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Brasil
Ano 5 - N° 225 - 4 de Setembro de 2011
PAULO SALERNO
pgfsalerno@gmail.com
Porto Alegre, RS (Brasil)

 

De volta ao Paraná, Divaldo Franco fala a um público numeroso em Cascavel e
Foz do Iguaçu
 

Cascavel recebeu mais uma vez o confrade Divaldo Franco. O fato ocorreu no domingo passado, dia 28 de agosto, quando a Federação Espírita do Paraná deu início à divulgação da XIV Conferência Estadual Espírita a ser realizada no período de 16 a 18 de março de 2012 no Expotrade Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Embora o evento magno seja realizado nos dias 16, 17 e 18 de março, as atividades da Conferência se iniciarão no interior do Estado a partir do dia 12, em cidades que serão oportunamente divulgadas. O tema da XIV Conferência Estadual Espírita será Transição Planetária e o Apocalipse.

Estavam presentes no Clube Comercial de Cascavel, superlotado, os dirigentes da Federação Espírita do Paraná e dos órgãos espíritas regionais.

O presidente Francisco Ferraz Batista, além de seu pronunciamento institucional, fez a apresentação do conferencista enaltecendo sua figura ímpar, suas realizações e conquistas ao longo de sessenta e quatro anos de trabalho dedicado ao próximo, a Jesus e à Humanidade.

Divaldo Franco, o conferencista inigualável, discorreu sobre a paranormalidade humana. Percorrendo a História da Humanidade, destacou o pensamento de Marco Túlio Cícero, filósofo, orador e escritor romano: A História é a pedra de toque que desgasta o erro e faz brilhar a verdade.

Nomeando várias personalidades, Divaldo narrou inúmeros casos de paranormalidade acontecidos e registrados pela História, tais como os acontecidos com Apolônio de Tiana, o papa Pio V, Emanuel Swedenborg, cardeal Eugênio Pacelli, entre outros.

A história da Humanidade é uma saga de natureza paranormal. A paranormalidade está presente em nosso cotidiano desde o início da civilização, mostrando que a morte nada mais é do que a ponte que leva a pessoa de volta ao lar de origem.

O notável Allan Kardec, através de suas obras, notadamente em O Livro dos Espíritos, comprovou a imortalidade e a comunicabilidade da alma, revelando que a morte é um passaporte para a vida.  

O Livro dos Médiuns é a mais extraordinária obra
 sobre a paranormalidade
 

Segundo Divaldo, a morte é uma experiência de natureza energética em que o soma, a energia condensada, desagrega-se para libertar a psique, a energia pensante, a energia inteligente.

O conferencista destacou, na sequência, os fundamentos de O Livro dos Médiuns, obra lançada por Kardec em 15 de janeiro de 1861, cujo sesquicentenário de lançamento o movimento espírita comemora este ano. Considerada como a mais notável obra sobre a paranormalidade humana, O Livro dos Médiuns é o mais extraordinário compêndio a respeito da vida e das comunicações entre a dimensão espiritual e a física.

Momento de autógrafos

Cumprimentos

Homenagem Cascavel

Homenagem em Foz do Iguaçu

Mesa de autógrafos

Público em Cascavel

Público em Foz do Iguaçu

Público em Cascavel

Discorreu sobe a mediunidade, sua natureza e fundamentos, destacando o conceito exarado por Allan Kardec de que o importante não é ser médium, mas ser um bom médium, ou seja, empregando-a a serviço do bem.

O livro fala também sobre as obsessões e apresenta, com notável clareza, as psicoterapias preventivas e curadoras a elas aplicáveis, um tema sempre atual, visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde, existem cerca de 250 milhões de depressivos na face da Terra e na raiz desses processos existe, como sabemos, um componente espiritual a atuar sobre o indivíduo.

Referindo-se ao amor, o Embaixador da Paz afirmou que, se os 27 livros do Novo Testamento fossem reduzidos a duas frases, teríamos a filosofia psicológica mais otimista da Humanidade. Essas frases psicoterapêuticas, que sintetizariam os ensinos de Jesus, são: Ame a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo; e a segunda: Não faça a outrem o que não deseja que outrem lhe faça.

Depois de concluída a conferência, além dos aplausos vibrantes que lhe foram endereçados, Divaldo foi homenageado pelos espíritas cascavelenses que lhe ofertaram uma placa de acrílico em agradecimento e reconhecimento pelo inestimável trabalho apresentado desde o ano de 1968, quando esteve pela primeira vez em Cascavel trazendo a mensagem de Jesus. 

O público em Foz do Iguaçu lotou o auditório do Centro
de Convenções
 

No dia seguinte, 29 de agosto, o conferencista apresentou-se na progressista cidade de Foz de Iguaçu. As lideranças espíritas da cidade, do Paraguai e das localidades próximas receberam-no carinhosamente no Centro de Convenções do Hotel Foz de Iguaçu, que ficou inteiramente lotado. Os espíritas da região da Tríplice Fronteira participaram também ativamente do encontro.

Presentes no ato, o Presidente e o 1º Vice-Presidente da Federação Espírita do Paraná, respectivamente, Francisco Ferraz Batista, acompanhado de sua esposa Eleonor Cecília Batista, e Luiz Henrique da Silva, engalanaram o evento com entusiasmo e afabilidade, características que lhes são peculiares.

Antes da conferência, Divaldo Franco foi homenageado com uma placa de agradecimento, materializando o reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao movimento espírita de Foz do Iguaçu desde o ano de 1960. O portador da homenagem foi o Sr. Antonio Zavariz, representando os pioneiros do movimento espírita iguaçuense.

Inspirado, como sempre, com seu verbo claro e eloquente, o Embaixador da Paz apresentou a proposta do notável psiquiatra e neurologista suíço Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica, de que o homem e a mulher não podem sobreviver se sua vida não tem um sentido. Ao enunciar esse pensamento, Jung completava a afirmativa de Viktor Frankl, o criador da Logoterapia, que afirmava que a vida deve ter um sentido existencial, deve ter por meta o serviço.

Apesar dos avanços tecnológicos alcançados em mais de sete mil anos de desenvolvimento, o homem não logrou encontrar a iluminação interior e, devido a isso, não alcançou a paz, apresentando-se, em determinadas ocasiões, belicoso, agressivo, violento, aturdido, sem jamais ter sido capaz de viajar à intimidade de seus sentimentos para se conhecer em profundidade. 

A Terra é uma escola onde o homem deve desenvolver os valores ético-morais 

Os pensadores e estudiosos do comportamento humano, em face da condição de aturdimento em que se encontram as criaturas, identificaram três fatores causais: a solidão, a ansiedade e o medo.

Para evitar a solidão deve a criatura praticar a solidariedade.

A ansiedade, natural na criatura humana, torna-se perniciosa quando perturba o comportamento, caracterizando uma patologia.

O medo experimentado pela sociedade atual gera conflitos, fazendo com que o homem se feche para o outro, desenvolvendo com isso o medo de amar, conforme nos lembra o teólogo e psicólogo americano Rollo May. Quando resolvermos amar, disse Divaldo, o medo, a solidão e a ansiedade cederão lugar à alegria de viver.

A Terra é uma escola onde a criatura humana deve desenvolver os valores ético-morais. O ser humano é uma criatura destinada à perfeição que se encontra no globo não para sofrer, mas para processar valores, transformar cardos em parreiras floridas, espinhos em flores perfumadas, charcos em terras produtivas.

A lei de causa e efeito, os fatores internos, externos e extrafísicos que o ser humano experimenta e as obsessões foram analisados, na sequência, pelo conferencista.

A contribuição de Allan Kardec para a Humanidade, os exemplos que Jesus ofereceu ao homem como fonte de inspiração para o autoaperfeiçoamento foram dissecados pelo nobre arauto da paz e do amor. O exercício do amor, disse, é fundamental, pois que, modificando a estrutura da odiosidade para a de fraternidade, de compreensão, o indivíduo vai-se transformando em alguém que possui a alegria de viver.

O Espiritismo, disse Divaldo, vem hoje repetir as atividades de Jesus nas curas das enfermidades da alma, das obsessões, da depressão, da síndrome do pânico, mas seu foco principal é a saúde moral. 

Dr. Bezerra realizou as mais notáveis terapêuticas desobsessivas e iluminativas 

Lembrando que o dia 29 de agosto é a data do natalício de Bezerra de Menezes, Divaldo prestou-lhe uma homenagem contando um acontecimento ocorrido na antiga sede da Federação Espírita Brasileira, quando o notável Médico dos Pobres encontrou na escada do prédio um homem em estado de desespero a ponto de cometer suicídio. Ele suplicou ajuda ao Dr. Bezerra, pois se encontrava desempregado e sua família encontrava-se doente e com fome. Dr. Bezerra examinou-se e não encontrou uma única moeda para oferecer ao desvalido. Disse-lhe então: “Vou dar-lhe o que tenho. Vou abraçá-lo; é a única forma de que disponho no momento. Quando chegar a casa, abrace sua mulher, seus filhos, e Maria Santíssima irá resolver o seu problema”.

Uma semana depois, na mesma escada, encontrou aquele jovem homem, agora radioso, que lhe dizia estar ali para devolver o abraço em nome da gratidão, pois tudo se resolveu. Havia ganhado o alimento necessário e logo depois conseguira um emprego.

Dr. Bezerra, disse Divaldo, realizou as mais notáveis terapêuticas desobsessivas, curadoras, iluminativas. Mas - frisou Divaldo - essa tarefa não é privilégio dos Espíritos Benfeitores, pois que estamos na Terra para nos desincumbirmos do dever de amar e de servir. E sugeriu, em seguida, que iniciemos o trabalho iluminativo pela autocura, pelo trabalho de autoiluminação.

A conferência logo chegou ao fim, constituindo-se em uma verdadeira receita para a criatura desenvolver a alegria de viver.

Compreendendo as judiciosas orientações do Semeador de estrelas, o público, que se manteve atento e participativo, aplaudiu-o de pé, retribuindo-lhe em gratidão os momentos de enlevo, consolo e saber. 

 

Nota:


As fotos que ilustram esta reportagem são de autoria de Jorge Moehlecke.


 

 

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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita