Nos Bastidores da
Obsessão
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
7)
Damos prosseguimento ao
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. A quem se deve o
impulso que o Hipnotismo
tomou na era moderna?
Segundo o irmão Glaucus,
devemos a Mesmer o
grande impulso que
trouxe o Hipnotismo aos
tempos modernos,
merecendo ser lembrado
também Paracelso, autor
do conceito e da teoria
do fluido, o qual
anteriormente se
interessara por
experiências magnéticas,
depois desdobradas por
Mesmer. Mesmer dizia que
o fluido era o "meio de
uma influência mútua
entre os corpos
celestes, a terra e os
astros", afirmando que
esse fluido se encontra
em toda a parte e enche
todos os espaços vazios,
possuindo a propriedade
de "receber, propagar e
comunicar todas as
impressões do
movimento". E ensinava:
"O corpo animal
experimenta os efeitos
desse agente, e é
insinuando-se na
substância dos nervos
que ele os afeta
imediatamente".
(Nos Bastidores da
Obsessão, cap. 4, pp. 87
a 89.)
B. Quais as correntes
preponderantes e o
mecanismo da Hipnologia?
A partir das pesquisas
realizadas pela Escola
de Nancy, ficaram
definitivamente
estabelecidas as duas
correntes preponderantes
na Hipnologia: a de que
o fenômeno hipnótico
encontra melhor campo e
é específico nos
histéricos, e a que
afirma o oposto, ou
seja, que as pessoas
portadoras de cérebro
normal, capazes de
melhor se concentrarem
nas ideias que lhe são
sugeridas, são as
realmente hipnotizáveis.
Quanto ao mecanismo da
Hipnologia, diz Glaucus,
"convém examinar a
questão da sintonia e da
sugestão", fundamentais
para "a fixação da ideia
invasora".
(Obra citada, cap. 4,
pp. 90 a 98.)
C. Quais os fatores
predisponentes da
obsessão?
Os fatores
predisponentes e
preponderantes da
obsessão se perdem no
intrincado das
reencarnações. Toda
vítima de hoje é o algoz
de ontem, tomando o
lugar que lhe cabe no
concerto cósmico. Quando
se instala o processo
obsessivo, o paciente
possui os
condicionamentos
psíquicos – lembranças
inconscientes do débito
que o vincula ao
perseguidor – os quais
facultam a sintonia e a
aceitação das ideias
sugeridas e
constringentes que
chegam do plano
espiritual. Quando o
obsessor se vincula,
conscientemente ou não,
ao ser perseguido,
obedece ao impulso
automático de sintonia
espiritual, por meio da
qual estabelece os
primeiros contactos
psíquicos, no centro da
ideia, na região
cortical inicialmente e
depois nos recônditos do
polígono cerebral, donde
comanda as diretrizes da
vida psíquica e orgânica
do obsidiado, produzindo
ali lesões de natureza
variada. A consciência
culpada é a porta aberta
à invasão da penalidade.
E o remorso faculta o
surgimento de
ideias-fantasmas
apavorantes que ensejam
os processos obsessivos
de resgate de dívidas.
(Obra citada, cap. 4,
pp. 98 a 101.)
Texto para leitura
31. O Hipnotismo
- Um sábio Mensageiro
Espiritual deu ao grupo
espírita ligado a
Saturnino uma
elucidativa mensagem
sobre a Hipnologia. (N.R.
- Esse mensageiro é o
irmão Glauco, ou
Glaucus, conforme se
pode ver nas págs. 111 e
119.) Desde tempos
imemoriais já eram
conhecidas algumas das
práticas do Hipnotismo
moderno, disse o
palestrante. O
Hipnotismo ocupava nas
religiões orientais mais
antigas lugar de relevo,
embora com nomenclatura
diversa. Ele falou então
do Egito dos faraós e
dos taumaturgos caldeus,
que o praticavam com
finalidades
terapêuticas. Devemos,
porém, a Frederico
Antônio Mesmer o grande
impulso que trouxe o
Hipnotismo aos tempos
modernos, merecendo ser
lembrado também
Paracelso, autor do
conceito e da teoria do
fluido, que
anteriormente se
interessara por
experiências magnéticas,
depois desdobradas por
Mesmer. Considerava
Mesmer que o fluido era
o "meio de uma
influência mútua entre
os corpos celestes, a
terra e os astros",
afirmando que esse
fluido se encontra em
toda a parte e enche
todos os espaços vazios,
possuindo a propriedade
de "receber, propagar e
comunicar todas as
impressões do
movimento". E ensinava:
"O corpo animal
experimenta os efeitos
desse agente, e é
insinuando-se na
substância dos nervos
que ele os afeta
imediatamente". Formado
pela Universidade de
Viena, Mesmer defendeu a
tese "Influência dos
astros na cura das
doenças", na qual
expunha a sua teoria do
fluido, inspirada no
tradicional conceito do
fluidismo universal. Foi
ele quem criou a "tina
das convulsões" ou
baquet (em francês),
em redor da qual podiam
ser atendidas
simultaneamente até 130
pessoas. Ali se reuniam
paralíticos, nevropatas
de classificação
complexa que, em
contacto com o fluido
magnético, eram
acometidos de convulsões
violentas das quais
saíam com nervos
relaxados, libertados
das enfermidades que os
consumiam. (Cap. 4,
págs. 87 a 89)
32. As correntes
da Hipnologia -
Glaucus relatou, em sua
palestra, as diferentes
experiências realizadas
nesse campo, desde as do
Marquês De Puységur, em
1787 – que magnetizou
uma árvore em sua
propriedade de Busancy
com o objetivo de
auxiliar os pobres que,
tocando o vetusto
vegetal, se diziam
melhorar através dos
seus recursos benéficos
– até as mais recentes,
das Escolas francesas da
Salpêtrière e de Nancy.
Falou então de Barão Du
Potet, Carlos Lafontaine,
José Custódio de Faria,
James Braid – que
introduziu o termo
Hipnotismo em lugar de
Magnetismo –, Charcot,
Pierre Janet, Dr.
Liébault, professor
Bernheim, Babinski e
Charles Richet. Manoel
Philomeno de Miranda e
seus companheiros
estavam maravilhados. A
palestra era uma síntese
histórica do Hipnotismo,
então aplicado aos
trabalhos espirituais
ali desenvolvidos. A
partir das pesquisas
realizadas pela Escola
de Nancy, ficaram então
definitivamente
estabelecidas as duas
correntes preponderantes
na Hipnologia: a de que
o fenômeno hipnótico
encontra melhor campo e
é específico nos
histéricos, e a que
afirma o oposto, ou
seja, que as pessoas
portadoras de cérebro
normal, capazes de
melhor se concentrarem
nas ideias que lhe são
sugeridas, são as
realmente hipnotizáveis.
(Cap. 4, págs. 90 a 94)
33. Mecanismo da
Hipnologia - O
palestrante examinou,
depois, o mecanismo das
intervenções
hipnológicas entre os
indivíduos encarnados e,
mais particularmente,
entre desencarnados e
encarnados, nos
processos obsessivos. Em
todo processo
hipnológico, ensinou o
Benfeitor Espiritual,
"convém examinar a
questão da sintonia e da
sugestão", fundamentais
para "a fixação da ideia
invasora". Mencionou
então os estudos do
professor José Grasset
em torno do "polígono
cerebral", que ele
entendia ser o centro da
consciência. Citou o
psicólogo inglês
Guilherme Mac-Dougall,
Forel e Emílio Coué,
discípulo de Liébault,
que prefere considerar
que os pacientes capazes
de autossugestionar-se
são melhores para que
com eles se consigam
resultados mais
explícitos e imediatos.
(Cap. 4, págs. 94 a 98)
34. Os fatores
predisponentes da
obsessão - Por
fim, o ilustre
palestrante dissertou
sobre o mecanismo das
obsessões, lembrando que
em todos os casos de
obsessão, conforme a
classificação de Allan
Kardec, existem fatores
predisponentes e
preponderantes que se
perdem no intrincado das
reencarnações. Toda
vítima de hoje –
asseverou – é algoz de
ontem, tomando o lugar
que lhe cabe no concerto
cósmico. Explicou que,
quando se instala o
processo obsessivo, o
paciente possui os
condicionamentos
psíquicos – lembranças
inconscientes do débito
que o vincula ao
perseguidor – os quais
facultam a sintonia e a
aceitação das ideias
sugeridas e
constringentes que
chegam do plano
espiritual. Quando o
obsessor se vincula,
conscientemente ou não,
ao ser perseguido,
obedece ao impulso
automático de sintonia
espiritual, por meio da
qual estabelece os
primeiros contactos
psíquicos, no centro da
ideia, na região
cortical inicialmente e
depois nos recônditos do
polígono cerebral, donde
comanda as diretrizes da
vida psíquica e orgânica
do obsidiado, produzindo
ali lesões de natureza
variada. A consciência
culpada é a porta aberta
à invasão da penalidade.
E o remorso faculta o
surgimento de
ideias-fantasmas
apavorantes que ensejam
os processos obsessivos
de resgate de dívidas.
(Cap. 4, págs. 98 a
101)
35. O Espiritismo
com Jesus - O
Espiritismo com Jesus,
verdadeira fonte de
ideias superiores e
enobrecidas que libertam
o Espírito e o conduzem
às verdadeiras causas em
que residem os seus
verdadeiros interesses,
faz com que a dúvida
seja banida e o impele
ao trabalho contra o
egoísmo, fator infeliz
de quase todos os males
que afligem a
Humanidade. (Cap. 4,
pág. 101)
Frases e apontamentos
importantes
LXVI. Desse centro de
comando, em que o
hóspede se sobrepõe ao
hospedeiro, as
alienações mentais e os
distúrbios orgânicos se
generalizam em longo
curso, que a morte do
obsidiado nem sempre
interrompe. (Benfeitor
Espiritual, cap. 4, pág.
99)
LXVII. A consciência
culpada é sempre porta
aberta à invasão da
penalidade justa ou
arbitrária. E o remorso,
que lhe constitui dura
clave, faculta o
surgimento de
ideias-fantasmas
apavorantes que ensejam
os processos obsessivos
de resgate das dívidas.
(Benfeitor Espiritual,
cap. 4, pág. 99)
LXVIII. Invariavelmente,
na obsessão, há sempre o
aproveitamento da ideia
traumatizante – a
presença do crime
praticado –, que é
utilizada pela mente que
se fez perseguidora
revel, apressando o
desdobramento das forças
deprimentes em latência,
no devedor, as quais,
desgovernadas, gravitam
em torno de quem as
elabora, sendo consumido
por elas mesmas,
paulatinamente.
(Benfeitor Espiritual,
cap. 4, pág. 100)
LXIX. As ideias
plasmadas e aceitas pelo
cérebro, durante a
jornada física, criam
nos painéis delicados do
perispírito as imagens
mais vitalizadas, de que
se utilizam os
hipnotizadores
espirituais para
recompor o quadro
apavorante, em cujas
malhas o imprevidente se
vê colhido, derrapando
para o desequilíbrio
psíquico total e
deixando-se revestir por
formas animalescas
grotescas – que já se
encontram no
subconsciente da própria
vítima – e que estrugem,
infelizes, como o látego
da justiça no
necessitado de
corretivo. (Benfeitor
Espiritual, cap. 4, pág.
100)
LXX. No sentido oposto,
as ideias superiores,
alimentadas pelo
Espírito em excursão
vitoriosa,
condicionam-no à
libertação, concedendo
"peso específico" ao seu
perispírito, que pode,
então, librar além e
acima das vicissitudes
grosseiras do liame
carnal. (Benfeitor
Espiritual, cap. 4, pág.
100)
LXXI. Com muita
sabedoria, Allan Kardec
enunciou que:
"Relativamente às
sensações que vêm do
mundo exterior, pode-se
dizer que o corpo recebe
a impressão; o
perispírito a transmite
e o Espírito, que é o
ser sensível e
inteligente, a recebe.
Quando o ato é de
iniciativa do Espírito,
pode dizer-se que o
Espírito quer, o
perispírito transmite e
o corpo executa" –
elucidando, em admirável
síntese, o poder do
pensamento na vida
orgânica e das sensações
no Espírito. (Benfeitor
Espiritual, cap. 4,
págs. 100 e 101)
LXXII. Por essa razão, a
vitalização de ideias
edificantes constrói o
céu generoso da
felicidade, tanto quanto
a mentalização
deprimente gera o
inferno da aflição que
passa a governar o
comportamento do
Espírito. É nesse
particular que se
avultam as lições
soberanas do Mestre
Galileu, conclamando o
homem ao ajustamento à
vida, respeitando-lhe as
diretrizes abençoadas,
através das medidas da
mansuetude, da
compaixão, da
misericórdia, do amor
indistinto e do perdão
incessante. (Benfeitor
Espiritual, cap. 4, pág.
101)
LXXIII. Se alguém incide
em erro, que se levante
do equívoco e recomece o
trabalho da própria
dignificação. O erro
representa lição que não
pode constituir látego,
mas ensejo de
enobrecimento pela
oportunidade que faculta
para a reparação e o
refazimento. (Benfeitor
Espiritual, cap. 4,
págs. 101 e 102)
LXXIV. O intercâmbio
permanente dos Espíritos
de uma com outra esfera
da vida objetiva,
seguramente, oferecer ao
homem a visão
porvindoura do que,
desde já, lhe está
reservado. No entanto,
para dizer-se alguém
espírita não basta que
se tenha adentrado nos
conceitos espiritistas
ou participado de
algumas experiências
práticas da
mediunidade... É
imprescindível
incorporar ao modo de
vida os ensinamentos dos
Espíritos da Luz,
tomando parte ativa na
jornada de redenção do
homem, por todos os
modos e por todos os
meios ao alcance, para
que triunfem os
postulados da paz, da
justiça e do amor entre
todas as criaturas.
(Benfeitor Espiritual,
cap. 4, pág. 102)
LXXV. Nesse particular,
o amor, conforme nos
legou Jesus-Cristo,
possui a força sublime
capaz de nos preservar
de nós mesmos, ainda
jornaleiros do instinto,
ensinando-nos que a
felicidade tem as suas
bases na renúncia e na
abnegação, ensejando-nos
mais ampla visão de
responsabilidade e dever
na direção do futuro.
(Benfeitor Espiritual,
cap. 4, pág. 102)
LXXVI. Não ignoramos que
há Leis Soberanas que se
encarregam de encontrar
o devedor onde se
encontre. Para tanto,
porém, não se faz
necessário que novos
devedores ou infratores
apareçam, criando, desse
modo, um círculo de
viciações lamentáveis. A
Lei, não desconhecemos,
é de Justiça. Mas a
Justiça Divina nasce nas
fontes sublimes do Amor
e se manifesta por meios
de misericórdia. (José
Petitinga, cap. 5, pág.
107) (Continua no próximo
número.)