MARCUS DE MARIO
marcusdemario@gmail.com
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Será que o Chico
disse?
Desencarnado em
2002, nosso
querido médium
Chico Xavier,
exemplo de amor
e caridade, tem
sido utilizado
pelas pessoas
para justificar
as mais
intrigantes
revelações, que
estão a
abarrotar nossa
caixa de
mensagens na
internet, assim
como fazendo
estardalhaço na
mídia impressa e
on-line,
revelações essas
que teriam sido
feitas pelo
Chico, sobre os
mais diversos
assuntos, em
momentos íntimos
de convivência
com este e
aquele, ou seja,
não existem
testemunhas, mas
é um tal de se
dizer que, em
determinado dia,
estando com o
Chico Xavier,
este teria dito
que… e lá se vão
revelações e
mais revelações.
Até livros têm
sido publicados
com as tais
confidências
reveladoras de
Chico Xavier.
É muito triste
verificar o que
estão fazendo
com o notável
médium mineiro,
que sempre
pautou sua vida
pelo estudo
sério do
Espiritismo;
pela defesa dos
princípios
básicos da
doutrina,
conforme
estabelecidos
por Allan Kardec; pela
humildade em
todos os
sentidos; tendo
sempre postura
correta no trato
com as questões
do intercâmbio
mediúnico. Basta
estudar sua
vida, suas
falas, suas
aparições
públicas, que
são fartas, para
reconhecer que
ele não se
prestava a fazer
revelações
bombásticas
sobre o futuro e
outros assuntos,
sempre tomando
cuidado com as
informações de
caráter
espiritual.
Esse cuidado que
Chico Xavier
tinha é o que
está faltando a
muitos médiuns e
confrades
espíritas, que
parecem ávidos
por novidades e
um lugar ao sol,
não utilizando
os critérios da
lógica, do bom
senso, da razão
e da
universalidade
do ensino dos
Espíritos para
peneirar
informações,
fazendo, assim,
com que
verdadeiras
aberrações
doutrinárias
sejam colocadas
na boca do
Chico.
É muito fácil
colocar na boca
de alguém, que
não se encontra
mais entre nós,
palavras,
frases,
pensamentos, e
sem que haja uma
única testemunha
do fato. O que
podemos pensar
disso? Que
muitas pessoas,
até mesmo de
boa-fé, pois não
podemos conceber
que haja por
parte de um
espírita a
conotação de
maldade, estão,
na verdade,
defendendo
posição pessoal,
ideias
individuais, sem
a devida coragem
de sustentar
posições e
ideias por conta
própria,
arrimando-se em
Chico Xavier
para conseguir
dar
credibilidade ao
que não se
sustenta por si
próprio, muito
menos quando
cotejado com a
doutrina
espírita.
Lembremos que
Chico Xavier
repetia
insistentemente
que seu
orientador e
benfeitor
espiritual,
Emmanuel, lhe
havia
recomendado
ficar sempre com
Kardec. Ora, se
ele sempre
seguiu essa
recomendação,
como é sabido de
todos, como
poderia ter
feito revelações
que contrariam
os estudos
basilares de
Kardec,
formadores do
edifício
doutrinário do
Espiritismo?
E o que também
impressiona é o
aparecimento,
nos últimos
tempos, de
amigos íntimos
do medianeiro.
Até quem foi só
uma ou duas
vezes a Uberaba
tem alguma
revelação a
fazer sobre o
que o médium lhe
disse, em
segredo, sobre
isto e aquilo. É
a banalização da
mediunidade,
verdadeiro
festival
degradante de
pseudorrevelações,
chafurdando
Chico Xavier na
lama das
vaidades
inconfessáveis
de pessoas que
nada têm de si e
querem
conspurcar a
doutrina que
lhes pede
transformação
moral.
Aos espíritas
sérios compete
combater esse
mal, porta
aberta para a
obsessão e os
desvios
doutrinários,
mostrando a
incoerência do
fato, e que
Chico Xavier não
se prestaria a
esse papel
ridículo de
fazer revelações
mediúnicas a
torto e a
direito, na
calada da noite,
para este ou
aquele, em
colóquios
íntimos. Somente
pessoas ingênuas
podem dar
crédito a isso.
E se fazem isso
com Chico
Xavier, o que
não farão com
Divaldo Pereira
Franco, José
Raul Teixeira e
qualquer outro
médium dotado de
certa
notoriedade e
respeito, quando
desencarnarem?
Já podemos
vislumbrar o
quadro: “O
Divaldo, um dia,
lá na Mansão do
Caminho, quando
estávamos
conversando, me
revelou que...”,
e assim teremos
mais uma chuva
torrencial de
pseudorrevelações.
Bem, será que o
Chico disse? Na
dúvida, como nos
alerta o
Espírito Erasto,
em “O Livro dos
Médiuns”, é
melhor rejeitar
dez verdades, do
que aceitar uma
mentira, ou
seja, é melhor
ficar com os
livros
psicografados,
com as
entrevistas
gravadas e os
testemunhos
idôneos, do que
acreditar no que
apenas uma
pessoa está
revelando em
nome do nosso
querido Chico
Xavier.