Raul Teixeira:
Considerando-se que
o Movimento Espírita é a
formação dos humanos em
torno do Espiritismo, no
sentido de promover a
sua divulgação por
variados meios, sempre
que ele esteja sob
comandos ineptos e
despreparados para esse
comando, sofrerá as
consequências dessa
incapacidade.
Uma divina
proposta, como é o
Espiritismo, que está na
Terra para renovar a
vida da humanidade, não
precisa somente de
sentimentos amorosos,
mas também de
pensamentos
amadurecidos. Eis a
razão do amai-vos
e instruí-vos,
deixado pelo Espírito de
Verdade.
Quando afirmamos,
então, que o Movimento
Espírita tem sido
invadido seja pelo que
for, cabe-nos atinar
para quem vem permitindo
a invasão, senão os que
o dirigem sem as devidas
condições de amorosidade ou
de instrução.
Se há maus
textos ou maus livros é
porque há quem os
elabore, quem os ache
maravilhosos, quem os
publique, quem os venda
(inclusive nos centros
espíritas) e,
naturalmente, quem os
consuma. São textos que
“não comprometem”, não
propõem esforços de
autorrenovação, enfim,
não incomodam... mas também
não divulgam o
Espiritismo. Apenas
ocupam espaço.
Se há maus
discursos na boca de
malfadados
discursadores, levando à
tribuna espírita suas
vaidades, seus
“achismos”, seu rol
interminável de chistes
de gosto duvidoso, por
um lado, ou suas
mensagens sombrias,
apavorantes, pessimistas
ou piegas, por outro, é
porque há quem de tudo
isso goste, quem isso
aplauda e difunda. Levam
mensagens que não fazem
pensar, que não chamam à
responsabilidade, que
nada acrescentam aos
esforços pela
transformação da
intimidade do ser. Não
expõem o Espiritismo em
sua lucidez, em sua
lógica. Apenas ocupam
espaço.
O retorno
do Movimento Espírita
aos trilhos
indispensáveis somente
ocorrerá quando cada
espiritista, honesto
para com o Espiritismo,
assumir o seu papel de
estudioso e praticante
de seus ensinamentos,
sem tibieza, sem
timidez, mas com a
ousadia dos bons. Assim,
ao dirigir qualquer
instituição ou veículo
de divulgação do
Espiritismo, a eles
imprimirá o caráter
lúcido e lógico da nobre
mensagem, o que será
razoável filtro à
penetração de tudo o que
não corresponde à
proposta do Consolador.
Enquanto as
pessoas capacitadas
abrirem mão de assumir
compromissos nas áreas
diversas do Movimento
Espírita, justificando
falta de tempo,
comodidades, exigências
sociais, etc., o
Movimento estará, sem
dúvida, sob outros
comandos, muitas vezes
de pessoas sérias e de
boa vontade, mas sem o
conhecimento espírita e
sem a firmeza, sem o
pulso forte, exigidos
pelas sociedades de um
mundo em reforma.