MARCELO
DAMASCENO DO
VALE
marcellus.vale@gmail.com
São Bento do Sul,
SC (Brasil)
Deus e a criação material
“Deus é
imaterial. Quer
isto dizer que a
sua natureza
difere de tudo o
que chamamos
matéria. De
outro modo, ele
não seria
imutável, pois
estaria sujeito
às
transformações
da matéria.”
(Comentário à
questão 13 de
O Livro dos
Espíritos.)
Sendo Deus, em
sua natureza,
totalmente
imaterial, como
poderá ele ter
criado e
continuar
criando
incessantemente
no mundo
material? Como o
imaterial pode
gerar a matéria?
Qual o segredo?
Estará nossa
resposta no
fluido cósmico
universal?
Allan Kardec
explica em A
Gênese sobre
esse fluido:
"O fluido
cósmico
universal é,
como já foi
demonstrado, a
matéria
elementar
primitiva, cujas
modificações e
transformações
constituem a
inumerável
variedade dos
corpos da
Natureza. (Cap.
X.) Como
princípio
elementar do
Universo, ele
assume dois
estados
distintos: o de
eterização ou
imponderabilidade,
que se pode
considerar o
primitivo estado
normal, e o de
materialização
ou de
ponderabilidade,
que é, de certa
maneira,
consecutivo
àquele. O ponto
intermédio é o
da transformação
do fluido em
matéria tangível.
Mas, ainda aí,
não há transição
brusca,
porquanto podem
considerar-se os
nossos fluidos
imponderáveis
como termo médio
entre os dois
estados." (Cap.
IV, nos 10 e
seguintes.)
(1)
A pureza
absoluta, da
qual nada nos
pode dar ideia,
é o ponto de
partida do
fluido
universal; o
ponto oposto é o
em que ele se
transforma em
matéria
tangível. Entre
esses dois
extremos, dão-se
inúmeras
transformações,
mais ou menos
aproximadas de
um e de outro.
(2)
Uma vez
entendida a
natureza do
fluido
universal, ainda
nos resta
compreender o
processo da
criação divina.
André Luiz
explica no livro
Evolução em Dois
Mundos o
processo de
criação divina a
partir do Fluido
Cósmico
Universal,
afirmando que
esse fluido é:
“o plasma
divino, hausto
do Criador ou
força nervosa do
Todo-Sábio.
Nesse elemento
primordial,
vibram e vivem
constelações e
sóis, mundos e
seres, como
peixes no
oceano”.
(3)
Comenta André
Luiz, mais à
frente, neste
primeiro
capítulo: “Nessa
substância
original, ao
influxo do
próprio Senhor
Supremo, operam
as Inteligências
Divinas a Ele
agregadas, em
processo de
comunhão
indescritível
(...) Essas
Inteligências
Gloriosas tomam
o plasma divino
e convertem-no
em habitações
cósmicas, de
múltiplas
expressões,
radiantes ou
obscuras,
gaseificadas ou
sólidas (...)
Devido à atuação
desses
Arquitetos
Maiores, surgem
nas galáxias as
organizações
estelares como
vastos
continentes do
Universo em
evolução e as
nebulosas
intragaláticas
como imensos
domínios do
Universo".
E conclui de
forma admirável:
“Cabe-nos
assinalar, desse
modo, que, na
essência, toda a
matéria é
energia tornada
visível e que
toda a energia,
originariamente,
é força divina
de que nos
apropriamos para
interpor os
nossos
propósitos aos
propósitos da
Criação, cujas
leis nos
conservam e
prestigiam o bem
praticado,
constrangendo-nos
a transformar o
mal de nossa
autoria no bem
que devemos
realizar, porque
o Bem de Todos é
o seu Eterno
Princípio”.
Deus cria a
matéria e todas
as suas
expressões, por
meio de nós – em
plano menor
quando ainda
inferiores na
escala evolutiva,
em plano maior
quando já
estamos
vinculados a Ele,
nos estados
superiores da
evolução.
De toda forma,
vivemos
mergulhados em
sua substância.
Movimentamo-nos
em Deus,
absorvendo o Seu
amor e
nutrindo-nos de
sua essência.
Compete-nos, a
partir de agora,
refletir a luz
divina que
existe em nós,
aprimorando-nos
e exercitando o
amor imaterial
de Deus ao nosso
redor.
Fontes:
1 – A Gênese,
cap. XIV, item 2
– Allan Kardec;
2 – A Gênese,
cap. XIV, item 5
– Allan Kardec;
3 – Evolução em
Dois Mundos,
cap. 1 – André
Luiz –
psicografia de
Chico Xavier.