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Estudando a série André Luiz
Ano 5 - N° 215 - 26 de Junho de 2011

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Ação e Reação

André Luiz

(Parte 15)

Damos continuidade nesta edição ao estudo da obra Ação e Reação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Por que Silas repeliu Aída, a segunda esposa de seu pai? 

O motivo foi sovinice, ambição, paixão pelo dinheiro. Silas, vendo o pai enfermo, não concordava em dividir a herança com a madrasta, uma mulher bem mais jovem que ele julgava haver-se casado com seu pai somente por interesse. Ele pensou então em desmoralizá-la aos olhos do pai e assim tramava, quando surgiu a oportunidade esperada. O plano surtiu resultado e Aída, em determinado dia, foi surpreendida pelo marido em um inexplicável flagrante de adultério. (Ação e Reação, cap. 9, pp. 121 a 123.)

B. A cena do adultério teve maiores consequências? 

Sim. Aída abateu-se muito e teve de ser atendida por dois médicos de confiança da família. Dias depois, ela apareceu morta... Os clínicos positivaram um envenena­mento fulminante e, constran­gidos, notificaram ao marido tratar-se de suicídio, moti­vado talvez pela insofreável neurastenia de que a doente se via objeto. Mas, em verdade, fora o pai de Silas quem envenenou a esposa, administrando-lhe violento tóxico no calmante habitual. (Obra citada, cap. 9, pp. 123 e 124.)

C. Em face da tragédia familiar, que ocorreu a Silas, responsável direto pelos acontecimentos? 

O remorso não demorou a vir. Com a morte do pai, ocorrida pouco depois, ele decidiu viajar e, quando voltou, não teve coragem de retornar à antiga residência. Hospedou-se, então, na casa de velho amigo de seu pai, por alguns dias, até que pudesse pensar numa transformação radical da existência. Certa noite, visando a amenizar uma insistente dor no estômago, tomou de um frasco de arsênico na adega de seu anfitrião, acreditando usar o bicarbonato de sódio que ali deixara na véspera, e o veneno expulsou-o do corpo, impondo-lhe sofrimentos terríveis, tal como sucedera à sua madrasta, enquanto que na casa de seu hospedeiro pensou-se que ele bus­cara no suicídio a extinção das penas morais que castigavam sua alma entediada. (Obra citada, cap. 9, pp. 124 e 125.) 

Texto para leitura 

54. A sovinice na vida de Silas - Sentindo que Leonel e Clarindo ficaram comovidos com sua narrativa, dando ensejo à assimilação de pensamentos novos, Silas convidou-os a retirar-se daquele ambiente, pois pretendia dizer-lhes algo mais de sua experiência, mas não ali. E diante dos dois irmãos que o observavam, submissos, o Assistente come­çou, em voz pausada: "Tanto quanto posso abranger com a minha memória presente, lembro-me de que, em minha última viagem pelos domínios da carne, desde a meninice, me entreguei à paixão pelo dinheiro, o que hoje me confere a certeza de que, por muitas e muitas vezes, fui usu­rário terrível entre os homens da Terra. Hoje sei, por informações de instrutores abnegados, que, como de outras ocasiões, renasci na derra­deira existência num lar bafejado por grande fortuna, a fim de sofrer a tentação do ouro farto e vencê-la, a golpes de vontade firme, na la­voura incessante do amor fraterno, caindo, porém, lamentavelmente, por minha infelicidade. Era eu o filho único de um homem probo que herdara dos avoengos consideráveis bens. Meu pai era um advogado correto que, por excesso de conforto, não se dedicava aos misteres da profissão, mas, profundamente estudioso, vivia rodeado de livros raros, entre obrigações sociais, que, de alguma sorte, lhe subtraíam a personali­dade às cogitações da fé. Minha mãe, porém, era católica romana, de pensamento fervoroso e digno, e, embora sem descer conosco a qualquer disputa na esfera devocional, tentava incutir-nos o dever da benefi­cência". Silas lembrou-lhes, então, os reiterados convites que sua mãe dirigira a ele e a seu pai, no sentido de palmilharem as tarefas da caridade cristã, e o estímulo que ela lhe deu relativamente aos estu­dos da Medicina, onde poderia encontrar as melhores oportunidades de auxiliar o próximo. Ele, no entanto, jamais chegaria a ingressar na prática da profissão conquistada, embora concluísse a faculdade, cha­furdando-se cada vez mais na sovinice, que chegava a surpreender o próprio pai. (Capítulo 9, pp. 118 a 120) 

55. O adultério de Aída -  No relato feito por Silas, cujo apego ao dinheiro constituía efetivamente verdadeira doença, lembrou ele que tudo fez para dissuadir seu pai de contrair segundas núpcias -- a mãe do Assistente falecera pouco antes da conclusão do curso de Medicina. Seu genitor, na época com quase sessenta anos, era, porém, um homem resoluto e desposou Aída, uma jovem da idade do filho, que mal se avi­zinhava dos trinta anos. A madrasta foi considerada uma intrusa e aventureira comum, à caça de fortuna fácil, e Silas jurou vingar-se. Poucos meses após o casamento, seu pai foi obrigado a procurar socorro médico, recolhendo-se, então, a prolongado repouso. "Acompanhava-lhe a decadência orgânica -- disse Silas --, tomado de vivas apreensões. Não era a saúde paterna que me feria a imaginação, mas sim a extensa re­serva financeira de nossa casa. Na hipótese do súbito falecimento do homem que me trouxera à existência, de modo algum me resignaria a par­tilhar a herança com a mulher que, aos meus olhos, indebitamente ocu­pava o espaço de minha mãe." André estava perplexo. Afinal, Silas men­tia ou era aquela a sua verdadeira história? O Assistente, no entanto, prosseguiu: "Passei a arquitetar planos delituosos, quanto à melhor maneira de alijar Aída de qualquer possibilidade de ingresso futuro ao nosso patrimônio, sem melindrar meu pai doente... E nos projetos cri­minosos que me visitavam a cabeça, a própria morte da madrasta compa­recia como solução. Entretanto, como suprimi-la sem causar maior so­frimento ao enfermo que eu desejava conservar?..." Ele pensou então em desmoralizá-la aos olhos do pai e assim tramava, quando surgiu a opor­tunidade esperada. Seu pai lhe pediu que fosse, com Aída, representá-lo em determinava festividade pública. Funestos propósitos nasceram-lhe na mente e foi a partir daí que introduziu em sua casa um primo de Aída -- Armando -- que a havia cortejado em solteira. Armando era um pouco mais velho que eles, perdulário e fanfarrão, que dividia seu tempo entre mulheres e taças espumantes. A praia, o teatro, o cinema, bem como passeios de variados matizes, eram agora os pontos costumei­ros de seus encontros, nos quais intencionalmente Silas deixava os dois primos nos braços um do outro... Aída não percebeu a manobra e, embora resistisse por mais de um ano à galanteria do companheiro, aca­bou por ceder às constantes ofensivas. Um dia, em sua própria casa, o velho pai, avisado por Silas, pôde presenciar com os seus olhos o fla­grante do adultério... (Capítulo 9, pp. 121 a 123) 

56. Crime e remorso - Armando, cínico, embora desapontado, afas­tou-se, lépido, certo de que não poderia esperar qualquer golpe grave de um sexagenário abatido, mas Aída, profundamente ferida em seu amor próprio, dirigiu ao velho esposo acusações humilhantes, procu­rando os seus aposentos particulares, numa explosão de amargura. "Completando a obra terrível a que me devotara -- acentuou Silas --, mostrei-me mais carinhoso para com o enfermo, intimamente aniqui­lado... Duas semanas arrastaram-se pesadas para a nossa equipe fami­liar... Enquanto Aída ocupava o leito, assistida por dois médicos de nossa confiança, que nem de longe nos conheciam a tragédia oculta, afagava meu pai com la­mentações e sugestões indiretas para que os bens de nossa casa fossem, na maioria, guardados em meu nome, já que o se­gundo matrimônio não po­deria desfazer-se, perante as autoridades le­gais. Prosseguia em minha faina delituosa, quando minha madrasta apa­receu morta... Os clínicos de nossa amizade positivaram um envenena­mento fulminante e, constran­gidos, notificaram a meu pai tratar-se de um suicídio, decerto moti­vado pela insofreável neurastenia de que a doente se via objeto." Na verdade, lembrou o Assistente, fora seu pai quem envenenou a esposa, administrando-lhe violento tóxico no calmante habitual. E ele mesmo, doente e carregando consigo o fardo intolerável do remorso, morreria poucos meses depois. "Pela primeira vez minha consciência doeu, fundo",  admitiu Silas. "O apego aos bens da carne arrasava-me a vida..." (Capítulo 9, pp. 123 e 124) 

57. Morte e sofrimento de Silas - O velho querido morreu nos bra­ços de Silas, que passou a sentir-se o mais infortunado dos seres, pois o ouro integral do mundo não lhe garantia o mais leve consolo. "Achava-me sozinho, sozinho e... infinitamente desgraçado. Todos os recantos e pertences de nossa habitação falavam-me de crime e re­morso...", lembrou Silas, dizendo que muitas vezes a sombra noturna pareceu-lhe povoada de fantasmas horripilantes a escarnecerem de sua dor, e, em meio da malta de insensíveis demônios, a investirem contra ele, tinha então a ideia de escutar a voz inconfundível de seu pai, clamando: "Meu filho! meu filho! recua enquanto é tempo". Silas fez-se assim arredio e desconfiado... "Em pavorosa crise moral, demandei à Europa, em longa viagem de recreio -- recordou o Assistente --, mas o encanto das grandes cidades do Velho Mundo não conseguiu aliviar-me as chagas interiores. Em toda a parte, a refeição mais nobre amargava-me na boca e os mais belos espetáculos artísticos deixavam-me apenas an­siedade e desolação." De volta ao Brasil, sem coragem de retornar à antiga residência, hospedou-se na casa de velho amigo de seu pai, por alguns dias, até que pudesse pensar numa transformação radical da existência. Ele ficaria ali, contudo, por longos meses, tentando ime­recida fuga mental, até que, em certa noite, visando a amenizar uma insistente dor no estômago, tomou de um frasco de arsênico na adega de seu anfitrião, acreditando usar o bicarbonato de sódio que ali deixara na véspera, e o veneno expulsou-o do corpo, impondo-lhe sofrimentos terríveis, tal como sucedera à sua madrasta, enquanto que na casa de seu hospedeiro pensou-se que ele bus­cara no suicídio a extinção das penas morais que castigavam sua alma entediada. Dementado, depois da morte física atravessou meses cruéis de terror e desequilíbrio, até que foi socor­rido por amigos de seu pai, que se achava igualmente a caminho da re­cuperação, passando então a empenhar todas as suas ener­gias na prepa­ração do futuro. "Como veem -- concluiu Silas --, a fas­cinação pelo ouro foi o motivo de minha perda. Tenho a necessidade de grande es­forço no bem e de fé vigorosa para não cair outra vez, por­quanto é in­dispensável me consagre a nova experiência entre os ho­mens..." (Capítulo 9, pp. 124 e 125)  (Continua no próximo número.)



 


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