, que nos
oferece, sobre o assunto,
inúmeros exemplos.
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