Trabalho de
pesquisadores
demonstra que
crianças educam
os pais
A paternidade e
a maternidade
são sagradas
missões que
recebemos para
desempenhar na
Terra. No
entanto, muitas
vezes não nos
damos conta
disto e
relegamos a
educação a
segundo plano,
principalmente a
educação moral
que dá a base e
o sustentáculo
ao indivíduo
para ser um
homem de bem.
Com isso a
sociedade recebe
cidadãos
inteiramente
focados no
imediatismo,
ignorantes de
que são seres
espirituais
apenas de
passagem por
aqui. Muitos
sequer arrumam
as malas para o
momento de
partida, e,
quando a velha
morte chega,
partem de
bagagem vazia,
levando quase
nada para o
além. Podemos
depositar isto,
por exemplo, na
falta de
educação para a
morte. Se
julgarmos o nome
muito forte,
chamemo-lo como
quisermos, mas
não deixa de ser
falta de
educação.
Se nos
debruçarmos com
interesse nas
questões de O
Livro dos
Espíritos,
principalmente
na questão 208,
na qual os
imortais
falam-nos da
importância de
receber um
Espírito que
renasce neste
planeta para
educá-lo nos
caminhos do bem
e da verdade,
veremos que ser
pai ou mãe neste
planeta de
provas e
expiações não é
brinquedo não.
Por isso educar
é preciso, Mais
do que isso:
fundamental. No
entanto, são
vários os
aspectos
educacionais que
poderíamos
discorrer neste
singelo texto,
entretanto,
queremos
aprofundar a
questão educação
sob um ponto de
vista um tanto
quanto distante
dos padrões
comumente
utilizados.
Obviamente
explicarei com
maiores detalhes
o ponto onde
quero chegar. É
sabido que é em
tenra idade que
o Espírito está
mais acessível
às impressões
que recebe na
formação de toda
a sua estrutura
como Ser que
aqui renasce. Seja
em casa ou na
escola os
exemplos bons ou
ruins
repercutirão na
alma infantil e
possivelmente
influenciarão
suas atitudes
quando a idade
adulta o
atingir, pois o
tempo é
inexorável para
todos os filhos
de Deus. Como
dizia minha mãe:
Não somos apenas
nós que
envelhecemos, o
relógio
biológico também
é fatal para com
as crianças,
elas também
fazem
aniversário.
Mas não quero
aqui ser prolixo
e vou direto ao
ponto.
A revista FAPESP
(para quem
desconhece, a
sigla significa
Fundação de
Amparo à
Pesquisa do
Estado de São
Paulo) de julho
de 2011 traz
interessante
matéria que
versa justamente
na inversão dos
papéis
educacionais em
algumas
ocasiões. Ao
invés de pais
educarem os
filhos, no caso
da pesquisa
realizada, foram
os filhos que
educaram os
pais.
A cardiologista
Luciana Savoy do
Incor (Instituto
do Coração) que
integra a equipe
do médico Bruno
Caramelli,
também do Incor,
resolveu estudar
como as atitudes
dos filhos podem
influenciar os
pais. O tema
trabalhado assim
está descrito:
“A educação dos
filhos como
instrumento
terapêutico na
redução do risco
cardiovascular
dos pais”.
Foram escolhidos
dois grupos de
uma escola em
Jundiaí.
No primeiro
grupo os pais
tiveram acesso
apenas a
folhetos falando
da alimentação
saudável e
atividades
físicas e sua
importância na
prevenção de
doenças
cardiovasculares.
Já no segundo
grupo, além de
os pais
receberem os
folhetos, os
filhos tiveram
treinamento
sobre a
alimentação e o
impacto em uma
vida saudável.
Portanto,
aprenderam sobre
como se
alimentar
adequadamente,
tiveram aula de
educação física,
fisioterapia,
passeios
ciclísticos e
peças de teatro
para reforçar a
relevância dos
alimentos e o
estilo de vida e
suas relações
com as doenças
cardiovasculares.
Como parâmetro
para verificar
as diferenças
entre os dois
grupos que
citamos acima,
foi utilizada a
escala de
Framingham,
largamente usada
em todo mundo
como referência
para saber se o
indivíduo terá
risco de
desenvolver
doenças
cardiovasculares
nos próximos 10
anos.
Os resultados
mostraram que a
educação é
sempre
alternativa
viável para
prevenir os
males desta
vida. Cerca de
91% dos pais
pertencentes ao
grupo em que os
filhos
participaram das
atividades
educacionais
tiveram uma
redução nos
riscos de
desenvolver
doenças
cardiovasculares,
enquanto que no
outro grupo
apenas 13%
obtiveram
sucesso.
As crianças que
participaram do
estudo passaram
a cobrar os pais
sobre a questão
que envolve
alimentação
saudável, vida
sedentária,
tabagismo etc.
Começaram,
inclusive, a
interferir nas
compras de
supermercado e
trocar as
sobremesas por
frutas. Alguns
pais tinham o
hábito de
consumir pizza
três vezes por
semana, as
crianças
cortaram o
péssimo costume
dos marmanjos.
Pizza apenas aos
sábados e olhe
lá.
Em outras
palavras,
educaram os pais
e modificaram
absurdamente os
hábitos da
família, o que
redundou em
ganho na
qualidade de
vida.
Parabéns ao
doutor Bruno
Caramelli e sua
equipe pelo
projeto que se
chama “A
educação dos
filhos como
instrumento
terapêutico na
redução do risco
cardiovascular
dos pais”.
Mas, projetos à
parte,
observemos como
a educação é uma
via que trafega
em duas mãos: se
ensinamos as
crianças hoje a
maneira correta
de proceder
perante a vida
sob os mais
variados
aspectos,
teremos
resultados
positivos muito
antes desses
pequenos
atingirem a
idade adulta.
Antigamente
dizíamos que
educar o filho
hoje equivaleria
a transformá-lo
em adulto
consciente no
amanhã. A coisa
mudou um pouco
de figura:
Educar
adequadamente as
crianças de hoje
as transformam
automaticamente
em crianças
conscientes. Nem
é preciso mais
cogitar do
amanhã, pois com
a educação ele –
o amanhã – está
mais próximo, acontecendo
em tempo real,
agora.
Esta pesquisa
demonstra que as
crianças de
hoje, se bem
educadas em
padrões de
criatividade e
inovação,
fazendo-as
participar dos
acontecimentos
como agentes
ativos de
transformação,
têm muito a nos
ensinar.
Eis, portanto,
que a educação
se faz com a
participação da
criança no
processo
educativo.
Percebemos que
este tipo de
processo deixa
essas crianças
de antenas
ligadas e por
isso cobram dos
pais o que eles
devem oferecer
como condutores
desses Espíritos
em evolução, ou
seja, EXEMPLOS.
Atualmente em um
mundo dinâmico e
milionário em
informações,
apenas as
palavras não
bastam. Ou nós
como pais e
educadores
ensinamos pelos
exemplos e
façamos, também,
com que a
criança
participe desse
processo, ou não
atingiremos os
patamares de uma
educação eficaz,
que prepara a
criança de hoje
para viver de
forma coerente
com os padrões
de educação
propostos pelo
Cristo.
Pensemos
seriamente nos
tópicos que
envolvem a
educação e,
principalmente,
aprendamos a
aprender com as
crianças. Mas
para isso é
preciso
humildade. Será
que a temos o
suficiente?
Referência:
CARAMELLI,
BRUNO. A
educação dos
filhos como
instrumento
terapêutico na
redução do risco
cardiovascular
dos pais.
FAPESP. São
Paulo. Número
185. Julho/2011.