Carta aos tristes
Casimiro Cunha
Alma irmã de nossas
almas,
Por que vives triste
assim?
Todos os males da Terra
Chegarão, um dia, ao
fim.
Se tens o teu pensamento
Na ideia da salvação,
Já deves compreender
Que o mundo é de
provação.
É justo que sintas muito
As lágrimas da saudade,
Que chores um ente amigo
Na senda da iniquidade.
É certo que neste mundo,
Onde há espinho em toda
a estrada
Não há lugar para o
excesso
Do riso ou da
gargalhada.
Mas, ouve. O amor de
Jesus
É como um sol de
harmonia.
Quem se banha em Sua luz
Vive em perene alegria.
Demasia de tristeza
É sinal de isolamento.
Quem foge à fraternidade
Busca a sombra e o
desalento.
Guarda o bem de teus
esforços
Num plano superior,
Não há tristeza amargosa
Para quem ama o labor.
Transforma as
experiências
Pelas quais hajas
passado,
Num livro fraterno e
santo
Que ampare o mais
desgraçado.
O serviço de Jesus
É tão grande, meu irmão,
Que não oferece ensejo
A qualquer lamentação.
O senso de utilidade
Deve sempre andar
contigo.
Transforma em vaso de
amor
Teu coração brando e
amigo.
Dá sorrisos, esperanças,
Ensinos, consolação.
Espalha o bem que
puderes
Na senda da redenção.
Enche a tua alma de fé,
De paz, de amor, de
humildade.
Não há tristeza
excessiva
Onde exista a Caridade.
Quando, de fato,
entenderes
A caridade divina,
Tua dor será no mundo
Como fonte cristalina.
Dá sempre. Trabalha.
Crê.
E a tua fonte de luz
Há de cantar sobre a
Terra
Os júbilos de Jesus.
Poema extraído do livro
Cartas do Evangelho,
de Casimiro Cunha,
psicografado pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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