– Sei que orienta «O
Remanso Fraterno», que é
uma instituição que
apoia crianças.
Raul Teixeira:
Sou um dos diretores,
sim. Crianças
socialmente carentes e
as famílias dessas
crianças. Fazemos um
trabalho de
escolarização das
crianças. Elas entram às
7h30 da manhã, saem às
17h. Nós temos
transporte, para ir
buscá-las e devolvê-las
aos mesmos lugares. Os
pais vão deixá-las e vão
buscá-las aos mesmos
lugares.
– Por que é que se meteu
com uma trabalheira
dessas, quando podia
levar uma vida tão boa
como professor
universitário?
Raul:
O que ocorre é que eu
sou um professor
universitário espírita,
e sempre, desde jovem,
fazendo palestras
espíritas e pregando a
fraternidade e a
caridade como bandeira.
E os Bons Espíritos
entenderam que era
importante que o meu
falar tivesse o respaldo
da minha prática. A
minha prática de vida
pessoal era uma prática
já vivida por mim, ainda
que com esforços, mas a
minha prática social
precisava ser
desenvolvida. Então em
1978 reuni um grupo de
companheiros, começamos
a atender numa das
favelas da minha cidade.
Durante 2 anos atendemos
ali, fundamos, em função
disso, a sociedade
espírita, logo o nosso
trabalho social começou
antes da fundação do
Centro Espírita da
Sociedade Vida
Fraternidade. Depois
dessa sociedade fundada
nós não pudemos mais
manter os trabalhos
sociais na mesma favela,
porque ela foi
urbanizada pelo Governo
e não nos permitiram
mais qualquer espaço
físico e, como nós
tínhamos o trabalho de
reforço escolar, de
aulas de costura com as
mães, etc., precisávamos
de espaço físico. Daí
saímos para adquirir um
terreno de 50 mil m2
onde instalamos há 22
anos o «Remanso
Fraterno» e dessa
maneira o Remanso vem
sendo o braço social da
sociedade espírita
Fraternidade, embora a
sociedade tenha nascido
a partir desse trabalho
social na favela.
Entrevista concedida ao
Jornal de Espiritismo,
da ADEP, Portugal,
quando do 6º Congresso
Espírita Mundial
realizado em Valência,
Espanha, em outubro de
2010.
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