Música para
ouvir e música
para se cantar
junto
A música é uma
das formas de
arte mais
difundida no
contexto atual.
Arrasta
multidões...
Quem não gosta
de uma boa
música? Ouvimos
música no carro,
em casa, na
festa, para
meditarmos, para
dormirmos e até
cantamos no
chuveiro. A
música faz parte
da nossa vida
como expressão
cultural.
No campo
religioso não é
diferente. As
religiões, de
diversas
matrizes –
africana,
oriental, cristã
–, todas, de um
modo geral,
utilizam
cânticos, hinos,
mantras e
instrumentos
musicais em suas
práticas e
cerimônias.
Nesse sentido, a
prática
religiosa
espírita também
é rica em
expressões
musicais,
principalmente
nas atividades
ligadas a
infância e
juventude.
Nas atividades
espíritas
utilizamos a
música em
diversos
momentos:
encontro de
jovens, para a
sensibilização
antes da prece
ou do passe. A
música serve
também como
recurso didático
em nossas aulas
ou, ainda, como
expressão
artística para
apreciação pelo
público,
tratando as
temáticas afetas
ao Espiritismo,
não com o
sentido de
isolar o
espírita do
mundo e sim como
forma de
expressão
religiosa.
Entendo que a
música espírita
não implica
necessariamente
que os espíritas
devam somente
ouvir esse tipo
de música,
isolados do
mundo e de
todos, como um
monge da idade
média.
Falamos de
música espírita.
O que é música
espírita? A
feita por
espíritas? A
feita para
espíritas? Com
conteúdos
espíritas? Toda
classificação é
falha e
incompleta,
ainda que
tenhamos essa
necessidade
eterna de
rotular. Entendo
a música
espírita como
aquela que nós
utilizamos em
nossas práticas
de
religiosidade,
com conteúdo
coerente e
consoante com
nossos ideais e
nossa visão de
mundo.
Já que falamos
de
classificações,
as músicas são
diversas, por
ritmo, estilo
etc. Nesse breve
artigo
dividiremos a
música utilizada
na prática
espírita em dois
tipos: música
para ouvir e
música para se
cantar junto.
Música espírita
para ouvir é
quando em
auditórios,
teatros e
eventos, nos
sentamos para
apreciar uma
apresentação
musical.
Compramos CDs,
colocamos no
nosso carro e
ouvimos,
meditando e
viajando no
pensamento por
aquelas ondas
musicais.
A música para
cantar junto é
aquela que
cantamos em
coral, é quando
na abertura das
atividades, com
a letra
projetada na
parede, cantamos
em um quase
uníssono, às
vezes meio
desafinados,
buscando em uma
só voz elevar o
nosso
pensamento.
O leitor já
percebeu que a
mesma música
pode se encaixar
nas duas
classificações.
Não é essa uma
tipologia de
músicas e, sim,
da nossa postura
diante da
música. Um
paradigma se
caracteriza, com
as devidas
proporções, a
uma postura de
consumo da
música. O outro
se apresenta em
uma vivência
mais
participativa.
São
classificações
de abordagens
necessárias ao
seu momento e
que por vezes se
confundem e
entrelaçam.
Existem momentos
que precisamos
de uma interação
mais passiva, de
audição. Em
outros, nos
empolgamos,
queremos dar as
mãos, nos
abraçamos e
cantamos juntos.
A questão
crucial dessa
discussão é que
por vezes, pela
força dos
modernos
equipamentos e
instrumentos,
das bandas
organizadas, da
difusão de
internet das
músicas,
relevamos a
importância das
interações
participativas.
Para além dos
estúdios e dos
shows, devemos
sempre propiciar
ao jovem o canto
"ao pé da
fogueira",
como elemento de
coesão do grupo.
Afinal, nada
substitui o
grupo, como
elemento vivo e
pulsante em cada
acorde de
canção.
Por isso, ainda
que tenhamos na
música para
ouvir excelente
instrumento de
sensibilização,
de meditação e
como recurso
didático, na
prática das
juventudes
espíritas não
podemos esquecer
a força de se
participar de um
coral ou ainda
aqueles momentos
em que a música
nos enlaça, no
canto uníssono.
O discurso da
qualidade
musical, da
técnica não pode
suplantar a
força agregadora
da música, como
visgo que une
corações e
mentes.