Nos Bastidores da
Obsessão
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
16)
Damos prosseguimento ao
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. A enfermidade de
Mateus trouxe para a
família algum benefício?
Sim. Desde que Mateus
retornara ao lar,
Mariana tornou-se
voluntariamente sua
companhia generosa,
ajudando-o na higiene,
mantendo os horários dos
medicamentos,
substituindo a mãe ao
lado dele, enquanto esta
cuidava das tarefas do
lar. Adalberto, que já
frequentava a casa desde
a enfermidade de
Mariana, foi-se
transformando em filho
do hemiplégico, que
começou, ante o carinho
de todos, a apresentar
sinais comovedores de
renovação espiritual.
Amália continuava firme
nos seus afazeres e
Marta, passando a uma
atitude de maior
reflexão, pôs-se a
ajudar a mãe nas
costuras, no lar e na
arte do bordado,
aumentando a receita
doméstica de forma
expressiva. Além disso,
o grupo espírita,
liderado por Petitinga,
também auxiliava
materialmente a família,
de forma a diminuir a
crueza das provações
naquela casa.
(Nos Bastidores da
Obsessão, cap. 14, pp.
245 e 246.)
B. Marta tinha medo do
revide dos seus
ex-comparsas. Que é que
Petitinga lhe disse?
Petitinga a encorajou,
dizendo-lhe que uma
atitude honesta faz-se
acompanhar de fluidos
convincentes que
envolvem, poderosos,
aqueles a quem nos
dirigimos. Sugeriu-lhe
que procurasse seu pai e
lhe pedisse perdão, e
depois passasse a
frequentar a Casa
espírita, onde estudaria
as Obras de Kardec e
mais tarde poderia
colocar suas faculdades
medianímicas a serviço
do Cristo. "Não há força
que tenha mais força que
a força do amor",
completou Petitinga.
(Obra citada, cap. 14,
pp. 246 a 250.)
C. Que efeito teve o
culto do Evangelho na
renovação de Mateus?
O culto teve
desdobramentos
inesperados. Notavam-se
lágrimas nos olhos do
enfermo e Marta,
visivelmente
sensibilizada, tomou a
mão direita do genitor,
que não fora afetada
pela embolia,
ajoelhou-se ao lado do
corpo semimorto no leito
e, beijando-a, pediu-lhe
perdão. A voz saía a
custo. O pai, com muito
esforço, tornou-se digno
do gesto da filha e
cingiu nos seus os dedos
de Marta, abençoando-a
em silêncio e
emotividade com o
esquecimento do mal e a
esperança do bem. A cena
era comovedora. Mariana
perguntou então a
Petitinga se seria
válido ler para o seu
pai, sempre que
possível, "O Evangelho
segundo o Espiritismo".
A resposta do
extraordinário
evangelizador baiano foi
positiva e ele
aproveitou para mostrar
a importância do
Evangelho no lar,
explicando que a leitura
atenderia também aos
sofredores espirituais
que porventura
estivessem vinculados ao
enfermo. Em seguida,
falou sobre o poder do
pensamento, esclarecendo
que todos sofremos os
reflexos uns dos outros,
na carne, como também
daqueles que estagiam
fora do invólucro
material.
(Obra citada, cap. 14,
pp. 250 a 254.)
Texto para leitura
78. Mariana
- O refazimento psíquico
de Mariana fê-la
reconsiderar as atitudes
íntimas de animosidade
mantidas contra o pai e,
à medida que o
conhecimento espírita
lhe penetrava a mente e
o coração,
renovava-se-lhe a
paisagem interior,
modificando-a
inteiramente. Desde que
o Sr. Mateus retornara
ao lar, tornou-se
voluntariamente a sua
companhia generosa,
ajudando-o na higiene,
mantendo os horários dos
medicamentos,
substituindo a mãe ao
lado dele, enquanto esta
cuidava das tarefas do
lar. Adalberto, que já
frequentava a casa desde
a enfermidade de
Mariana, foi-se
transformando em filho
do hemiplégico, que,
ante o carinho de todos,
começou a apresentar
sinais comovedores de
renovação espiritual.
Amália continuava firme
nos seus afazeres e
Marta, passando a uma
atitude de maior
reflexão, pôs-se a
ajudar a mãe nas
costuras, no lar e na
arte do bordado,
aumentando a receita
doméstica de forma
expressiva. O grupo
espírita, liderado por
Petitinga, também
auxiliava materialmente
a família, de forma a
diminuir a crueza das
provações naquela casa.
(Cap. 14, págs. 245 e
246)
79. O temor de
Marta - Marta
desejava fazer as pazes
com o pai, mas temia que
ele não a recebesse
devidamente. A moça se
encontrava em conflito
em relação à prática
infeliz a que se
devotara por longos
anos. Tudo lhe parecia,
agora, um despertar de
cruel pesadelo, no qual
ela jornadeasse atada a
cordas grossas que a
conduziam,
inexoravelmente, cega,
trôpega, de mente
açulada por alucinações
indescritíveis.
Petitinga explicou-lhe
que o Evangelho é porta
de luz para os que gemem
na escuridão e que, para
quem realmente deseja
elevação, não existe
tempo perdido, nem
oportunidade malbaratada
que não traga preciosos
ensinos. O momento de
renovação, disse
Petitinga, vem como
instante de dor, tal
como o ar que penetra no
pulmão do recém-nascido,
que lhe provoca também a
sensação da dor. De
igual modo, o ar
balsâmico do Cristo, em
nos penetrando a alma,
rompe a couraça de
sombra que nos envolve e
a claridade rutilante da
vida nova produz,
compreensivelmente,
angústia passageira e
passageira apreensão.
Marta tinha, no entanto,
medo do revide dos seus
ex-comparsas. Petitinga
a encorajou, dizendo que
uma atitude honesta
faz-se acompanhar de
fluidos convincentes que
envolvem, poderosos,
aqueles a quem nos
dirigimos. Sugeriu-lhe
que procurasse seu pai e
lhe pedisse perdão, e
depois passasse a
frequentar a Casa
espírita, onde estudaria
as Obras de Kardec e
mais tarde poderia
colocar suas faculdades
medianímicas a serviço
do Cristo. "Não há força
que tenha mais força que
a força do amor",
completou Petitinga.
(Cap. 14, págs. 246 a
250)
80. Leitura do
Evangelho junto ao leito
- O culto do Evangelho
realizado no quarto do
Sr. Mateus, com toda a
família presente, teve
desdobramentos
inesperados. Notavam-se
lágrimas nos olhos do
enfermo e Marta,
visivelmente
sensibilizada, tomou a
mão direita do genitor,
que não fora afetada
pela embolia,
ajoelhou-se ao lado do
corpo semimorto no leito
e, beijando-a, pediu-lhe
perdão. A voz saía a
custo. O pai, com muito
esforço, tornou-se digno
do gesto da filha e
cingiu nos seus os dedos
de Marta, abençoando-a
em silêncio e
emotividade com o
esquecimento do mal e a
esperança do bem. A cena
era comovedora. Mariana
perguntou então a
Petitinga se seria
válido ler para o seu
pai, sempre que
possível, "O Evangelho
segundo o Espiritismo".
A resposta do
extraordinário
evangelizador baiano foi
positiva e ele
aproveitou para mostrar
a importância do
Evangelho no lar,
explicando que a leitura
atenderia também aos
sofredores espirituais
que porventura
estivessem vinculados ao
enfermo. Em seguida,
falou sobre o poder do
pensamento, esclarecendo
que todos sofremos os
reflexos uns dos outros,
na carne, como também
daqueles que estagiam
fora do invólucro
material. (Cap. 14,
págs. 250 a 254)
81. O recurso da
doença na libertação de
Mateus - A
recuperação orgânica e a
renovação espiritual do
Sr. Mateus, passado um
mês da última
hospitalização, eram
surpreendentes.
Procurado em sua casa
pelo Delegado de
Polícia, que fora ouvir
seu depoimento contra o
Sr. Marcondes Pereira,
que o havia ferido no
recinto do jogo, Mateus
pediu que tudo fosse
esquecido, pois que ele
não pretendia apresentar
qualquer acusação. Dias
depois, trazido pelo
Policial, Marcondes veio
visitar sua vítima e lhe
pediu desculpas, o que
acabou acontecendo. Os
fatos iam-se
encaminhando de uma
forma promissora e foi
então explicado por
Saturnino, em reunião
mediúnica realizada na
União Espírita Baiana,
que a embolia cerebral
do Sr. Mateus fora um
último recurso tomado
pela Espiritualidade no
sentido de ajudar o
chefe da casa a
despertar para as
realidades da vida:
aplicando-lhe recursos
magnéticos, os Espíritos
libertaram a bolha de ar
que se alojou em
circuito especial do
cérebro, gerando a
embolia. A dor lhe
abrira as portas da
compreensão da família e
da paz no lar,
ajudando-o a descobrir o
mundo novo do Espírito
para a própria
felicidade. Saturnino
falou também da
importância das leituras
que Mariana fazia junto
ao leito do enfermo, o
que lentamente lhe
modificou os painéis
mentais, permitindo-lhe
deslocar o centro de
interesse, antes
vinculado ao jogo, para
a elevação dos
deveres... (Cap. 15,
págs. 257 a 261)
Frases e apontamentos
importantes
CLXVIII. Naturalmente
que uma organização
fisiopsíquica aclimatada
às emanações fluídicas
mais grosseiras se
ressentirá, em se
afastando do conúbio
habitual de que se
nutria. Jesus, porém, é
o pão da vida e
resolverá o problema.
Não há porque recear.
Ele a nutrirá com
superior alimento. (José
Petitinga, falando a
Marta, cap. 14, pág.
254)
CLXIX. Esse, sem dúvida,
é o ministério do
Espiritismo: trazer de
volta Jesus-Cristo aos
corações sofridos da
Terra; repetir as
experiências memoráveis
de quando Ele esteve
entre nós; consolar os
infelizes do
Além-Túmulo,
libertando-os da suprema
ignorância das
realidades espirituais;
desatar os laços
constritores que ligam
desencarnados em
perturbação a encarnados
que se perturbam; cuidar
dos obsessos e iluminar
a consciência de
obsidiados e obsessores;
semear o amor em todas
as modalidades, através
das mãos da caridade, em
todas as dimensões...,
por ser o Espiritismo o
Consolador prometido por
Jesus. (Manoel P. de
Miranda, cap. 14, págs.
255 e 256)
CLXX. (...) o salário do
servo devotado é a
esperança de melhores
horas, com a paz de
todos os instantes, para
a continuação do
empreendimento de luz
interior, ao qual se
encontra nobremente
vinculada. (Saturnino,
referindo-se à irmã Rosa
Soares, cap. 15, págs.
258 e 259)
CLXXI. Sabemos, por
experiência e
observação, que os mais
calcetas e inveterados
adversários da razão, do
siso, dos sentimentos
espirituais, modificam
os conceitos logo se
deparam com as
perspectivas próximas da
desencarnação e, embora
não acreditando na
continuação da vida,
como fazem crer, rogam,
desesperados, tempo para
refazer o caminho e
preparar-se...
(Saturnino, cap. 15,
pág. 259)
CLXXII. A simples
mudança de clima impõe
ao organismo adaptação
necessária. Assim, a
alteração da
"psicosfera" se faz,
também, acompanhar de
esforço muito grande,
para elaboração de
outras condições íntimas
e conveniente sintonia.
(Manoel P. de Miranda,
cap. 15, pág. 264)
CLXXIII. Pode um homem
mau, com o auxílio de um
mau Espírito que seja
dedicado, fazer mal ao
seu próximo? - "Não;
Deus não o permitiria."
(Item 551 d' O Livro dos
Espíritos, citado por
Manoel P. de Miranda,
cap. 15, pág. 265)
CLXXIV. Que se deve
pensar da crença no
poder, que certas
pessoas teriam, de
enfeitiçar? - "Algumas
pessoas dispõem de
grande força magnética,
de que podem fazer mau
uso, se maus forem seus
próprios Espíritos, caso
em que possível se torna
serem secundados por
outros Espíritos maus.
Não creias, porém, num
pretenso poder mágico,
que só existe na
imaginação de criaturas
supersticiosas,
ignorantes das
verdadeiras leis da
Natureza.(...)" (Item
552 d' O Livro dos
Espíritos, citado por
Manoel P. de Miranda,
cap. 15, pág. 265)
CLXXV. O Espiritismo e o
magnetismo nos dão a
chave de uma imensidade
de fenômenos sobre os
quais a ignorância teceu
um sem número de
fábulas, em que os fatos
se apresentam exagerados
pela imaginação. O
conhecimento lúcido
dessas duas ciências
que, a bem dizer, formam
uma única, mostrando a
realidade das coisas e
suas verdadeiras causas,
constitui o melhor
preservativo contra as
ideias supersticiosas,
porque revela o que é
possível e o que é
impossível, o que está
nas leis da Natureza e o
que não passa de
ridícula crendice.
(Allan Kardec,
comentário ao item 555
d' O Livro dos
Espíritos, citado por
Manoel P. de Miranda,
cap. 15, pág. 265)
CLXXVI. Foi por adotar
as práticas do Paganismo
em crepúsculo que o
Cristianismo nascente
sofreu as adulterações
que redundaram na sua
paulatina extinção. Nas
práticas externas e no
culto luxuoso da
atualidade, que
encontramos das lições
vivas e puras do
Cristo? Onde e quando
vimos Jesus praticando
atos que tais? (José
Petitinga, cap. 16, pág.
270)
CLXXVII. Ele
<referimo-nos a Jesus e
seu batismo> se permitiu
receber de João, diante
de todos, aquele ato,
para que se soubesse ser
Ele o esperado, fenômeno
confirmado pelo que
todos ouviram, naquele
momento em que clamava
uma voz: "Este é o meu
Filho dileto, em quem me
agrado", conforme
anotaram os Evangelistas
e que João acrescenta:
"Ele é o Filho de Deus",
definindo-o como o
Messias... Nunca, porém,
batizou. (José
Petitinga, cap. 16, pág.
270)
(Continua no próximo
número.)