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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 219 - 24 de Julho de 2011

ALTAMIRANDO CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 

Chico Xavier continua
entre nós


Francisco Cândido Xavier continua vivo na Pátria Espiritual, de onde, por certo, tem acompanhado todas as merecidas homenagens que lhe foram  prestadas.

Nascido em Pedro Leopoldo (MG) em 2 de abril de 1910 e desencarnado em 30 de junho de 2002 em Uberaba (MG), o médium viveu 92 anos (bem vividos) na vida física, indício de uma vida santificante na espiritualidade.

Indiferente a qualquer ímpeto de vaidade e personalismo, Chico percorreu os 92 anos de vida física com extrema fidelidade aos ensinamentos de Jesus Cristo, tendo como norma as três recomendações básicas de Emmanuel, o seu Mentor Espiritual: disciplina, disciplina, disciplina.

Já no seu primeiro grande livro mediúnico: Parnaso de Além-Túmulo, ele não deixou dúvida, mesmo aos mais severos críticos da literatura brasileira, de que os mortos, realmente, estão de pé; de que ninguém morre e de que os bons Espíritos não perdem a disposição de ensinar os homens.

Impossível falar de toda a produção literária que ele recebeu dos Espíritos desencarnados, que mereceu o respeito de todos os segmentos, como é o caso do romance Paulo e Estêvão, ditado por Emmanuel, que é a história do próprio Cristianismo.

Pobre em posses materiais, mas rico em espiritualidade, doou todos os direitos autorais dos livros para as obras assistenciais espíritas, tornando-se um exemplo para todos, espíritas ou não. Se nos faltassem palavras para dizer alguma coisa sobre ele, a indicação para o Prêmio Nobel da Paz e o título de O Mineiro do Século já diriam tudo.

Importante é não ficarmos somente na admiração de tudo o que ele fez ou deixou, mas que possamos, antes de tudo, seguir os seus exemplos. Ele cumpriu bem a sua missão e retornou à Pátria Espiritual consciente do dever cumprido. O trabalho foi feito, na hora e no tempo exatos, planejados segundo os desígnios superiores.

Como bem registrou o jornal Tribuna Espírita, de João Pessoa (PB), na edição 48/1990: “Doente, deu a  saúde a milhares de pessoas. Pobre, consolou numerosos ricos. Sem títulos acadêmicos, psicografou uma verdadeira enciclopédia do espírito, sobre os mais diversos temas da Filosofia e da Ciência. De sua boca jamais se ouviu uma palavra de pessimismo, de ódio e de revolta; somente palavras de amor, caridade, conforto e felicidade plena”.

Outro comovente registro foi feito pelas Cooperativas de Uberaba, no jornal uberabense Lavoura e Comércio, edição de 3 de julho de 2002: ”Imaginem todas as virtudes humanas reunidas em um só homem! Bondade, humildade, amor. Este homem existiu entre nós e já descansa ao lado do Pai. Ele é Chico Xavier, mais uma estrela a brilhar no céu!”.

Poucos líderes religiosos tiveram o reconhecimento de autoridades de setores tão diversos, como o Xeique Jihak Hasan, vice-presidente da Assembleia Mundial da Juventude Islâmica: ”Mesmo que seja de outra crença religiosa, não posso deixar de admitir que com seus princípios Chico Xavier lutava pelo bem e pela paz. Perdemos então mais um guerreiro a serviço da tolerância”, disse o Xeique, ao saber da desencarnação do médium.

E mais: o prefeito de Uberaba na época, Marcos Montes Cordeiro, que decretara luto oficial por três dias e feriado municipal: ”É uma perda irreparável”, enfatizou; o então governador de Minas Gerais, Itamar Franco, que decretara luto oficial no Estado por três dias: ”Chico Xavier expressava em sua face uma imensa bondade, reflexo de sua alma iluminada, que transparecia, particularmente, em sua dedicação aos pobres, imagens que vou guardar para sempre, com muito carinho”.

Por sua vez, o presidente da República na época, Fernando Henrique Cardoso, divulgou nota: ”... Grande líder espiritual e figura querida e admirada pelo país inteiro...”; o saudoso Ramez Tebet, na época presidente do Congresso Nacional, apresentou moção: “...  A quantos desesperançados ele levou a esperança? Foi uma grande perda...”; o então presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, disse que “ele era uma figura muito confortadora para todos, independentemente da religião de cada um.”

Há nove anos,  Francisco Cândido Xavier nos deixou, materialmente falando.  Mas, da espiritualidade, ele nos acompanha, intuindo-nos à realização de boas obras, neste mundo onde o ódio e a discórdia exercem seus poderes nefastos.

Sim, há muito que fazermos. Como aquela ave pequenina, que molhava as suas asas no lago e espalhava as gotas de água  no grande incêndio da floresta, sob a alegação de que não poderia apagar o incêndio, mas pelo menos estava fazendo a sua parte, façamos também a nossa parte. Por um mundo melhor, por uma sociedade mais feliz.

Lembremos  o registro de um parlamentar no jornal Lavoura e Comércio, de Uberaba, na edição de 3 de julho de 2002: “Irmão Chico, maior que a dor do momento só mesmo a certeza de que agora você está se revigorando para novas lutas a serem vencidas...”

Estejamos certos de que Francisco Cândido Xavier está conosco, acompanhando-nos e nos abençoando, como fazia na vida física. Imitemo-lo e sigamos os seus exemplos.




 


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