ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
Mortes violentas
e planejamento
reencarnatório
Inegavelmente,
vivemos um
período em que a
violência se
acentua, tomando
conta, quase que
integralmente,
da mídia
televisiva e
escrita. São
notícias diárias
de sequestros,
roubos,
estupros,
homicídios e
mortes causadas
por acidente de
carro.
A violência é
fruto da nossa
imperfeição
moral, da
predominância
dos instintos
agressivos
(adquiridos
pelos Espíritos
nas vivências
evolutivas no
reino animal),
que a razão
ainda não
converteu em
expressões de
amor.
Neste período de
transição
planetária,
vivenciamos o
ápice das provas
e expiações, de
forma que a
violência atinge
índices
alarmantes,
praticada por
Espíritos ainda
primários, que
não
desenvolveram os
sentimentos
nobres, os
quais, nesse
processo de
expurgo
evolutivo
(separar o joio
do trigo, como
ensinava Jesus),
após a
desencarnação,
já não terão
mais condições
vibratórias de
reencarnar no
planeta Terra.
Lembremos,
ainda, a
assertiva de
Jesus: Os mansos
herdarão a
Terra.
Anote-se que a
tônica deste
artigo é abordar
a incidência do
planejamento
reencarnatório
nos casos de
mortes
violentas, isto
é, a vítima
teria que
desencarnar
dessa maneira? E
o agressor,
também teria
assumido esse
papel de algoz
antes de
reencarnar?
Alguns autores
espíritas
defendem a ideia
de que a morte
causada pela
violência alheia
não fazia parte
do contexto
reencarnatório,
em virtude de
que ninguém
reencarna para o
mal, portanto o
agressor não
havia planejado
matar alguém, de
tal sorte que a
vítima
desencarnaria em
função do mau
uso do livre
arbítrio daquele
(agressor).
Em que pese o
nosso respeito
por aqueles que
nutrem esse tipo
de ponto de
vista, sabemos
que as vítimas
que desencarnam
em razão da
violência alheia
estão inseridas,
basicamente, em
três tipos de
situações:
1) Prova – a
vítima vivencia
uma situação de
violência que
gera a sua
desencarnação, o
que lhe trará um
teste, um
desafio para que
ela exercite as
virtudes no
sentido de
perdoar
sinceramente o
agressor (gera
aprendizado,
evolução – esse
tipo de morte
foi solicitado
pela vítima
antes de sua
reencarnação).
Lembremos que
prova pressupõe
avaliação, ou
seja, colocar em
teste as
virtudes
aprendidas. Caso
vença moralmente
a situação,
podemos dizer
que o Espírito
alcançou
determinada
virtude.
2) Expiação –
são as situações
mais frequentes.
A vítima foi a
autora de
violência em
vidas anteriores
que lesou alguém
e, como não se
liberou desse
compromisso
através do amor,
sofre as
consequências na
atual
existência.
Expiar é
reparar, quitar,
harmonizar-se
com as leis
divinas.
3) Missão –
algumas almas
nobres morrem de
forma violenta,
uma vez que seus
exemplos de amor
e tolerância
geram antipatias
nas pessoas mais
embrutecidas.
Menciono como
exemplos os
casos de Jesus e
Gandhi.
Notem que
estamos
abordando a
questão das
violências mais
graves, que
acabam gerando a
nossa
desencarnação,
pois as
violências
menores que
vivenciamos em
nosso cotidiano,
tais como
calúnias,
traições,
indiferença e
outras,
normalmente são
circunstâncias
naturais da vida
num mundo
atrasado
moralmente como
o nosso, a
estimular nosso
aprendizado
espiritual (veja
questão nº 859
do Livro dos
Espíritos).
Jesus já nos
orientava: “No
mundo só tereis
aflições”.
Dessa forma, à
luz do
Espiritismo e da
justiça divina
(a cada um
segundo suas
obras), temos a
certeza de que a
desencarnação
violenta fazia
parte de seu
cronograma
reencarnatório.
Aliás, O Livro
dos Espíritos,
na questão nº
853-a, nos
ensina que nós
somente
morreremos
quando chegar a
nossa hora, com
exceção do
suicídio,
conforme acima
exposto.
Não há acaso,
mesmo nas
hipóteses de
“bala perdida” e
erro médico. Não
há desencarnação
casual,
produzida por
falha de
terceiros ou mau
uso do livre
arbítrio alheio.
Caso não tenha
chegado a hora
de morrer, os
benfeitores
espirituais
interferirão
para evitar essa
afronta às leis
divinas, como
inúmeros casos
que conhecemos
(veja o capítulo
X - lei de
liberdade - da
3º parte d´O
Livro dos
Espírito, no
subcapítulo
“fatalidade”).
A questão
crucial diz
respeito aos
autores dessas
violências
graves. Concordo
que ninguém
reencarna com o
compromisso de
matar outra
pessoa (veja
questão nº 861
do Livro dos
Espíritos).
Quando, por
exemplo, o
agressor opta
por assassinar
alguém, ele o
faz em virtude
de sua
inferioridade
espiritual, ou
quando atropela
alguém por estar
alcoolizado e/ou
em excesso de
velocidade, o
faz em razão de
sua imprudência,
de forma que, em
ambas as
hipóteses, está
usando
indevidamente
sua liberdade de
escolha e ação,
o que gerará
compromissos
expiatórios.
Consigne-se,
ainda, que num
mundo de provas
e expiações,
como a Terra, há
muitos Espíritos
na faixa
evolutiva do
primarismo, que
se comprazem na
violência e na
imprudência, de
forma que não
faltará
matéria-prima ou
instrumentos
para que se
cumpram as leis
divinas quando
algum Espírito
necessite
desencarnar de
forma violenta.
Assim sendo,
quando a vítima
reencarna com o
compromisso de
morrer
violentamente,
não haverá nesse
momento algum
Espírito
predeterminado a
matá-la, que
assuma esse
compromisso
reencarnatório
antes de nascer,
mas haverá na
Terra inúmeros
Espíritos
atrasados que,
ao dar vazão à
sua
inferioridade
(violência e/ou
imprudência),
ceifarão a vida
daquela
(vítima). Esses
autores da
violência
funcionarão como
instrumentos das
leis divinas.
Todavia, tal
situação não os
isentará das
consequências
morais e
espirituais de
suas ações,
pois, repita-se,
os agressores
não estavam
predeterminados
a agirem dessa
forma, poderiam
ter elegido
outro tipo de
conduta, e foi
Jesus quem nos
ensinou que os
escândalos eram
necessários, mas
ai de quem os
causar.
Para fixar o
ensino,
recordemos do
recente e
trágico caso da
escola de
Realengo, na
cidade do Rio de
Janeiro. O
assassino
poderia ter
deixado de agir
daquela forma,
pois ele não
havia planejado
aquilo na
espiritualidade
(antes de
nascer), e se
não tivesse
adentrado na
escola e
efetuado os
disparos com a
arma de fogo, os
menores que
morreram naquela
circunstância
sobreviveriam,
mas, mais
adiante (dias,
semanas ou meses
– não há dia e
hora certa para
a desencarnação,
mas um período
provável),
desencarnariam
em outra
situação
violenta.
Poder-se-ia
perguntar: Mas
como o agressor
identifica a
pessoa que deve
desencarnar?
Aprendemos com o
Espiritismo que
o indivíduo que
deve desencarnar
de forma
violenta,
notadamente nos
casos de
expiação, tem
uma vibração
espiritual
específica, que
denuncia e
reflete esse
débito, de forma
que o agressor,
inconscientemente,
identifica-se
com aquele e
promove-lhe a
desencarnação. É
essa
particularidade
vibracional que,
da mesma forma,
explica outros
tipos de
violência
(estupro,
roubos,
sequestros,...),
fazendo com que
o autor do
delito aja em
desfavor daquele
que deve
vivenciar a
situação
traumática.
É dessa maneira
que
compreendemos a
justiça divina,
mas convém
enfatizar que a
lei divina maior
é a lei de amor,
portanto,
conforme
assevera o
apóstolo Simão
Pedro, o amor
cobre uma
multidão de
erros, de tal
sorte que aquele
que venha com o
compromisso
expiatório de
desencarnar de
forma violenta,
poderá amenizar
ou diluir
integralmente
esse débito com
as leis divinas
através do bem
que realize em
sua vida, que
poderá
libertá-lo de
uma possível
desencarnação
violenta. Não
nos esqueçamos
de que Deus é
amor.