O leitor José Eustáquio
Antônio, de Uberlândia-MG,
diz-nos o seguinte: “Ouvi em
uma palestra na casa
espírita o palestrante dizer
que pode o participante
dormir que faz parte do
tratamento. Gostaria que os
irmãos pudessem publicar um
estudo relativo ao assunto.
Pois, se é pra dormir,
deveria ficar em casa, não
é?”.
Como não foi dito pelo
leitor em que circunstâncias
o sono foi sugerido pelo
palestrante, trataremos do
assunto focalizando três
momentos em que a sonolência
pode envolver uma pessoa.
O primeiro, talvez o mais
comum dentre todos, é o sono
durante uma palestra ou uma
reunião de estudos
doutrinários.
Muitas vezes, o expositor
não colabora e, tornando sua
palestra desinteressante,
pode induzir alguém ao
chamado
cochilo.
É, pois, fundamental que ele
realize um esforço para
corrigir a situação, que
pode, a médio prazo, colocar
em risco a seriedade do seu
trabalho. Quanto aos
ouvintes, é óbvio ser
necessário que se mantenham
alertas, procurando evitar
as condições que favoreçam o
sono em tais situações. Se
vier a sonolência, deve a
pessoa pedir licença,
levantar-se, respirar fundo
e, após refazer-se, voltar
ao local onde se encontrava.
Numa palestra ou numa
reunião de estudos é
evidente que o sono só
prejudica, porque em casos
assim a atenção é
fundamental para
compreensão, retenção e
consequente assimilação do
que é exposto.
Outro momento em que o sono
pode ocorrer dá-se, às
vezes, quando da leitura de
um livro.
Divaldo Franco fala sobre o
assunto no livro
Diretrizes de Segurança,
questão 88, em que diz: “O
sono normalmente decorre da
falta de hábito da leitura,
excepcionalmente quando a
pessoa está em processo
obsessivo, durante o qual as
entidades inimigas operam
por meio de hipnose, para
impedirem àquele que está
sob o seu guante que se
esclareça, que se ilumine,
e, consequentemente, se
liberte. Mas, não em todos
os casos. Na grande maioria,
as pessoas cochilam na hora
da leitura porque não se
interessam e não fazem o
esforço necessário para se
manterem lúcidas, como
também cochilam durante a
sessão, por não estarem
achando-a interessante; mas
permanecem na maior
atividade, quando vão ao
cinema, ou ficam diante da
televisão até altas horas,
quando os programas lhes
agradam”.
Um terceiro momento em que o
sono pode ocorrer é nas
sessões mediúnicas. Por que
isso ocorre? Como evitá-lo?
Raul Teixeira, na questão 53
da obra acima mencionada,
dá-nos sobre o assunto a
seguinte explicação: “As
causas podem ser várias.
Desde o cansaço físico,
quando o indivíduo vem de
atividades muito intensas e,
ao sentar-se, ao relaxar-se,
naturalmente é tomado pelo
torpor da sonolência.
Também, pode ser causado
pela indiferença, pelo
desligamento, quando alguém
está num lugar, fisicamente,
entretanto pensando em
outro, desejando não estar
onde se acha. Compelido por
uma circunstância qualquer,
a pessoa se desloca
mentalmente.
O
sono pode, ainda, ser
provocado por entidades
espirituais que nos
espreitam e que não têm
nenhum interesse em nosso
aprendizado para o nosso
equilíbrio e crescimento.
Muitas vezes, os
companheiros questionam:
‘– Mas nós estamos no Centro
Espírita, estamos num campo
protegido. Como o sono nos
perturba?’ Temos que
entender que tais entidades
hipnotizadoras podem não
penetrar o circuito de
forças vibratórias da
Instituição, ficam do lado
de fora. Mas, a pessoa que
entrou no Centro, na
reunião, não sintonizou com
o ambiente, continua
vinculada aos que se
conservam fora, e através
dessa porta, desse plug
aberto, ou dessa tomada, as
entidades que ficaram lá de
fora lançam seus tentáculos
mentais, formando uma ponte.
Então, estabelecida a
ligação, atuam na intimidade
dos centros neuroniais
desses incautos, que dormem,
que se dizem desdobrar:
‘– Eu não estava dormindo...
apenas desdobrei, eu ouvi
tudo...’ Eles viram e
ouviram tudo o que não fazia
parte da reunião. Foram
fazer a viagem com as
entidades que os
narcotizaram. Deparamos aí
com distúrbios graves,
porque quando termina a
reunião o indivíduo está
fagueiro, ótimo e sem
sono, e vai assistir à
televisão até altas horas,
depois de se haver submetido
aos fluidos enfermiços. Por
isso recomendamos àqueles
que estão cansados
fisicamente que façam um
ligeiro repouso antes da
reunião, ainda que seja por
poucos minutos, para que o
organismo possa
beneficiar-se do encontro,
para que fiquem mais atentos
durante o trabalho
doutrinário. Levantar-se,
borrifar o rosto com água
fria, colocar-se em uma
posição discreta, sempre que
possível ao fundo do salão,
em pé, sem encostar-se, a
fim de lutar contra o sono.
Apelar para a prece, porque
sempre que estamos desejosos
de participar do trabalho do
bem, contamos com a
eficiente colaboração dos
Espíritos Bondosos. Faze
a tua parte que o céu te
ajudará. Temos, então, o
sono como esse terrível
adversário de nossa
participação, de nosso
aprendizado, de nosso
crescimento espiritual. Não
permitamos que ele se
apodere de nós. Lutemos
quanto conseguirmos, e
deveremos conseguir sempre,
para combatê-lo, para termos
bons frutos no bom
aprendizado”.
*
Resumindo o assunto, podemos
afirmar com segurança que o
sono é importante como
refazimento das forças
físicas, mas no horário e no
local costumeiros, e não nas
reuniões e nas
circunstâncias acima
descritas.
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