Papel
carbono
Para os
encarnados
é muito
difícil
captar
todas as
nuanças
e
magnificências
do Mundo
Espiritual
“Eu
vim para
que
tenham
vida, e
a tenham
com
abundância.”
-
Jesus
(João,
10:10.)
A vida
corporal,
transitória,
não
passa de
um
“papel
carbono”
da vida
Espiritual,
esta
sim, a
verdadeira.
Tal
realidade
é –
insofismavelmente
–
demonstrada
pelo
testemunho
dos
próprios
habitantes
da Vida
Maior,
que,
através
dos
canais
mediúnicos,
tentam
nos dar
uma ideia –
ainda
que
bastante
pálida –
dos proscênios
celestiais.
Mas,
para
nós,
encarnados,
é muito
difícil
captar
todas as
nuanças
e
magnificências
do Mundo
Espiritual,
uma vez
que não
temos
parâmetros
ou
referenciais
que nos
auxiliem
nessa
compreensão.
Sem
embargo,
os
Espíritos
tentam
contornar
essas
limitações
e vêm
nos
oferecer
uma
tênue ideia do
ambiente
onde
vivem e
para
onde um
dia nos
transferiremos.
A
segunda
parte do
livro
básico
do
Espiritismo
“O
Céu e o
Inferno”
contém
um
repositório
farto
desses
testemunhos,
como,
por
exemplo,
o do
Espírito
que se
identifica
com nome
de
Sixdeniers:
“Permaneci
muito
tempo
sem me
reconhecer,
mas com
a bênção
de Deus
e o
auxílio
dos que
me
cercavam,
quando a
luz se
fez,
inundou-me.
Nada
existe
aqui de
material;
tudo
fere os
sentidos
ocultos
sem
auxílio
da vista
ou do
tato.
Compreendeis?
É uma
admiração,
porque
não há
palavras
que a
expliquem.
Só a
alma
pode
percebê-la.
Bem
feliz
foi o
meu
despertar...
Imaginai
que
estais
encerrado
em
calabouço
infecto
onde o
vosso
corpo,
corroído
pelos
vermes
até a
medula
dos
ossos,
se
suspende
por
sobre
ardente
fornalha;
que a
vossa
ressequida
boca não
encontra
sequer o
ar para
refrescá-la;
que o
vosso
Espírito
aterrorizado
só vê ao
seu
redor
monstros
prestes
a
devorá-lo;
figurai-vos
enfim
tudo
quanto
um sonho
fantástico
pode
engendrar
de
hediondo,
de mais
terrível,
e
transportai-vos
depois e
repentinamente
a
delicioso
Éden.
Despertai
cercado
de todos
os que
amastes
e
chorastes;
vede,
rodeando-vos,
semblantes
adorados
a
sorrirem
de
felicidade;
respirai
os mais
suaves
perfumes;
desalterai
a
ressequida
garganta
na fonte
de água
viva;
senti o
corpo
pairando
no
Espaço
Infinito
que o
suporta
e
balouça,
qual a
flor da
fronde
se
destaca
aos
impulsos
da
brisa;
julgai-vos
envolto
no amor
de Deus
qual
recém-nascidos
no
materno
amor e
tereis
uma
ideia,
aliás,
apenas
imperfeita,
dessa
transição.
Procurei
explicar-vos
a
felicidade
da vida
que
aguarda
o homem
depois
da morte
do corpo
e não
pude.
Será
possível
explicar
o
infinito
àquele
que tem
os olhos
fechados
à luz e
que não
pode
sair do
estreito
círculo
que o
encerra?!”.
Eis,
agora, o
relato
da
senhora
Foulon,
dirigindo-se
a
Kardec:
“(...)
considero-me
feliz
agora;
estes
míseros
olhos
que se
enfraqueceram
a ponto
de me
não
deixarem
mais que
a
recordação
de
coloridos
prismas
da
juventude,
de
esplendor
cintilante;
estes
olhos,
digo,
abriram-se
aqui
para
rever
horizontes
esplêndidos,
idealizados
em vagas
reproduções
por
alguns
dos
vossos
geniais
artistas,
mas cuja
exuberância
majestática,
severa e
conseguintemente
grandiosa,
tem o
cunho da
mais
completa
realidade.
(...)
Depois
do
último
alento,
encontrei-me
como que
em
desmaio,
sem
consciência
do meu
estado,
não
pensando
em coisa
alguma,
numa
vaga
sonolência
que não
era bem
o sono
do corpo
nem o
despertar
da alma.
Nesse
estado
fiquei
longo
tempo, e
depois,
como se
saísse
de
prolongada
síncope,
lentamente
despertei
no meio
de
irmãos
que não
conhecia.
Eles
prodigalizavam-me
cuidados
e
carícias,
ao mesmo
tempo em
que me
mostravam
no
Espaço
um ponto
algo
semelhante
a uma
estrela,
dizendo:
‘É
para ali
que vais
conosco,
pois já
não
pertences
mais à
Terra’.
Apoiada
sobre
eles,
formando
um grupo
gracioso
que se
lança
para as
esferas
desconhecidas,
mas na
certeza
de aí
achar a
felicidade,
subimos,
subimos,
à
proporção
que a
estrela
se
engrandecia...
Era um
mundo
feliz,
um
centro
superior
no qual
a vossa
amiga
vai
repousar.
Quando
digo
repouso,
quero
referir-me
às
fadigas
corporais
que
amarguei,
às
contingências
da vida
terrestre,
não à
indolência
do
Espírito,
pois que
este tem
na
atividade
uma
fonte de
gozos”.
Uma
condessa
chamada
Paula
conta:
“(...) O
que é a
felicidade
terrena
comparada
à que
desfruto
aqui?
Esplêndidas
festas
terrenas
em que
se
ostentam
os mais
ricos
paramentos,
o que
são elas
comparadas
a estas
assembleias
de
Espíritos
resplendentes
de
brilho
que as
vossas
vistas
não
suportariam,
brilho
que é o
apanágio
da sua
pureza?
Os
vossos
palácios
de
dourados
salões,
que são
eles
comparados
a estas
moradas
aéreas,
vastas
regiões
do
Espaço
matizadas
de cores
que
obumbrariam
o
arco-íris?!
Os
vossos
passeios,
a
contados
passos
nos
parques,
a que se
reduzem,
comparados
aos
percursos
da
imensidade,
mais
céleres
que o
raio?
Horizontes
nebulosos
e
limitados,
que são,
comparados
ao
espetáculo
de
mundos a
moverem-se
no
Universo
infinito
ao
influxo
do
Altíssimo?
E como
são
monótonos
os
vossos
concertos
mais
harmoniosos
em
relação
à suave
melodia
que faz
vibrar
os
fluidos
do éter
e todas
as
fibras
d`alma!
E como
são
tristes
e
insípidas
as
vossas
maiores
alegrias
comparadas
à
sensação
inefável
de
felicidade
que nos
satura
todo o
ser como
um
eflúvio
benéfico,
sem
mescla
de
inquietação,
de
apreensão,
de
sofrimento?!
Aqui,
tudo
ressumbra
amor,
confiança,
sinceridade:
por toda
parte
corações
amantes,
amigos!”.
A
segunda
parte do
livro
“O Céu e
o
Inferno”
merece,
como,
aliás,
toda a
Codificação,
acurado
estudo,
a fim de
que
possamos
nos
instruir
acerca
da
realidade
que nos
aguarda...
Ali,
mais do
que
nunca
vamos,
enfim,
compreender
o que o
singular
Apóstolo
Paulo
quis
dizer ao
escrever
aos
coríntios:
“Onde
está, ó
morte, o
teu
aguilhão?”;
vamos
também
entender
em
espírito
e
verdade
a
consoladora
promessa
de Jesus
ao
proclamar:
“Em
verdade,
em
verdade
vos digo
que, se
alguém
guardar
a minha
palavra,
nunca
verá a
morte”.