O teste do Marshmallow e a
Doutrina
Espírita
Nos anos 1960 do
século passado,
o psicólogo
Walter Mischel
realizou uma
experiência que
ficou conhecida
como o Teste do Marshmallow
envolvendo
várias crianças
de 4 anos.
Mischel colocou
uma porção de
doces para os
pequenos e disse
a eles que
sairia e
retornaria em
breves minutos.
A criança que
conseguisse
segurar a
tentação de
degustar a
guloseima
ganharia um
prêmio, ou seja,
ao invés de um
receberia dois marshmallows.
O psicólogo
então se retirou
da sala e as
crianças lá
ficaram.
Algumas
resistiram à
tentação e não
atacaram os
doces.
Brincaram com os
pés, encobriram
os olhos com as
mãos e
utilizaram de
todos os meios
possíveis para
vencerem a
tarefa e
conquistar a
recompensa de um
doce a mais.
No entanto,
algumas crianças
foram derrotadas
pela tentação.
Simplesmente
sucumbiram e
comeram uma
guloseima antes
da chegada do
cientista.
Acredito
sinceramente que
eu também não
resistiria.
As outras,
conforme
prometido,
obtiveram êxito
e, por esperarem
e se
controlarem,
saíram com um
marshmallow a
mais.
Mas a pesquisa
não acabou por
aí.
Os guris foram
observados pelo
psicólogo
durante a
adolescência,
e 16 anos após a
aplicação do
teste,
verificou-se
que: aqueles que
não resistiram e
atacaram os
doces tinham um
perfil
psicológico mais
complicado que
as outras
crianças:
tímidos,
teimosos,
demonstravam
agressividade e
má opinião sobre
si próprios.
Já o outro
grupo, os
resistentes,
demonstrou mais
competência
social e
capacidade em
lidar melhor com
as frustrações
da vida.
Ao tomar
conhecimento do
Teste do
Marshmallow,
lembrei-me de
minha mãe que em
face de minhas
traquinagens,
dizia:
- O apressado
come cru.
Exatamente!
Minha saudosa
mãe tinha razão,
e olha que
provavelmente
ela não conhecia
esses estudos.
A propósito, nem
é preciso muito
esforço mental
para concluir
que quem não
sabe esperar a
hora de sua
colheita não
obtém o sucesso
almejado.
É preciso
entender que há
o momento para
tudo nesta vida:
de receber, dar,
plantar, colher,
esperar...
Esta experiência
nos locomove a
sérias reflexões
sobre um tema
extremamente
importante:
Inteligência
Emocional. Isto
mesmo, pois
apenas
desenvolvendo a
Inteligência
Emocional é que
conseguiremos
lidar melhor com
nossos
sentimentos,
cuidar da
ansiedade,
controlar a
agressividade,
calar no momento
oportuno,
relacionar bem
com o outro,
saber esperar o
momento oportuno
de agir e demais
atributos.
O consagrado
escritor Daniel
Goleman
informa-nos que
a Inteligência
Emocional não é
somente para
alguns iniciados
na arte de
controlar as
emoções. Ela – a
inteligência
emocional – pode
ser trabalhada e
consequentemente
desenvolvida.
E traça cinco
ingredientes
para o seu
desenvolvimento.
Ei-los abaixo:
-
Autoconhecimento
- Autocontrole
- Automotivação
- Empatia
- Habilidades
interpessoais.
Interessante é
que todos esses
pesquisadores e
cientistas de
renome repetem,
provavelmente
sem ter
conhecimento do
Espiritismo, as
lições ensinadas
pelos Imortais.
Observemos que o
autoconhecimento
é destacado em
O Livro dos
Espíritos, na
questão 919 como
um meio eficaz
para
melhorar-se.
O autocontrole é
comentado na
questão de no.
909 de O Livro
dos Espíritos,
quando eles nos
ensinam que
podemos vencer
nossas más
inclinações
fazendo
esforços. Mostra
claramente a
relação com o
autocontrole. O
indivíduo que se
autocontrola
vence as suas
chagas morais.
Deixa de
responder a
ofensa, não se
entrega aos
vícios...
A automotivação
encontramos em
O Evangelho segundo o
Espiritismo, no
belíssimo tópico
“O Homem de
Bem”, no
capítulo XVIII.
Ao tomarmos
contato com
texto de tão
elevado teor
sentimo-nos
automotivados
para conquistar
as virtudes que
caracterizam o
verdadeiro Homem
de Bem, que
pratica a lei da
justiça, amor e
caridade em toda
sua pureza.
A empatia, ou
seja, a
capacidade de
colocar-se no
lugar do outro,
está explícita
na frase de
Jesus: “Amar a
Deus sobre todas
as coisas e ao
próximo como a
nós mesmos”. Eis
a empatia, o
colocar-se no
lugar do outro
para poder
compreender suas
atitudes e,
então, colocar
em ação o verbo
amar.
As habilidades
interpessoais
encontramos em
O Livro dos
Espíritos, Lei
de Sociedade, no
magistral
comentário de
Allan Kardec que
transcrevemos
abaixo:
“Nenhum homem
possui todos os
conhecimentos.
Pelas relações
sociais é que se
completam uns
aos outros para
assegurar seu
bem-estar e
progredir: é por
isso que, tendo
necessidade uns
dos outros, são
feitos para
viver em
sociedade e não
isolados”.
Compreendemos,
assim, que a
Doutrina
Espírita é a
autêntica
alfabetizadora
das almas, farol
que ilumina os
corações na
conquista da
evolução. E,
dentro do
quesito
evolução,
obviamente que
enquadramos o
desenvolvimento
da Inteligência
Emocional,
pesquisada pelos
cientistas do
hoje, mas antes
desvendada pelos
sábios do Além.
Imperioso
refletirmos se
estamos, como as
crianças de
Mischel,
avançando sobre
os Marshmallows
da vida. Se
assim
constatarmos é o
momento de
parar, repensar
e modificar os
rumos
existenciais
para que não
cheguemos ao
Além lambuzados
pela nossa
precipitação.
Pensemos nisto!