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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 224 - 28 de Agosto de 2011

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Nos Bastidores da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 16)

Damos prosseguimento ao estudo do livro Nos Bastidores da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano de 1970 pela Editora da FEB.

Questões preliminares

A. A enfermidade de Mateus trouxe para a família algum benefício?

Sim. Desde que Mateus retornara ao lar, Mariana tornou-se voluntariamente sua companhia generosa, ajudando-o na higiene, mantendo os horários dos medicamentos, substituindo a mãe ao lado dele, enquanto esta cuidava das tarefas do lar. Adalberto, que já frequentava a casa desde a enfermidade de Mariana, foi-se transformando em filho do hemiplégico, que começou, ante o carinho de todos, a apresentar sinais comovedores de renovação espiritual. Amália continuava firme nos seus afazeres e Marta, passando a uma atitude de maior reflexão, pôs-se a ajudar a mãe nas costuras, no lar e na arte do bordado, aumentando a receita doméstica de forma expressiva. Além disso, o grupo espírita, liderado por Petitinga, também auxiliava materialmente a família, de forma a diminuir a crueza das provações naquela casa. (Nos Bastidores da Obsessão, cap. 14, pp. 245 e 246.)

B. Marta tinha medo do revide dos seus ex-comparsas. Que é que Petitinga lhe disse?

Petitinga a encorajou, dizendo-lhe que uma atitude honesta faz-se acompanhar de fluidos convincentes que envolvem, poderosos, aqueles a quem nos dirigimos. Sugeriu-lhe que procurasse seu pai e lhe pedisse perdão, e depois passasse a frequentar a Casa espírita, onde estudaria as Obras de Kardec e mais tarde poderia colocar suas faculdades medianímicas a serviço do Cristo. "Não há força que tenha mais força que a força do amor", completou Petitinga. (Obra citada, cap. 14, pp. 246 a 250.)

C. Que efeito teve o culto do Evangelho na renovação de Mateus?

O culto teve desdobramentos inesperados. Notavam-se lágrimas nos olhos do enfermo e Marta, visivelmente sensibilizada, tomou a mão direita do genitor, que não fora afetada pela embolia, ajoelhou-se ao lado do corpo semimorto no leito e, beijando-a, pediu-lhe perdão. A voz saía a custo. O pai, com muito esforço, tornou-se digno do gesto da filha e cingiu nos seus os dedos de Marta, abençoando-a em silêncio e emotividade com o esquecimento do mal e a esperança do bem. A cena era comovedora. Mariana perguntou então a Petitinga se seria válido ler para o seu pai, sempre que possível, "O Evangelho segundo o Espiritismo". A resposta do extraordinário evangelizador baiano foi positiva e ele aproveitou para mostrar a importância do Evangelho no lar, explicando que a leitura atenderia também aos sofredores espirituais que porventura estivessem vinculados ao enfermo. Em seguida, falou sobre o poder do pensamento, esclarecendo que todos sofremos os reflexos uns dos outros, na carne, como também daqueles que estagiam fora do invólucro material. (Obra citada, cap. 14, pp. 250 a 254.)

Texto para leitura 

78. Mariana - O refazimento psíquico de Mariana fê-la reconsiderar as atitudes íntimas de animosidade mantidas contra o pai e, à medida que o conhecimento espírita lhe penetrava a mente e o coração, renovava-se-lhe a paisagem interior, modificando-a inteiramente. Desde que o Sr. Mateus retornara ao lar, tornou-se voluntariamente a sua companhia generosa, ajudando-o na higiene, mantendo os horários dos medicamentos, substituindo a mãe ao lado dele, enquanto esta cuidava das tarefas do lar. Adalberto, que já frequentava a casa desde a enfermidade de Mariana, foi-se transformando em filho do hemiplégico, que, ante o carinho de todos, começou a apresentar sinais comovedores de renovação espiritual. Amália continuava firme nos seus afazeres e Marta, passando a uma atitude de maior reflexão, pôs-se a ajudar a mãe nas costuras, no lar e na arte do bordado, aumentando a receita doméstica de forma expressiva. O grupo espírita, liderado por Petitinga, também auxiliava materialmente a família, de forma a diminuir a crueza das provações naquela casa. (Cap. 14, págs. 245 e 246) 

79. O temor de Marta - Marta desejava fazer as pazes com o pai, mas temia que ele não a recebesse devidamente. A moça se encontrava em conflito em relação à prática infeliz a que se devotara por longos anos. Tudo lhe parecia, agora, um despertar de cruel pesadelo, no qual ela jornadeasse atada a cordas grossas que a conduziam, inexoravelmente, cega, trôpega, de mente açulada por alucinações indescritíveis. Petitinga explicou-lhe que o Evangelho é porta de luz para os que gemem na escuridão e que, para quem realmente deseja elevação, não existe tempo perdido, nem oportunidade malbaratada que não traga preciosos ensinos. O momento de renovação, disse Petitinga, vem como instante de dor, tal como o ar que penetra no pulmão do recém-nascido, que lhe provoca também a sensação da dor. De igual modo, o ar balsâmico do Cristo, em nos penetrando a alma, rompe a couraça de sombra que nos envolve e a claridade rutilante da vida nova produz, compreensivelmente, angústia passageira e passageira apreensão. Marta tinha, no entanto, medo do revide dos seus ex-comparsas. Petitinga a encorajou, dizendo que uma atitude honesta faz-se acompanhar de fluidos convincentes que envolvem, poderosos, aqueles a quem nos dirigimos. Sugeriu-lhe que procurasse seu pai e lhe pedisse perdão, e depois passasse a frequentar a Casa espírita, onde estudaria as Obras de Kardec e mais tarde poderia colocar suas faculdades medianímicas a serviço do Cristo. "Não há força que tenha mais força que a força do amor", completou Petitinga. (Cap. 14, págs. 246 a 250) 

80. Leitura do Evangelho junto ao leito - O culto do Evangelho realizado no quarto do Sr. Mateus, com toda a família presente, teve desdobramentos inesperados. Notavam-se lágrimas nos olhos do enfermo e Marta, visivelmente sensibilizada, tomou a mão direita do genitor, que não fora afetada pela embolia, ajoelhou-se ao lado do corpo semimorto no leito e, beijando-a, pediu-lhe perdão. A voz saía a custo. O pai, com muito esforço, tornou-se digno do gesto da filha e cingiu nos seus os dedos de Marta, abençoando-a em silêncio e emotividade com o esquecimento do mal e a esperança do bem. A cena era comovedora. Mariana perguntou então a Petitinga se seria válido ler para o seu pai, sempre que possível, "O Evangelho segundo o Espiritismo". A resposta do extraordinário evangelizador baiano foi positiva e ele aproveitou para mostrar a importância do Evangelho no lar, explicando que a leitura atenderia também aos sofredores espirituais que porventura estivessem vinculados ao enfermo. Em seguida, falou sobre o poder do pensamento, esclarecendo que todos sofremos os reflexos uns dos outros, na carne, como também daqueles que estagiam fora do invólucro material. (Cap. 14, págs. 250 a 254) 

81. O recurso da doença na libertação de Mateus - A recuperação orgânica e a renovação espiritual do Sr. Mateus, passado um mês da última hospitalização, eram surpreendentes. Procurado em sua casa pelo Delegado de Polícia, que fora ouvir seu depoimento contra o Sr. Marcondes Pereira, que o havia ferido no recinto do jogo, Mateus pediu que tudo fosse esquecido, pois que ele não pretendia apresentar qualquer acusação. Dias depois, trazido pelo Policial, Marcondes veio visitar sua vítima e lhe pediu desculpas, o que acabou acontecendo. Os fatos iam-se encaminhando de uma forma promissora e foi então explicado por Saturnino, em reunião mediúnica realizada na União Espírita Baiana, que a embolia cerebral do Sr. Mateus fora um último recurso tomado pela Espiritualidade no sentido de ajudar o chefe da casa a despertar para as realidades da vida: aplicando-lhe recursos magnéticos, os Espíritos libertaram a bolha de ar que se alojou em circuito especial do cérebro, gerando a embolia. A dor lhe abrira as portas da compreensão da família e da paz no lar, ajudando-o a descobrir o mundo novo do Espírito para a própria felicidade. Saturnino falou também da importância das leituras que Mariana fazia junto ao leito do enfermo, o que lentamente lhe modificou os painéis mentais, permitindo-lhe deslocar o centro de interesse, antes vinculado ao jogo, para a elevação dos deveres... (Cap. 15, págs. 257 a 261) 

Frases e apontamentos importantes 

CLXVIII. Naturalmente que uma organização fisiopsíquica aclimatada às emanações fluídicas mais grosseiras se ressentirá, em se afastando do conúbio habitual de que se nutria. Jesus, porém, é o pão da vida e resolverá o problema. Não há porque recear. Ele a nutrirá com superior alimento. (José Petitinga, falando a Marta, cap. 14, pág. 254) 

CLXIX. Esse, sem dúvida, é o ministério do Espiritismo: trazer de volta Jesus-Cristo aos corações sofridos da Terra; repetir as experiências memoráveis de quando Ele esteve entre nós; consolar os infelizes do Além-Túmulo, libertando-os da suprema ignorância das realidades espirituais; desatar os laços constritores que ligam desencarnados em perturbação a encarnados que se perturbam; cuidar dos obsessos e iluminar a consciência de obsidiados e obsessores; semear o amor em todas as modalidades, através das mãos da caridade, em todas as dimensões..., por ser o Espiritismo o Consolador prometido por Jesus. (Manoel P. de Miranda, cap. 14, págs. 255 e 256) 

CLXX. (...) o salário do servo devotado é a esperança de melhores horas, com a paz de todos os instantes, para a continuação do empreendimento de luz interior, ao qual se encontra nobremente vinculada. (Saturnino, referindo-se à irmã Rosa Soares, cap. 15, págs. 258 e 259) 

CLXXI. Sabemos, por experiência e observação, que os mais calcetas e inveterados adversários da razão, do siso, dos sentimentos espirituais, modificam os conceitos logo se deparam com as perspectivas próximas da desencarnação e, embora não acreditando na continuação da vida, como fazem crer, rogam, desesperados, tempo para refazer o caminho e preparar-se... (Saturnino, cap. 15, pág. 259) 

CLXXII. A simples  mudança de clima impõe ao organismo adaptação necessária. Assim, a alteração da "psicosfera" se faz, também, acompanhar de esforço muito grande, para elaboração de outras condições íntimas e conveniente sintonia. (Manoel P. de Miranda, cap. 15, pág. 264) 

CLXXIII. Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?  - "Não; Deus não o permitiria." (Item 551 d' O Livro dos Espíritos, citado por Manoel P. de Miranda, cap. 15, pág. 265) 

CLXXIV. Que se deve pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar?  - "Algumas pessoas dispõem de grande força magnética, de que podem fazer mau uso, se maus forem seus próprios Espíritos, caso em que possível se torna serem secundados por outros Espíritos maus. Não creias, porém, num pretenso poder mágico, que só existe na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da Natureza.(...)" (Item 552 d' O Livro dos Espíritos, citado por Manoel P. de Miranda, cap. 15, pág. 265) 

CLXXV. O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as ideias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice. (Allan Kardec, comentário ao item 555 d' O Livro dos Espíritos, citado por Manoel P. de Miranda, cap. 15, pág. 265) 

CLXXVI. Foi por adotar as práticas do Paganismo em crepúsculo que o Cristianismo nascente sofreu as adulterações que redundaram na sua paulatina extinção. Nas práticas externas e no culto luxuoso da atualidade, que encontramos das lições vivas e puras do Cristo?  Onde e quando vimos Jesus praticando atos que tais? (José Petitinga, cap. 16, pág. 270) 

CLXXVII. Ele <referimo-nos a Jesus e seu batismo> se permitiu receber de João, diante de todos, aquele ato, para que se soubesse ser Ele o esperado, fenômeno confirmado  pelo que todos ouviram, naquele momento em que clamava uma voz: "Este é o meu Filho dileto, em quem me agrado", conforme anotaram os Evangelistas e que João acrescenta: "Ele é o Filho de Deus", definindo-o como o Messias... Nunca, porém, batizou. (José Petitinga, cap. 16, pág. 270)  (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita