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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 228 - 25 de Setembro de 2011

ÉDO MARIANI 
edo@edomariani.com.br 
Matão, SP (Brasil)
 

Como nos encontramos no caminho evolutivo?


Passamos pelo tempo e a experiência da presente encarnação vai caminhando para o seu final.

Se pararmos para analisar, ao se alcançar o ano de 2012, haveremos de constatar que, com raras exceções, são poucos os que realizam a contento sua programação reencarnatória no campo da evolução espiritual.

Ainda é encontrada imensa dificuldade, mesmo pelos espíritas conscientes, para o processamento das transformações íntimas. O homem ainda se encontra imantado aos resíduos do passado representados pelo orgulho e o egoísmo que ainda teimam em fazer parte do nosso psiquismo.

Qual será a razão disso? Por que essas dificuldades, quando o Espiritismo, doutrina renovadora, oferece a todos o conhecimento necessário, apresentando-o com clareza, lógica e racionalidade?

Aprende-se que somos Espíritos imortais, isto é, que a vida do Espírito não cessa com a morte física; que continuamos a viver no mundo espiritual; que conservamos nossa individualidade e que levamos para lá o que aqui realizarmos de certo ou errado e, mesmo assim, nos deixamos embair pelas ilusões dos prazeres efêmeros que a vida nos oferece.

Refletindo sobre isso, deduzimos que a razão para continuarmos indiferentes, distraídos, não será porque nos faltam a certeza e a convicção plena da imortalidade da alma? Onde está a fé raciocinada e inabalável preconizada por Kardec? Será que já paramos para meditar com seriedade sobre o assunto? Aprendemos com o Espiritismo que somos Espíritos imortais, mas será que no nosso íntimo temos a certeza dessa realidade? Parece-nos que ainda não, pois se a imortalidade fizesse parte integrante de nós, como verdade absoluta, com certeza procederíamos de forma mais responsável com vistas voltadas ao futuro, e o apego às coisas materiais ficaria em segundo plano. Jesus já nos alertou que primeiro busquemos o reino de Deus e sua justiça e o demais nos será dado por acréscimo.

Estudam-se as obras básicas e os clássicos da doutrina, bem como a riqueza das complementares, e entusiasma-se com o seu conteúdo, acha-se tudo racional e de beleza inconfundível na sua filosofia interpretativa dos fatos probantes dos seus conceitos científicos. Apercebe-se a justiça das leis naturais enunciadas pelos Espíritos sábios. Admite-se que só pode ser assim e que não há explicações mais convincentes.

Com tudo isso, por que será que embora conhecendo e admitindo essas verdades e a sua imutabilidade, ainda não se consegue desvencilhar dos costumes, tradições e hábitos do passado que, em vez de nos ajudar no desprendimento material, mais nos ligam a eles?

Fica-se intrigado com tal enigma e busca-se uma razão por que isso acontece, especialmente a nós espíritas.

Buscando orientação na obra da codificação, em O Livro dos Médiuns, cap. III, item 28, inciso 20, onde trata das várias categorias de crentes, encontramos: “os que não se interessam pelos fatos e compreendem o aspecto filosófico do Espiritismo, admitindo a moral que dele decorre, mas não o praticam”. No cap. XXIX, item 350, há mais o seguinte: “(...) Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não tornar melhor, mais bondoso e mais indulgente para com os seus semelhantes, mais humildes e mais pacientes na adversidade aquele que a adotou? De que serve ao avarento ser espírita se continuar sempre avarento; ao orgulhoso, se continuar sempre cheio de si; ao invejoso, se permanecer sempre ciumento? Todos os homens poderiam crer nas manifestações, como vemos, e a humanidade continuar estacionária”. Mais adiante, ele continua: “A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno do qual somos felizes em ver, desde já, tantos homens se juntarem em todos os pontos da Terra, porque compreendem que está nela a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o signo da nova era para a humanidade”.

Deduzimos assim, que o maior empecilho para a transformação moral da humanidade e especialmente dos espíritas está na falta de vontade, na coragem de se desvencilhar do ranço materialista que trazemos do passado milenar. Falta-nos a fé raciocinada e inabalável, preconizada por Kardec, como afirmamos anteriormente.

Hahnemann, colaborador da codificação, em mensagem ditada em Paris no ano de 1863, encontrada em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no cap. IX, item 10, ensina: “Segundo a ideia falsíssima de que não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados”.

O assunto é muito importante e precisa ser analisado com os devidos cuidados por todos nós espíritas que somos mais responsáveis por conhecer por que reencarnamos. Sobre o tema, aconselhamos a leitura do Epílogo do livro “Reforma Intima sem Martírio”, ditado pelo Espírito Ermance Dufaux, através da mediunidade de Wanderley de Oliveira, que muito ajudará na realização da difícil empreitada da transformação intima.

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita