ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
A origem cármica dos
dramas sociais de hoje
A cada um
será dado de acordo com
as suas obras
“A quem planta, o fruto
há de ser dado."
-
Paulo N. Batista
Os dramas sociais que
desfilam diariamente
pela mídia, por certo,
são resultados de
semeaduras infelizes no
passado. São muitos e
grandes os problemas
sociais que assolam a
Terra...
As autoridades
governamentais de vários
países e escalões tentam
minimizar as situações
sociais calamitosas,
adotando aqui e ali
medidas paliativas e
oferecendo a assistência
possível, mas as
questões permanecem em
aberto, sem solução...
Onde estaria a raiz das
insolúveis questões
sociais?!
Vemos – constantemente –
pela mídia as notícias
de invasões e
vandalismos, por parte
das vítimas sociais, a
fim de que os órgãos
governamentais não as
esqueçam. Evidentemente
existem mentores
intelectuais atrás dos
depredadores que ficam
com o serviço sujo,
criaturas simples,
iletradas, que se
transformam em massa de
manobra doutrinariamente
controlada e
insuflada...
Mas a história se
repete: Os vândalos de
hoje nada mais são do
que os mesmos da velha
Europa: Durante séculos,
hordas de bárbaros
invadiam os países,
queimavam plantações,
jogavam sal na terra
para que os nativos,
seus inimigos, morressem
à míngua.
Uma boa parte desses
bárbaros reencarnou no
Brasil na época do
governo imperial para
substituir a mão-de-obra
dos escravos
beneficiados pela
abolição. Agora eles iam
ressarcir no trabalho
árduo, com o suor do
próprio rosto, o estrago
feito nas lavouras
europeias.
Como os donos de terras
tinham receio que esses
imigrantes, mais
inteligentes do que os
escravos, em pouco tempo
se rivalizassem com
eles, adquirindo terras
e conquistando a
independência financeira
e, consequentemente,
fazendo uma concorrência
tal que provocasse abalo
em seus “status-quo”,
legislaram em causa
própria, já que os donos
de terras tinham
influência na corte, e
foi, então, promulgada
em 1850, a Lei de
Terras, que postulava:
“Só podia ter terras
quem pagasse por elas”.
Naqueles recuados tempos
o governo colocou
entraves legais e
burocráticos à posse de
terras pelos imigrantes,
e agora, para resgatar
seu carma, precisa
facilitar o acesso às
mesmas terras antes
negadas.
Ora, como os imigrantes
não tinham dinheiro,
pois aqui aportaram
praticamente com a roupa
do corpo, e precisavam
sobreviver, submetiam-se
aos trabalhos árduos e
mal remunerados,
praticamente tão só para
a própria manutenção, e
os grandes latifúndios
continuaram seguros nas
mãos egoístas dos
senhores de terras,
protegidos pelos
dispositivos legais da
época. Assim, não fica
difícil concluir que os
que vivenciam penúrias
sociais hoje eram os
antigos vândalos
europeus e quiçá os
donos de terras do
período imperial,
reunidos agora em um
grupo só, pela paridade
cármica: Enquanto uns
estão resgatando o gesto
de destruição perpetrado
nos séculos passados, em
terras europeias, outros
estão tendo, agora,
dificuldade de acesso à
terra, tal como as
dificultaram – no
passado – aos
imigrantes.
Em sinal de alerta para
todos eles e para todos
nós, a bela peça poética
de Paulo Nunes Batista
nos dá a exata dimensão
da lei de causa e
efeito. A inspiração que
o levou a criar essas
estrofes, provavelmente,
esteja ancorada nesses
fatos do passado sombrio
a desbordar em
frustrações e resgates
no presente... Vamos
examinar com cuidado
estas estrofes e manter
a vibração dessa
inspiração como
sentinela vigilante para
que, no presente, não
estejamos a acionar o
gatilho cármico a nosso
prejuízo, vez que, se a
sementeira é livre, a
colheita é compulsória.
É da lei, portanto, que
sempre vamos receber
CONFORME A SEMEADURA
Os males semeados no
passado
Dão frutos semelhantes
no presente:
Da mesma natureza da
semente,
A quem planta, o fruto
há de ser dado.
A causa tem de ter por
resultado
Esse efeito que aguarda
a alma da gente:
Do fruto doce - doce,
certamente;
Do fruto amargo - o
amargo ora esperado.
Escolhe, pois, amigo, o
teu plantio:
Se espalhas trevas -
colherás sombrio;
Se acendes luzes - terás
claridade!
Todo o Universo é pura
matemática:
O mal dá fatalmente o
mal na prática;
O Bem só pode dar
Felicidade!