CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Visitando Nosso
Lar
O artigo de hoje
caberia em palestra
útil, e se
destina a
compartilhar uma
vivência que,
obviamente,
acontece ao
médium com a
finalidade maior
de ser
transmitida
aos nossos
irmãos
reencarnados,
além do objetivo
instrutivo de
que para mim
mesma se
revestiu.
Autorizada e
conduzida pelos
mentores, estive
em inesquecível
visita à colônia
Nosso Lar!
Os já
familiarizados,
que tomaram
contato com o
livro
psicografado por
Chico Xavier, de
autoria
espiritual
de André Luiz,
sabem tratar-se,
o lugar, de uma
grande cidade
espiritual
situada nas
dimensões
invisíveis acima
do Rio de
Janeiro.
Como muitos,
imaginava a bela
cidade do espaço
revestida da
aura,
sobretudo luminosa,
algo romântica,
naturalmente
idealizada a
partir da
leitura da
obra ou das
cenas assistidas
na inspirada
produção de
cinema, de
Wagner de Assis.
Todavia, a
região visitada
durante o
desprendimento
da noite não foi
a dos jardins e
bosques
esplendorosos,
nem mesmo a dos
Ministérios e
ângulos
encantadores da
grandiosa
colônia do
invisível! Com
finalidade
evidentemente
educativa ao meu
espírito, fui
conduzida
para onde se
situa o vasto
departamento de
recepção aos
recém-vindos da
vida corpórea!
Em tudo e por
tudo, um susto!
Uma mistura
inextricável de
enlevo pela
situação em si e
pelo meu
testemunho
vívido,
impressivo, com
inequívoca sensação
da humildade
exacerbada pelas
dimensões
insuspeitadas do
trabalho ali
empreendido!
Em lá chegando,
encontrei-me, no
interior de um
prédio, com
alguns médicos
em atividade, um
dos quais – que
me pareceu o
próprio Espírito
generoso de
André Luiz, a
quem sempre
elevo minhas
preces e
pensamentos em
inúmeras
situações, em
busca de
orientação e
lenitivo durante
a caminhada – me
dedicou breve
atenção para,
além de algumas
palavras,
aconselhar-me a
visita a um
certo interno
chamado Orlando
(e mencionou o
sobrenome, do
qual não me
recordo com
clareza).
Orientou-me
sobre o caminho
a ser tomado no
labirinto
impressionante
que eram os
corredores e
alas da vasta
instituição, em
ebulição de
movimento e de
gente como
prodigiosa
colmeia: –
Vá até a ala
médica número 5,
após, vire à
direita...
Dali, segui; a
partir de certo
ponto,
acompanhada de
mulher de
aspecto jovem e
modos vivazes.
Fundamente
impressionada
por tudo que via
no trajeto: alas
sequentes,
imensas,
ocupadas todas
por pacientes
acomodados
confortavelmente
em camas bem
espaçosas.
Alguns casos
críticos,
ininteligíveis!
Médicos e
funcionários do
lugar às
dezenas, em
movimento
incessante para
todo
lado. Reparei
que no ambiente
usava-se
obrigatoriamente um
jaleco branco e
uma máscara
verde no rosto,
à moda
cirúrgica,
certamente pelas
mesmas razões
profiláticas dos
hospitais
terrenos. Apanhei-os,
sobre uma
bancada onde
estavam
disponíveis,
para vesti-los.
Os médicos, de
acréscimo,
traziam toucas
brancas
recobrindo os
cabelos.
Um ir e
vir monumental,
em setores dos
quais entendi se
tratar daqueles
nos quais eram
admitidas
visitas aos que
eram
recém-vindos da
matéria,
oriundas da
própria cidade
espiritual, ou
da
materialidade,
em horário
evidentemente –
supus, com
facilidade –
destinado a esta
finalidade!
E – detalhe
digno de nota! –
alguns dos
presentes, que
depois
compreendi
provenientes da
matéria em
situação de
desligamento do
corpo, visitando
os hóspedes,
traziam consigo
suas
impaciências e
traços
comportamentais,
sem alteração
digna de nota!
De fato, em
corredor de
acesso apinhado
de gente que ia
e vinha em dois
sentidos, como
numa via
pública,
chegamos a
presenciar
ligeira
altercação à
nossa frente.
Alguém que
seguia num
sentido, em se
vendo retido,
contrariado, em
certo trecho,
por quem vinha
em sentido
contrário com a
mesma disposição
enervada,
exclamou: –
Nem adianta, que
assim você não
vai passar!...
Imagens
salteadas
me marcaram
impressivamente
a memória
– algumas,
verdadeiramente
surpreendentes!
Noutro momento
atingimos região
na qual intuí
a réplica de um
cemitério - ou
talvez, mais
acertadamente, a
visita à cidade
tenha sido
intercalada com
a jornada a
algum, na
companhia de uma
equipe
socorrista de
Nosso Lar.
Pois
presenciávamos
grupos entoando
cantos, e outro
carregando, em
espaço a céu
aberto, um
caixão com
flores, no qual
se avistava um
homem em
movimentos
fracos de quem
como que ia
despertando.
Aparentemente,
se bem
interpretei a
situação, as
equipes
socorristas
respeitam
rituais e
cerimônias
particularizadas,
segundo os
costumes
familiares de
cada
desencarnante,
para depois
encaminhá-los às
alas socorristas
da colônia, de
que acima lhes
dei
conhecimento.
Em dado
instante, e
espantada da
magnitude
intraduzível do
trabalho ali
desenvolvido,
comentei com a
minha
acompanhante:
– Como é que
pode alguém lá (em
me referindo à
materialidade)
acreditar, de
algum modo, que
nós morremos?! –
ao que a moça,
de modos sempre
simpáticos, me
dirigiu alguns
comentários a
propósito, que
também não
retive com
clareza nas
lembranças
do episódio.
Lembro que já na
hora
da despedida
encontramos um
rapaz de
aparência moça,
ruivo, com quem
começamos a
conversar. Também
em local a céu
aberto, não sei
se algum
departamento da
própria cidade,
ou se ainda na
região de
possível
cemitério
terreno, onde as
equipes
socorristas
operavam – creio
que a primeira
hipótese, já que
ele nos via e,
dado o que nos
disse, atestou
estar ainda em
situação de
reencarnado,
acusando
tratar-se de
parente daquele
a quem se
referiu, e que
havia acabado de
deixar a
matéria.
Contava,
entristecido,
ter perdido o
filhinho
pequeno. Sensibilizada,
e condicionada
pelos usos
corpóreos,
dirigi-lhe meus
sentimentos,
para logo
depois, após
breve diálogo,
dizer-lhe,
confiante:
– Tenha força;
observe que ele
não morreu, não
acabou! Ele está
aqui, em
Nosso Lar!
Afaguei-lhe de
leve o braço;
ele me agradeceu
as palavras de
incentivo, mais
alentado.
No fim, perdida
no labirinto das
alas e
corredores
lotados, não
achei Orlando,
cujo caso o Dr.
André me
recomendou para
instrução. Após
a palestra com o
pai desconsolado
vi-me de volta
ao corpo de
rompante,
espantada do que
ainda me
recordava,
vividamente – e
também feliz,
por ter de algum
modo
reconfortado um
dos muitos
visitantes
desalentados de
desencarnantes
recentes.
Dessa vivência
belíssima,
ficou-me a
certeza de que
Nosso Lar
é, sobretudo, e
a par de
luminescente
colônia
espiritual,
estação de
trabalho útil e
aperfeiçoado em
prol da Vida e
dos seres
humanos!