Damos prosseguimento ao
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. Por que, estando
Guilherme distante, o
lar de Soares continuava
assediado por outros
Espíritos?
As entidades viciosas
que assediavam o lar da
família, todas elas
pertencentes ao clã
Teofrastus, mantinham
estreito comércio com
Marta, a filha mais
velha, que preferira o
círculo das baixas
vibrações em que se
demorava, atendendo a
vigorosa hipnose de
entidades infelizes e
impiedosas que lhe
dominavam o campo
mental. Era ela dócil
instrumento para as
consultas da
irresponsabilidade,
aliciando outros
cômpares para o
vampirismo, que grassa
em larga escala na
Terra. Dirigida por
entidades rebeldes, ia,
noite alta, aos
cemitérios da cidade em
busca de despojos
humanos para os serviços
infelizes a que se
entregava, conduzindo de
volta ao lar verdadeiras
legiões de sofredores
revoltados que se lhe
vinculavam em longo
processo perturbador de
que, no momento, não se
apercebia. Mas não eram
apenas os Espíritos
perturbados que buscavam
Marta. Muitos
perdulários também
acorriam aos seus
préstimos e a médium se
prestava a qualquer
trabalho, a serviço do
mediunismo atormentado
voltado para os assuntos
puramente materiais da
vida.
(Nos Bastidores da
Obsessão, cap. 7 e 8,
pp. 136 a 146.)
B. Pode um rapaz ser
levado à prática
homossexual por
influência obsessiva?
Sim. O caso de José
Marcondes Effendi, 21
anos, é um exemplo de
fatos assim. O processo
obsessivo, que começou
bem cedo, acabou gerando
um doloroso caso de
homossexualidade,
produzida diretamente
por influência
espiritual.
(Obra citada, cap. 8,
pp.
147 a
160.)
C. Qual foi a reação de
Teofrastus ao ouvir
Glaucus pronunciar o
nome de Henriette Marie?
O nome despertou em
Teofrastus sentimentos
contraditórios. Furioso
e envolvido por grande
ódio, avançou sobre
Glaucus, como se fosse
aniquilá-lo. O Benfeitor
permaneceu sereno e
confiante, apesar da
rispidez com que
Teofrastus o tratava.
Disse-lhe então que
Henriette necessitava de
seu socorro e que ele e
seus amigos ali estavam
em nome de Jesus. O
Chefe do Anfiteatro
ficou possesso e
respondeu dizendo que,
ali, o nome de Jesus é
maldito e detestado; mas
não conseguiu, embora
desejasse, amedrontar ou
ferir quaisquer dos
visitantes. Glaucus
explicou-lhe, serenados
os ânimos, que Henriette
se encontrava em
doloroso processo de
vampirização, vitimada
por elementos da própria
Organização dirigida por
Teofrastus.
(Obra citada, cap. 9,
pp.
161 a
166.)
Texto para leitura
49. Adalberto e o
Espiritismo -
Instruída cada dia nas
lições ministradas por
Petitinga, Mariana logo
depois começou a andar e
pôde, então, frequentar
as sessões de estudos e
passes dirigidas pelo
amoroso seareiro de
Jesus. O lar dos Soares
foi-se transformando,
produzindo uma atmosfera
de entendimento
relativo, que resultava
em bem geral. O Sr.
Mateus, menos azorragado
pelas tenazes de
Guilherme, já
apresentava alguns
sintomas característicos
da "psicose senil". E
Adalberto também passou
a se interessar pelo
Espiritismo quando, ao
visitar Mariana, a
encontrou desfeita, sem
vitalidade, retida ao
leito. Abençoado
arrependimento tomou-lhe
a alma e, em breve
tempo, também passou a
participar das
dissertações espíritas
que eram realizadas por
Petitinga, que lhe
conquistara
imediatamente a amizade.
(Cap. 7, págs. 136 a
138)
50. Trabalhos de
quimbanda - O
lar do Sr. Mateus era
ainda assediado por
outras entidades
viciosas, pertencentes
ao clã Teofrastus, que
mantinham estreito
comércio com Marta, a
filha mais velha. O
movimento de
desencarnados era muito
expressivo ali e os
resultados, nefastos.
Embora tivesse conhecido
o serviço da mediunidade
na União Espírita
Baiana, Marta preferira
o círculo das baixas
vibrações em que se
demorava, atendendo a
vigorosa hipnose de
entidades infelizes e
impiedosas que lhe
dominavam o campo
mental. Era ela dócil
instrumento para as
consultas da
irresponsabilidade,
aliciando outros
cômpares para o
vampirismo, que grassa
em larga escala na
Terra. Dirigida por
entidades rebeldes, ia,
noite alta, aos
cemitérios da cidade em
busca de despojos
humanos para os serviços
infelizes a que se
entregava, conduzindo de
volta ao lar verdadeiras
legiões de sofredores
revoltados que se lhe
vinculavam em longo
processo perturbador de
que, no momento, não se
apercebia. Mas não eram
apenas os Espíritos
perturbados que buscavam
Marta. Muitos
perdulários também
acorriam aos seus
préstimos e a médium se
prestava a qualquer
trabalho, a serviço do
mediunismo atormentado
voltado para os assuntos
puramente materiais da
vida. Auxiliada por
Espíritos ociosos,
obtinha informações
sobre os seus visitantes
encarnados, as quais
surpreendiam quantos a
buscavam, aumentando seu
prestígio. Os nefandos
labores da atormentada
quimbandista inspiravam
funda compaixão nas
entidades superiores,
porquanto se sabe que
ela e todos os que agem
de igual modo, diante da
verdade, não poderão
alegar desconhecimento,
e lamentarão sem poderem
fruir o consolo
reservado aos que se
esforçam em perseverar
na direção do bem. (Cap.
8, págs.
141 a
146)
51. De novo, no
Anfiteatro -
Saturnino arquitetara
nova ida ao Anfiteatro
com o objetivo de
conseguir um encontro
pessoal com o irmão
Teofrastus. O ambiente
no recinto estava, como
antes, insuportável.
Saturnino explicou que
ali se encontravam
muitos Espíritos
encarnados,
espontaneamente
presentes, participantes
habituais daquelas
reuniões. Uns procediam
de regiões de igual
nível evolutivo. Outros,
menos avisados, se
mancomunaram com as
mentes infelizes que
pululam em toda parte, e
nas horas de vigília se
nutrem de pensamentos
deprimentes e opressivos
derivados dos prazeres
animalizantes em que se
demoram, ali se
reunindo, nas breves
horas de parcial
desprendimento pelo
sono, para darem curso
aos apetites mais
brutais. Sexólatras
inveterados, perturbados
das funções genésicas,
alcoólatras,
morfinômanos,
cocainômanos e outros
que possuem os centros
da razão anestesiados
pela monoideia do gozo,
ali se encontravam, em
perfeita comunhão,
assimilando e eliminando
as vibrações viciadas
das construções mentais
constantes de que se
fazem objeto permanente.
(Cap. 8, págs. 147 a
150)
52. Um caso de
homossexualidade
- Naquela noite, o
primeiro caso seria o
julgamento de José
Marcondes Effendi, 21
anos, ainda encarnado.
Uma testemunha historiou
os acontecimentos.
Sessenta anos atrás,
José tramara a morte da
entidade que ali
comparecia como
testemunha. O crime foi
por motivo torpe. José,
que na época era uma
mulher, combinou com seu
amante a morte do
próprio marido, um crime
que não foi descoberto
pela justiça terrena.
Após muitos anos, a
vítima se viu diante de
um jovem de 10 anos
aproximadamente: era sua
esposa reencarnada em
corpo de homem. O
processo obsessivo
começou ali e acabou
gerando um doloroso caso
de homossexualidade,
assim explicado pelo
obsessor: Identificando
nela (em corpo de homem,
agora) as tendências
guardadas da vida
anterior, em que as
dissipações atingiram o
auge, seria fácil
perturbar-lhe os centros
genésicos, através da
perversão da mente
inquieta, em processo de
hipnose profunda,
praticada por técnicos
desencarnados. Com a
ajuda de um hipnotizador
indicado por Teofrastus,
foi fácil modificar-lhe
o interesse e
inclinar-lhe a libido em
sentido oposto ao da lei
natural, já que o seu
corpo era masculino,
produzindo irreparável
distonia nos centros da
emoção. Daí por diante,
o obsessor associou-se à
sua organização física e
psíquica, experimentando
as sensações que lhe
eram agradáveis e
criando um
condicionamento em que
seus interesses passaram
a ser comuns. O ódio se
converteu em estímulo de
gozo, imanando-os em
processo de vampirização
em que o Espírito se
locupleta e, ao mesmo
tempo, destrói sua
vítima, atirando-a cada
vez em charco mais vil,
até que o suicídio seja
sua única saída. (Cap.
8, págs.
152 a
156)
53. Uma
intervenção cirúrgica
- O auditório vibrava ao
ouvir o relato da vítima
que se transformara em
verdugo cruel. Os
espetáculos romanos do
passado não poderiam ser
mais chocantes. A
entidade contou, então,
que José começou a
perceber a sua presença
e procurou a orientação
de um médico. Este, sob
a inspiração do
Espírito, recomendou que
o jovem continuasse com
suas experiências
sexuais, porque,
disse-lhe o médico, o
essencial na vida é a
pessoa realizar-se como
achar conveniente e que
tudo o mais são tabus
que devem ser quebrados.
Algum tempo depois,
José, a conselho de um
amigo, procurou
orientação numa Casa
espírita. Ao frequentar
as sessões espíritas, o
jovem saiu do domínio do
obsessor, que passou a
sugestioná-lo de longe,
mas
em vão. O
rapaz aprendeu a orar,
fugindo à sua
influência. Foi com a
ajuda de Teofrastus, que
conseguiu induzi-lo a
novos erros, que
aconteceu o ensejo de
trazê-lo até o
Anfiteatro naquela
noite, onde seria
realizada a intervenção
cirúrgica sugerida por
Teofrastus. "Iremos
fazer uma implantação de
pequena célula
fotoelétrica gravada, de
material especial, nos
centros da memória do
paciente", explicou
Teofrastus. Operando
sutilmente o
perispírito, aquele
pequeno dispositivo
faria com que uma voz
lhe repetisse
insistentemente a mesma
ordem: "Você vai
enlouquecer!
Suicide-se".
Transcorridos dez
minutos, a cirurgia
estava concluída. (Cap.
8, págs. 157 a
160)
54. Entrevista com
Teofrastus - De
rosto cruel, adornado de
barba rala, à moda
oriental, olhos
avermelhados e grandes,
testa larga e cabeleira
abundante, o antigo mago
grego parecia estar em
permanente ira,
transmitindo medo e
pavor aos circunstantes.
Glaucus e os demais são
recebidos em entrevista
e avisam que vêm por
recomendação de
Guilherme. Em seguida,
Glaucus fala no nome de
Henriette Marie de
Beauharnais. Essas
palavras despertam em
Teofrastus sentimentos
contraditórios. Furioso
e envolvido por grande
ódio, avançou sobre
Glaucus, como se fosse
aniquilá-lo. O Benfeitor
permaneceu sereno e
confiante, apesar da
rispidez com que
Teofrastus o tratava.
Disse-lhe então que
Henriette necessitava de
seu socorro e que ele e
seus amigos ali estavam
em nome de Jesus. O
Chefe do Anfiteatro
ficou possesso e
respondeu dizendo que,
ali, o nome de Jesus é
maldito e detestado; mas
não conseguiu, embora
desejasse, amedrontar ou
ferir quaisquer dos
visitantes. Glaucus
explicou-lhe, serenados
os ânimos, que Henriette
se encontrava em
doloroso processo de
vampirização, vitimada
por elementos da própria
Organização dirigida por
Teofrastus. (Cap. 9,
págs. 161 a
166)
Frases e apontamentos
importantes
XCIX. O triunfo do
Consolador prometido por
Jesus, ora entre nós,
ainda não atingiu o
clímax. Ele, porém,
repetindo as "vozes dos
Céus", prosseguirá no
desiderato da verdade,
semeando bênçãos, embora
as pequenas colheitas de
amor, e ficará até o
"fim dos tempos".
(Manoel P. de Miranda,
cap. 8, pág. 146)
C. A missão do
Espiritismo é a mesma do
Cristianismo das
primeiras e refulgentes
horas do caminho e das
arenas: levantar o homem
do abismo do "eu" e
alçá-lo às culminâncias
da fraternidade, após
galgado o monte da
sublimação evangélica
redentora. (Manoel P. de
Miranda, cap. 8, pág.
146)
CI. Transitório o
período das trevas,
prepara ele as
consciências para o
despertamento da
verdade. Saturado das
vibrações ultrajantes, o
Espírito humano buscará,
invadido por
incomparável sede de
renovação, as fontes
inefáveis do bem,
mergulhando
demoradamente nas suas
águas refrescantes...
(Manoel P. de Miranda,
cap. 8, pág. 146)
CII. Em qualquer
problema de desobsessão,
a parte mais importante
e difícil pertence ao
paciente, que afinal de
contas é o endividado. A
este compete o difícil
recurso da insistência
no bem, perseverando no
dever e fugindo a
qualquer custo aos
velhos cultos do "eu"
enfermo, aos hábitos
infelizes, mediante os
quais volta a sintonizar
com os seus
perseguidores que,
embora momentaneamente
afastados, não estão
convencidos da
necessidade de os
libertar. Oração,
portanto, mas
vigilância, também,
conforme a recomendação
de Jesus. A prece
oferece o tônico da
resistência, e a
vigilância o vigor da
dignidade. Armas para
quaisquer situações, são
o escudo e a armadura do
cristão... (Saturnino,
cap. 8, págs. 158 e
159)
CIII. O Espiritismo
possui antídotos para
todas as surtidas das
mentes radicadas no mal,
desde que os que buscam
a linfa soberana e
refrescante da fé
restaurada, desejem
assumir consigo mesmos
os compromissos de
perseverarem nos deveres
superiores, a benefício
pessoal. (Saturnino,
cap. 8, pág. 159)
CIV. Estamos em tarefa
do Senhor. Todo o
cuidado é indispensável
para o êxito do
empreendimento.
Curiosidade agora é,
também, desconsideração
ao compromisso. Tenhamos
tento! (Glaucus, cap. 9,
pág. 162)
CV. As diretrizes do
Cordeiro jamais foram
compatíveis com os
processos da Inquisição
Católica... (Glaucus,
cap. 9, pág. 167)
CVI. O sofrimento, sob
qualquer forma em que se
apresente, é bênção.
Para que, no entanto,
beneficie aquele que o
experimenta, faz-se
indispensável ser
acompanhado pela
resignação, pela
humildade, pela
valorização da própria
dor. Não basta,
portanto, sofrer, mas
bem sofrer,
libertando-se das causas
matrizes da aflição.
((Saturnino, cap. 9,
págs. 168 e 169)
CVII. É muito comum
encontrar-se o homem
experimentando o
impositivo do resgate,
sob nuvens de ira e
desesperação, com as
quais aumenta, graças à
rebeldia e à queixa
injustificáveis, o fardo
das dívidas. (Saturnino,
cap. 9, pág. 169)
CVIII. Nesta Casa
<referia-se ao hospital
de hansenianos>, como em
outras similares,
desfilam os que
afrontaram o corpo,
desrespeitando-lhe as
fontes de vida; os que
esmagaram outras vidas,
enquanto possuíam nas
mãos as rédeas do poder;
os que fecharam ouvidos
e olhos ao clamor das
multidões esfaimadas e
enlouquecidas de dor;
mãos que ergueram o
relho e dilaceraram;
corações que se
empedraram na
indiferença, enquanto
fruíam o licor da
fortuna, da nobreza
mentirosa, da beleza em
trânsito na forma; os
fomentadores do ódio, os
soberbos, os orgulhosos,
alguns suicidas calcetas
inveterados, em
constante tentação para
desertar do fardo outra
vez... Em purgatório
carnal, podem transitar
para as Regiões da Luz
ou para os Abismos da
Treva, dependendo da
livre escolha de que
dispõem os que expungem
com resignação ou com
revolta... (Saturnino,
cap. 9, pág. 169)
CIX. O auxílio que
necessita da impiedade é
azorrague de loucura. A
defesa que acusa faz-se
crueldade. Só o perdão
irrestrito e total
consegue a suprema coroa
da paz. Quem somos nós
para falar em desforço?
Estamos todos sob Leis
rigorosas das quais não
podemos fugir. O ódio
ateia a centelha de
destruição que somente
cessa ante o amor
vitorioso e forte. (Glaucus,
cap. 9, pág. 174) (Continua no próximo
número.)