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O Espiritismo responde
Ano 5 - N° 219 - 24 de Julho de 2011
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)



A leitora Junia A. Pereira Ribeiro pergunta-nos qual é a relação entre afinidade e sintonia, no tocante ao intercâmbio entre médiuns e os Espíritos atendidos nas sessões mediúnicas.

A sintonia é ingrediente fundamental na prática mediúnica. É por meio dela que ocorre a percepção das influências espirituais, porquanto, sendo nossa mente um núcleo de forças inteligentes, gera ela pensamentos que, ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de ideias do mesmo teor vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica.

Em nossa caminhada evolutiva, somos todos instrumentos das forças com as quais sintonizamos. Todos somos médiuns dentro do campo mental que nos é próprio. Se nosso pensamento flui na direção da vida superior, associamo-nos às energias edificantes. Se nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada, entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes. 

As relações entre Espíritos e médiuns estabelecem-se, como sabemos, por meio dos respectivos perispíritos, dependendo do grau de afinidade existente entre eles a maior ou menor facilidade dessas relações.

Ocorre, porém, que entre determinado Espírito e um médium pode haver afinidade fluídica e não existir afinidade moral, do mesmo modo que pode existir afinidade moral e não haver afinidade fluídica.

 

A afinidade fluídica depende da constituição do organismo espiritual do médium e do Espírito.

 

A afinidade moral decorre do adiantamento espiritual alcançado por um e outro.

A propósito do assunto, Joanna de Ângelis escreveu, por intermédio do médium Divaldo Franco, um importante texto, constante do cap. 10 do livro Momentos de Meditação, que vale a pena recordar:

“As leis de afinidade ou de sintonia, que vigem em toda parte, respondem pela ordem e pelo equilíbrio universal.

Pequena alteração para mais ou para menos, entre os fenômenos do eletromagnetismo e as forças da gravitação universal, tornaria as estrelas gigantes azuis ou pequenos astros vermelhos perdidos no caos.

Transferidas para a ordem moral, as leis de afinidade promovem os acontecimentos vinculando os indivíduos, uns aos outros, de forma que o intercâmbio seja automático, natural.

Mentes especializadas mais facilmente se buscam em razão do entendimento e interesse que as dominam na mesma faixa de necessidade. Sentimentos viciosos encontram ressonância em caracteres morais equivalentes produzindo resultados idênticos.

O homem colérico sempre encontrará motivo para a irritação; assim como a pessoa dócil com facilidade identifica as razões para desculpar e entender.

Há uma inevitável atração entre personalidades de gostos e objetivos semelhantes como repulsa em meio àqueles que transitam em faixas de valores que se opõem.

Na área psíquica o fenômeno é idêntico. Cada mente se irradia em campo próprio, identificando-se com aquelas que aí se expandem.

O psiquismo é o responsável pelos fenômenos físicos e emocionais do ser humano. Conforme a expansão das ideias, vincula-se a outras mentes e atua na própria organização fisiológica em que se apoia, produzindo manifestações equivalentes à onda emitida. Assim, os pensamentos positivos e superiores geram reações salutares, tanto quanto aqueloutros de natureza perturbadora e destrutiva produzem desarmonia e insatisfação.

No campo das expressões morais o fenômeno prossegue com as mesmas características. Os semelhantes comportamentos entre os homens e os Espíritos jungem-se, impondo-lhes interdependência de consequências imprevisíveis. Se possuem um teor elevado, idealista, impelem os seres encarnados quão desencarnados a realizações santificantes, enquanto que, de caráter vulgar, facultam intercâmbio obsessivo ou tipificado pela burla, mentira, insanidade...

É, portanto, inevitável afirmar-se que as qualidades morais do médium são de alta importância para o salutar intercâmbio entre os homens e os Espíritos. Somente as Entidades inferiores se apresentam por intermédio dos médiuns vulgares, insatisfeitos, imorais...

Os Mentores, como é natural, sintonizam com aqueles que se esforçam por melhorar-se, empenhados na sua transformação moral, que combatem as más inclinações e insistem para vencer o egoísmo, o orgulho, esses cânceres da alma que produzem terríveis metástases na conduta do indivíduo.

Pode-se e deve-se, pois, examinar o valor e a qualidade das comunicações espirituais, tendo-se em conta o caráter moral do médium, seu comportamento, sua vida.”



 


 
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