A era do PPS
Vivemos a era do PPS. Não há um
evento espírita,
um encontro que
eu vá que não
tenha aquele
monte de imagens
com a música de
fundo, com
textos saltando,
da mesma maneira
que recebemos
diversos destes,
por e-mail,
diariamente.
Da mesma forma,
os palestrantes
espíritas têm
abusado do uso
de slides
gerados em
computador,
repleto de
imagens e
textos, muitas
vezes
simplesmente
lidos, onde a ideia a ser
desenvolvida
fica perdida
naquele
emaranhado de
informações, com
movimentos e
cores, na busca
de impressionar
e despertar a
atenção dos
ouvintes, como
se a ideia
desenvolvida não
fosse forte
suficiente para
isso...
Estamos
embevecidos pela
tecnologia.
Fascinados por
esse admirável
mundo novo.
Quando já nos
acostumamos a
uma nova
parafernália
digital, ela já
está obsoleta e
nós destreinados.
Carregamos o
material de
apoio de nossas
atividades de
divulgação
espírita e
pedagógicas com
essa nuvem de
estímulos para
os sentidos dos
que nos
assistem,
esquecendo-nos
de dosá-las.
“- Ah, você viu
que filme legal
da apresentação?
E as imagens,
que lindas?”
Tudo isso,
roubando espaço
da discussão das ideias, em um
ritmo frenético.
Para cada PPS,
PPT, WMV, MP3,
MVI etc.,
diminuímos as
ações humanas de
jogral, teatro,
declamação,
música cantada
“a capela”; e
todas essas
manifestações
humanas
construídas e
sentidas.
Diminuímos
gente, trocando
estes por
paisagens
distantes,
música mecânica
e textos. Essa
onda de
tecnologia
galopante
precisa de
equilíbrio!
Não se trata de
ojeriza à
tecnologia ou um
desejo ermitão
de se afastar
desse mundo
novo, mas sim
uma necessidade
de não sermos
atropelados, em
nossos valores e
vivências, por
equipamentos
eletrônicos. A
tecnologia virou
um mito,
sinônimo de
futuro e
progresso. Mas
isso não implica
o fim da vida
como conhecemos
e sim a
utilização de
recursos
adicionais
voltados para o
ser humano.
Essa questão da
tecnologia
avassaladora
traz em si,
ainda, outros
reflexos na
nossa vivência.
Em uma festa de
jovens da
mocidade
espírita, em um
encontro, em uma
tarde fraterna,
observo que nos
preocupamos
muito com
fotografar e
filmar, para
postar no Blog e
na rede social.
E lá está aquela
multidão com seu
celular
levantado, como
um exército de “câmeras-men”,
na busca de
registrar em seu
aparelho tudo
que estão vendo,
ou deixando de
ver.
Essa é a
questão. A
tecnologia está
fazendo que o
aspecto estético
e o desejo de
registrar tudo
suplantem a
construção do
conhecimento e a
vivência dos
momentos. Nas
atividades deve
ser valorizado o
sentir e não o
registro.
Lembrar-nos-emos
do que sentimos
vendo os
momentos
registrados. Mas
se não sentimos
nada, nada
lembraremos...
É compreensível
isso tudo, pois
são muitos
estímulos,
principalmente
para o jovem
espírita. Essa
gama de
informações,
onde ele perde a
profundidade do
momento na
multiplicidade
dos eventos. Mas
é preciso
reagir, rever
conceitos e
posturas frente
à tecnologia
diante dos
nossos valores,
dos sentimentos
mais profundos.
Por fim, fica a
reflexão...
Estamos
valorizando
nossos eventos
pelo seu
potencial
tecnológico ou
essa tecnologia
está na dose
certa, servindo
ao sentimento e
ao aprendizado
do Espírito?
Extensão de
programas de
computador
feitos no
Microsoft
PowerPoint, que
são
apresentações de
slides
autoexecutáveis,
sem a
necessidade de
se apertar o
botão a cada
mudança de
slide.