GUARACI LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora,
Minas Gerais (Brasil)
Atropelos ou atropelados?
Assim vive o
homem. Assim
caminha a
humanidade
terrestre nestes
tempos atuais. O
tempo, em
verdade, quase
não existe. As
horas correm
céleres
atropelando
nossas
programações.
Será que é assim
mesmo ou será
que nos deixamos
levar pela
alucinante
correnteza deste
rio de
incertezas? É
bom refletir. É
bom pensar e
concluir que
algo de superior
deve ser
procurado por
nós. Algo que
agregue valor à
nossa existência
dentro do
programa
evolutivo em que
estamos
inseridos, cada
qual,
individualmente.
Não nos basta
mais cumprir as
quatro propostas
básicas da
sobrevivência
que são:
alimentar,
dormir,
trabalhar e
reproduzir.
Dados os séculos
de experiências
acumuladas neste
planeta,
compete-nos uma
outra procura,
mesmo que
tenhamos que
abdicar de
velhos hábitos
enraizados e
sofridos dentro
de nós. Temos um
absurdo acúmulo
de gorduras
psíquicas que
necessitam ser
expurgadas para
o nosso bem,
para o bem da
sociedade. É bom
que nos liguemos
a algo profícuo
que nos liberte
deste torvelinho
insano de
repetições
infelizes dos
erros seculares.
Eles renascem
conosco e tomam
conta de nós,
muitas vezes
quando ainda
crianças, para
tomarem vultos
espantosos na
adolescência e
depois na
maturidade. O
ciclo passa e
pouco nos
adiantamos por
não mudarmos
nossos pontos de
vistas sobre
esse ou aquele
ângulo comumente
pobre e mundano.
Gandhi, o
extraordinário
líder indiano,
nos alertou:
“Acreditar em
algo e não o
viver é
desonesto”.
Kardec, no item
VIII da
Introdução do
Livro dos
Espíritos, nos
assevera que “o
estudo de uma
doutrina, como é
o caso da
Doutrina
Espírita, que
subitamente nos
lança numa ordem
de coisas tão
nova e
grandiosa, só
pode ser feito
de maneira
proveitosa por
homens sérios,
perseverantes,
isentos de
ideias
preconcebidas e
impulsionados
por um firme e
sincero
propósito de
alcançar um
resultado”.
Daí resta-nos o
dever de
repensar nossas
vidas e atitudes
quando apenas
acreditamos na
Doutrina
Espírita, mas
não vivenciamos
os seus
fundamentos.
Fomos
direcionados por
Jesus para uma
casa espírita e
não foi por
acaso. Ele bem
conhece nossas
profundidades,
riquezas e
insanidades e
sabe o que mais
precisamos por
agora.
Quantos ainda se
perdem em
questões de
menos
importância,
movidos pela
força retrógrada
dos nossos
atavismos,
cultivados e
cultuados
enquanto o tempo
passou e agora é
tudo diferente?
Quantas vezes,
em reuniões
mediúnicas,
dialogamos com
irmãos
desencarnados
cujas mentes
situam-se ainda
no início do
século passado
ou mesmo antes,
sem o menor
conhecimento que
aquele tempo é
findo? Quantos
reencarnam e
suas mentes
ainda estão
presas a tempos
anteriores e
tantos buscam na
vingança, no
ciúme, no ódio a
solução de
velhas questões,
utilizando a lei
de talião,
enquanto que a
proposta nova é
a benevolência,
a indulgência e
o perdão,
corolários da
caridade,
conforme a
questão 886 de O
Livro dos
Espíritos?
Percebemos
facilmente que
muitas mentes
ainda se
encontram
fundamentadas em
teorias
medievais,
buscando
reafirmá-las a
todo custo no
século XXI,
esquecidos que o
Renascimento
trouxe para o
homem a
perspectiva de
ser cocriador
com Deus, como
afirmou Jesus e
que tão poucos
entenderam. E
depois da
Renascença, o
tempo evoluiu, o
pensamento
humano e as
propostas
científicas e
tecnológicas
deram saltos
extraordinários
e que a Doutrina
Espírita chegou
e: “...Pela sua
potência
moralizadora,
por suas
tendências
progressivas,
pela amplitude
de suas vistas,
pela
generalidade das
questões que
abraça, o
Espiritismo,
mais que
qualquer outra
doutrina está
apta a secundar
o movimento
regenerador...”
como afirma
Kardec em A
Gênese, cap.
XVIII, item 24.
Todo dia é novo.
O tempo se faz
outra vez. Para
muitos será o
último, mas para
outros tantos
não o será. É
bom
aproveitarmos as
vinte e quatro
horas que se
alinhavam e
formam uma nova
oportunidade de
trabalhos e
constructos que
nos deem a
felicidade de
participarmos
com acerto na
Grande Obra da
Criação. E
assim, ao
chegarmos ao
término de cada
dia, podermos
dizer sossegados
e em paz: venci
um pouco mais
esta batalha
contra as minhas
más tendências.
E aqui nos
lembramos de
Santo Agostinho
quando disse que:
“A verdade é o
alimento das
almas”. E esta
questão da
verdade nos
coloca face a
face com outra
realidade: qual
é a minha
verdade? Ótimo
tema para
propor-nos e
agora como um
fundamento sério
a ser estudado.
Jesus disse a
Pedro: “A
verdade é o
conhecimento da
Luz Divina”. A
Luz Divina,
sabemos, promana
de Deus, a causa
primeira de
todas as coisas.
Assim chegamos à
conclusão de que
a Verdade está
guardada dentro
de nós, numa
caixa de pandora,
a guardiã deste
bem inestimável
que nos leva à
liberdade total,
como nos
asseverou o
Mestre dos
Mestres.
A verdade, porém,
deve ser tocada
de leve, mas de
forma constante.
Ela não pode
sair de uma só
vez. Não
suportaríamos
sua luz. Contudo,
quando a tocamos
nossos dedos
passam a ser
mágicos e nossas
visões se
dilatam, e
ei-nos como
novos, vendo
coisas novas nos
tempos que se
sucedem dentro
do maravilhoso
ciclo da aurora
e do poente que
se vê no céu,
que se vê em
cada um.