VLADIMIR POLÍZIO
polizio@terra.com.br
Jundiaí, São Paulo
(Brasil)
O que vale é ter decisão
Sim, o que vale mesmo é
ter sua própria decisão,
numa clara demonstração
de que o requisitado
sabe o que quer.
Nos momentos de
necessidade, quando
certas questões difíceis
são apresentadas, não
são todas as pessoas que
se acham em condições e
habilitadas a agirem de
conformidade com o que o
caso requer.
A vida oferece,
naturalmente e sem que
se provoque, incontáveis
momentos delicados ou
desagradáveis, quando é
exigido um
posicionamento decidido.
A espiritualidade sempre
enfatiza a importância
do equilíbrio psíquico.
Com isso, a criatura
estará em plenas
condições de
manifestar-se, favorável
ou não, sobre os
assuntos que lhe forem
apresentados.
A harmonia espiritual,
conquistada através do
recolhimento e da
oração, transmite ao
indivíduo condições
serenas para opinar,
decidir ou calar-se, com
a segurança necessária
para aguardar pelo
momento oportuno e
favorável.
Em circunstâncias que
venham a exigir a
interferência de outras
pessoas, em razão de
casos específicos que
careçam de conhecimento
técnico, buscar
orientação não é caminho
errado nem proibido.
Porém, a palavra final
em termos de solução
caberá sempre ao
responsável pelo ato, na
condição de soberano
senhor do que lhe está
afeto, com consciência
da deliberação a ser
tomada, em que pese o
ônus dessa decisão.
Como cada um de nós se
constitui num templo
sagrado, sendo seu
próprio oráculo, nos
cabe, por direito e por
dever, conhecer e
resolver as questões que
tenham sido colocadas
para apreciação ou
definição.
Alice no País das
Maravilhas,
obra do escritor inglês
Lewis Carroll, é uma
história para crianças,
é verdade, mas carregada
de ensinamentos que
quase todos os adultos
já ouviram em sua época
infantil.
Conto é um mundo de
sonhos, coisas e fatos
materialmente
impossíveis, mas, a
exemplo de outras
alegorias fantásticas
que embalaram
pensamentos ainda
imaturos de milhares e
milhares de mentes ainda
adormecidas à realidade
da vida, valem a pena,
pois destacam o que
todos, de certa maneira,
gostariam de fazer: dar
gigantescas asas ao
poder da imaginação.
Numa das passagens dessa
história, Alice, a
protagonista,
encontra-se na floresta
e com um problema
difícil, pois à sua
frente o caminho se
divide e a dúvida
aparece naquele momento,
quando então roga ao
Gato, que a acompanha,
sobre qual deles deve
seguir, ao que lhe é
respondido com outro
questionamento: “Eu
não sei! Para onde você
quer ir?”.
Na vida prática, uma
vacilação poderá custar
anos a fio de sofrimento
diante de um ato
irrefletido, e, trazendo
essa questão para a
maturidade, para a fase
adulta, vemos que a
responsabilidade deve
ser apreciada com
seriedade, para que
surta o efeito ou o
resultado desejado.
Não ter posição definida
ou não saber o que fazer
em determinadas
situações no curso da
vida é pior que tomar
decisão inoportuna ou
errada. Ao menos agiu,
pois, diante de uma
alternativa assumida,
mesmo que essa atitude
tenha sido levada por
conta de orientação
intuitiva, que é quando
o subconsciente oferece
opções com o mesmo peso,
sua vontade não ficou à
deriva, já que houve uma
postura.
Nem sempre é preciso
cair para aprender. Os
exemplos que se têm são
suficientes para servir
de aprendizado, tirando
de cada caso, nosso ou
alheio, as conclusões
que merecem respeito
para aproveitamento,
pois as armadilhas que
se nos apresentam ao
longo da existência são
de tamanhos, modelos,
formas e perigos
variados que, à menor
vacilação, provocarão
sofrimentos e
desarranjos durante
muitos dias, ou, quem
sabe, por anos a fio,
até que se recupere
completamente da queda
ou mesmo dos tropeços.
Pensar bem é não pensar
em maldade.
Pensamentos bem
formados, serenidade, e
sempre acompanhados de
reflexão racional onde
serão avaliados os
pontos favoráveis e
contrários ao ato, são
ingredientes que nunca
poderão faltar em
qualquer situação de
necessidade para a
tomada de decisões na
vida.
“Quem sabe aonde
vai...”,
afirma Léon Denis,
“... pisa firme e
imprime a seus atos um
impulso vigoroso.”