Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
2)
Continuamos a apresentar
o
estudo do livro
Grilhões Partidos,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada
inicialmente no
ano de 1974.
Questões preliminares
A. Qual é, na visão de
Manoel Philomeno de
Miranda, o perfil dos
chamados obsessores?
O Espírito perseguidor,
genericamente
denominado obsessor,
é, em verdade, alguém
colhido pela própria
aflição. Na existência
terrena experimentou
injunções que o tornaram
rebelde, fazendo com
que guardasse nos
recessos da alma as
aflições acumuladas.
Vítima de si mesmo, da
própria incúria e
invigilância, transferiu
a responsabilidade de
seu fracasso a outra
pessoa que, por
circunstância qualquer,
interferiu negativamente
na mecânica de seus
malogros. Deambulando na
névoa da inconsciência,
com os centros do
discernimento superior
anestesiados pelos
vapores das dissipações
e loucuras a que se
entregou, ele imanta-se
por processo de sintonia
psíquica ao aparente
verdugo, conservando no
íntimo as matrizes da
culpa, que constituem
verdadeiros "plugs" para
a sincronização
perfeita entre a mente
de quem se crê
dilapidado e a
consciência
dilapidadora, gerando,
assim, os pródromos do
que mais tarde se
transformará em
psicopatia obsessiva.
(Grilhões Partidos,
Prolusão, pp. 17 e 18.)
B. As técnicas de
regressão da memória são
eficazes na atividade
desobsessiva?
Sim. Na maioria dos
labores de elucidação,
podem-se aplicar as
técnicas de regressão da
memória no paciente
espiritual, fazendo-se
que reveja os fatos a
que se vincula,
mostrando-lhe a legítima
responsabilidade dele
mesmo, nos fatos de que
se diz vítima, com o que
ele percebe o erro em
que moureja.
(Obra citada, Prolusão,
pp. 18 a 20.)
C. Por que existem
obsidiados em nosso
mundo?
Segundo o autor desta
obra, somente há
obsidiados e obsessões
porque há endividados
espirituais, facultando
a urgência da reparação
das dívidas. Todo
problema de obsessão
redunda, pois, em
problema de moralidade,
em cuja realização o
Espírito se permitiu
enredar, por desrespeito
ético, legal,
espiritual. Como ninguém
se libera da conjuntura
da consciência culpada,
onde esteja o devedor aí
se encontram a dívida e,
logo depois, o cobrador.
É da lei! (Obra
citada, Prolusão, pp. 20
e 21.)
D. Há alguma relação
entre a prática do bem e
a harmonia dos centros
psicossomáticos do ser
humano?
Evidentemente. Quando o
Espírito é encaminhado
à reencarnação traz, em
forma de matrizes
vigorosas no
perispírito, aquilo de
que necessita para a
evolução. Esses fulcros
imprimem-se nos tecidos
em formação da estrutura
material de que a pessoa
se utilizará nas
provações e expiações
necessárias. "Se volta
para o bem e adquire
títulos de valor moral
– assevera Philomeno –,
desarticula os
condicionamentos que lhe
são impostos para o
sofrimento e restabelece
a harmonia nos centros
psicossomáticos, que
passam, então, a gerar
novas vibrações
aglutinantes de
equilíbrio, a se fixarem
no corpo físico em forma
de saúde, de paz, de
júbilo..."
(Obra citada, Prolusão,
pág. 21.)
Texto para leitura
9. Adestramento e
lucidez: dois fatores
importantes -
Médiuns adestrados,
disciplinados;
doutrinadores e
esclarecedores lúcidos,
eis os componentes
indispensáveis ao êxito
da tarefa desobsessiva.
A disciplina dos
médiuns não permitirá a
"erupção de esgares,
pancadas, gritarias",
para que o intercâmbio
não se transforme em
algaravia
desconcertante e
embaraçosa. É preciso
ter em mente – afirma
Philomeno – "que a
psicofonia é sempre de
ordem psíquica, mediante
a concessão
consciente do
médium, através do seu
perispírito, pelo qual o
agente do além-túmulo
consegue comunicar-se, o
que oferece ao sensitivo
possibilidade de frenar
todo e qualquer abuso do
paciente que o
utiliza, especialmente
quando este é portador
de alucinações,
desequilíbrios e
descontroles de vária
ordem, que devem, de
logo, ser corrigidos ou
pelo menos diminuídos,
aplicando-se a
terapêutica de
reeducação". A lucidez
do componente da equipe
incumbida dos diálogos é
outro aspecto em
destaque. O campo mental
do doutrinador deve
oferecer possibilidades
de fácil comunicação com
os Instrutores
Desencarnados, para,
assim, cooperar
eficazmente com o
programa em pauta,
evitando-se discussão
infrutífera,
controvérsia
irrelevante, debate
dispensável ou
informação precipitada e
maléfica ao atormentado
que ignora o transe
grave de que é vítima,
ainda que se revista de
ferocidade ou
agressividade. Por fim,
fechando os onze itens,
o autor destaca a
pontualidade, um
atributo que dispensa
maiores comentários,
porquanto sabemos que as
entidades espirituais,
muito antes do início da
sessão, ali já se
encontram, atentas aos
elevados propósitos do
trabalho. O autor
finaliza referindo uma
proposta formulada por
Kardec: sermos cada dia
melhores do que no
anterior,
credenciando-nos, assim,
a maior campo de
sintonia elevada, com
méritos para nós
próprios e para o
trabalho em que nos
empenhamos. (Prolusão,
pp. 16 e 17)
10. Quem é o
obsessor - O
Espírito perseguidor,
genericamente
denominado obsessor,
é, em verdade, alguém
colhido pela própria
aflição. Na existência
terrena experimentou
injunções que o tornaram
rebelde, fazendo com
que guardasse nos
recessos da alma as
aflições acumuladas.
Vítima de si mesmo, da
própria incúria e
invigilância, transferiu
a responsabilidade de
seu fracasso a outra
pessoa que, por
circunstância qualquer,
interferiu negativamente
na mecânica de seus
malogros, pois é mais
fácil encontrar razões
de desdita em mãos de
algozes imaginários, do
que reconhecer a pesada
canga de
responsabilidade que
deve repousar sobre os
próprios ombros, como
consequência de nossas
atitudes infelizes.
Deambulando na névoa da
inconsciência, com os
centros do discernimento
superior anestesiados
pelos vapores das
dissipações e loucuras a
que se entregou, ele
imanta-se por processo
de sintonia psíquica ao
aparente verdugo,
conservando no íntimo as
matrizes da culpa, que
constituem verdadeiros "plugs"
para a sincronização
perfeita entre a mente
de quem se crê
dilapidado e a
consciência
dilapidadora, gerando,
assim, os pródromos do
que mais tarde se
transformará em
psicopatia obsessiva. Há
casos de agressão
violenta, pertinaz,
dominadora, em que,
através da mesma
mecânica psíquica, o
enfermo tomba inerme sob
a dominação mental e
física do subjugador.
Pacientemente atendidos
em grupos especializados
em desobsessão, nos
quais se lhes desperta a
lucidez perturbada,
é-lhes facultado
entender os desígnios
sublimes da Criação,
convidando-os a
entregarem à Consciência
Universal aqueles que
foram a razão de seu
sofrimento no passado, e
tratando de
reabilitar-se, eles
mesmos, ante as
oportunidades ditosas
que fluem e refluem
através do tempo, esse
grandioso companheiro de
todos. (Prolusão, pp. 17
e 18)
11. Regressão da
memória no desencarnado
- Em outros casos –
quando a fixação da
ideia venenosa produziu
dilacerações nos tecidos
sutis do perispírito,
comprometendo o
reequilíbrio que se
faria necessário para a
libertação voluntária do
processo obsessivo, fato
que ocorre com
frequência – os
Instrutores Espirituais
operam, durante o transe
mediúnico, nos centros
correspondentes da
entidade, produzindo
estados de demorada
hibernação pela
sonoterapia ou
utilizando-se de outros
processos também
eficientes, para
ensejarem a recomposição
dos centros lesados,
após o que despertam
para as cogitações
enobrecedoras. Na
maioria dos labores de
elucidação, podem-se
aplicar as técnicas de
regressão da memória no
paciente espiritual,
fazendo-se que reveja os
fatos a que se vincula,
mostrando-lhe a legítima
responsabilidade dele
mesmo, nos fatos de que
se diz vítima, com o que
ele percebe o erro em
que moureja. Há
obsessores que se
entregam à fascinação da
maldade, enceguecidos e
alucinados por
tormentosos desesperos,
em que a consciência
açulada pelos propósitos
infelizes desvia o rumo
de suas cogitações, para
deter-se, apenas, na
angulação defeituosa do
sicário. "Tais Entidades
– esclarece Manoel
Philomeno – governam
redutos de sombra e
viciação, com sede nas
regiões Tenebrosas da
Erraticidade Inferior,
donde se espraiam na
direção de muitos antros
de sofrimento e
perturbação na Terra,
atingindo, também, vezes
muitas, as mentes
ociosas, os espíritos
calcetas, os renitentes,
revoltados, cômodos e
inúteis, por cujo
comércio dão início a
processos muito graves
de obsessão de longo
curso". Exibindo
multiface de horror, com
que aparvalham aqueles
com os quais se homiziam
moral e espiritualmente,
acreditam-se, por vezes,
tal a aberração a que se
entregam, pequenos
deuses em competição de
força para assumirem o
lugar de Deus. Creem-se
serem as deidades
caídas, de que fala a
teologia católica...
Expressivo número deles
– que acabam
tornando-se
inconscientes
instrumentos da Justiça
Divina, que ignoram e
pensam desrespeitar –
obsidiam outros
desencarnados que se
convertem em obsessores,
por sua vez, dos
viajantes terrenos, em
processo muito complexo
de convivência e
exploração fisiopsíquica.
Todos eles, porém, como
nossos irmãos da
retaguarda espiritual,
necessitam de compaixão
e misericórdia, de
intercessão pela prece e
pela oferenda de
pensamentos salutares de
todos os que se
encontram na tarefa
espiritista de socorro
desobsessivo,
ofertando-lhes o pábulo
da renovação e a rota
luminescente para a
marcha ascensional. (Prolusão,
pp. 18 a 20)
12. O obsidiado
- Assevera Manoel
Philomeno de Miranda:
"Somente há obsidiados e
obsessões porque há
endividados espirituais,
facultando a urgência da
reparação das dívidas".
Todo problema de
obsessão redunda, pois,
em problema de
moralidade, em cuja
realização o Espírito se
permitiu enredar, por
desrespeito ético,
legal, espiritual. Como
ninguém se libera da
conjuntura da
consciência culpada,
onde esteja o devedor aí
se encontram a dívida e,
logo depois, o cobrador.
É da lei! Constitui,
assim, ponto pacífico
que no fulcro de toda
obsessão estão
inerentes os
impositivos do
reajustamento entre
devedor e cobrador.
Evidentemente, a Lei
dispõe de muitos meios
para alcançar os que
estão incursos nos
códigos soberanos. "Não
é, portanto, condição
única que o defraudador
seja sempre defrontado
pelo fraudado, que lhe
aplicará o necessário
corretivo", esclarece
Philomeno. "Se assim
fora – diz ele – ,
inverter-se-ia a ordem
natural, e o círculo
repetitivo das
injunções de
dívida-cobrança-dívida
culminaria pela
desagregação do
equilíbrio moral entre
os Espíritos". Como todo
atentado é sempre
dirigido à ordem geral,
embora através dos que
estão mais próximos dos
agressores, à ordem
mesma são convocados os
transgressores. Assim,
graças às condições que
facultam ligações
recíprocas entre os
envolvidos na trama das
dívidas, eles retornam
ao mesmo sítio e se
reencontram, para que,
através do perdão e do
amor, refaçam a estrada
interrompida,
oferecendo-se
reciprocamente recursos
de reparação para a
felicidade de ambos.
Ocorre, porém, que,
transitando nas
emanações primitivas que
lhes parecem mais
agradáveis, facultam-se
perturbar, enredando-se
na ideia falsa de
procurar aplicar a
própria justiça, em face
do que, infalivelmente,
caem, necessitados, por
seu turno, da Justiça
Divina. (Prolusão, pp.
20 e 21)
13. A
lei do merecimento
vigora sempre
-
Quando o Espírito é
encaminhado à
reencarnação traz, em
forma de matrizes
vigorosas no
perispírito, aquilo de
que necessita para a
evolução. Esses fulcros
imprimem-se nos tecidos
em formação da estrutura
material de que a pessoa
se utilizará nas
provações e expiações
necessárias. "Se volta
para o bem e adquire
títulos de valor moral
– assevera Philomeno –
, desarticula os
condicionamentos que lhe
são impostos para o
sofrimento e restabelece
a harmonia nos centros
psicossomáticos, que
passam, então, a gerar
novas vibrações
aglutinantes de
equilíbrio, a se fixarem
no corpo físico em forma
de saúde, de paz, de
júbilo..." Se ele,
todavia, por indiferença
ou prazer, jornadeia na
frivolidade, ou se
encontra adormecido na
indolência, no momento
propício desperta
automaticamente o
mecanismo de
advertência,
desorganizando-lhe a
saúde e surgindo, por
sintonia psíquica, as
condições favoráveis a
que os germens-vacina
que se encontram no
organismo proliferem,
dando lugar às
enfermidades desta ou
daquela natureza.
Noutras vezes, como os
recursos trazidos para a
reencarnação, em forma
de energia vitalizadora,
não foram renovados, ou
foram gastos em
exageros, explodem
as reservas e, pela
queda vibratória, que
atira o invigilante
noutra faixa de
evolução, a sintonia
com entidades viciadas e
perversas se faz mais
fácil, dando início aos
demorados processos
obsessivos. "No caso de
outras enfermidades
mentais, a distonia que
tem início desde os
primórdios da
reencarnação vai, a
pouco e pouco,
desgastando os depósitos
de forças específicas e
predispondo-o para a
crise que dá início à
neurose, à psicose ou às
múltiplas formas de
desequilíbrio que passa
a sofrer, no corredor
cruel e estreito da
loucura", esclarece o
autor espiritual. (Prolusão,
pág. 21)
(Continua no próximo
número.)