Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
3)
Continuamos a apresentar
o
estudo do livro
Grilhões Partidos,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada
inicialmente no
ano de 1974.
Questões preliminares
A. Que é que o autor
desta obra diz a
respeito da loucura e
dos fatores que a fazem
irromper na criatura
humana?
Desde o berço o Espírito
imprime no encéfalo as
condições cármicas para
o resgate das dívidas
perante a Consciência
Cósmica. Quando a
loucura se alastra em
alguém, é que o próprio
Espírito possui os
requisitos que lhe
facultam a manifestação.
A predisposição para
este ou aquele estado
lhe é inerente, e os
fatores externos que a
fazem irromper – os
traumatismos morais, os
complexos, os recalques
– já se encontram em
gérmen, na constituição
fisiológica ou
psicológica do
indivíduo, a fim de que
o cumprimento do dever,
em toda a sua plenitude,
se faça impostergável.
Segundo Manoel Philomeno,
há outros e mais
complexos fatores
causais da loucura,
todos, porém,
englobados nas leis de
causa e efeito.
(Grilhões Partidos,
Prolusão, pág. 22.)
B. Nos processos
obsessivos, quem é o
agente principal na
solução do problema?
O paciente é o agente da
própria cura.
Evidentemente, para
lográ-la, necessitará do
concurso do cireneu da
caridade que o ajude,
sob a cruz do sofrimento
e através da diretriz de
segurança e
esclarecimento, a
despertar para maior e
melhor visão das coisas
e da vida. Devemos,
portanto, esclarecer o
portador das obsessões,
mesmo aquele que se
encontra no estágio
mais grave da
subjugação,
conclamando-o ao
despertamento, do que
dependerá sua renovação.
(Obra citada, Prolusão,
pp. 22 e 23.)
C. Que papel deve
cumprir a família no
tratamento do obsidiado?
O agrupamento familiar
deve ser convocado à
cooperação no tratamento
do obsidiado, uma vez
que ele não reencarnou
ali por acaso. A família
do paciente deve ser
alertada para as
responsabilidades que
lhe dizem respeito, de
modo a não transferir ao
enfermo toda a culpa,
como se a Sabedoria
Celeste, ao convocar o
calceta ao refazimento,
estivesse laborando em
erro, produzindo
sofrimento naqueles que
nada teriam a ver com a
problemática de que
padece.
(Obra citada, Prolusão,
pp. 23 e 24.)
D. Qual é, segundo o
Espiritismo, um dos mais
frequentes obstáculos à
libertação do obsidiado?
As imperfeições morais
do obsidiado é que, com
frequência, constituem o
obstáculo à sua
libertação.
(Obra citada, cap. 1,
pp. 25 a 27.)
Texto para leitura
14. A
excelência dos ensinos
cristãos
- Experiências
realizadas pelo Dr.
Ladislaus von Meduna, no
Centro Interacadêmico de
Pesquisas Psiquiátricas
de Budapeste, apontaram
diferenças fundamentais
entre os cérebros dos
epilépticos e dos
esquizofrênicos,
verificando-se que a
presença de uma dessas
enfermidades constitui
impedimento à presença
da outra. Ocorre que
desde o berço o espírito
imprime no encéfalo as
condições cármicas, para
o resgate das dívidas
perante a Consciência
Cósmica, podendo, sem
dúvida, mediante esforço
de renovação interior,
recompor as paisagens
celulares onde se
manifestam os
impositivos
reabilitadores, exceção
feita às problemáticas
expiatórias... Quando a
loucura se alastra em
alguém, é que o próprio
espírito possui os
requisitos que lhe
facultam a manifestação.
A predisposição para
este ou aquele estado
lhe é inerente, e os
fatores externos que a
fazem irromper – os
traumatismos morais, os
complexos, os recalques
– já se encontram em
gérmen, na constituição
fisiológica ou
psicológica do
indivíduo, a fim de que
o cumprimento do dever,
em toda a sua plenitude,
se faça impostergável.
Diz então Manoel
Philomeno: "Há, sem
dúvida, outros e mais
complexos fatores
causais da loucura,
todos, porém,
englobados nas `leis de
causa e efeito'". Daí a
excelência dos ensinos
cristãos
consubstanciados na
Doutrina dos Espíritos e
vazados na mais
eloquente psicoterapia
preventiva, mediante os
conceitos otimistas, que
conclamam à harmonia e à
cordialidade, do que
decorrem,
consequentemente,
equilíbrio e renovação
naquele que os vive, em
cuja experiência
realiza o objetivo
essencial da
reencarnação: produzir
para a felicidade.
(Prolusão, pág. 22)
15. O paciente é o
agente da própria cura
- No que diz respeito à
problemática das
obsessões espirituais, o
paciente é, também, o
agente da própria cura.
Evidentemente, para
lográ-la, necessitará do
concurso do cireneu da
caridade que o ajude,
sob a cruz do sofrimento
e através da diretriz de
segurança e
esclarecimento, a
despertar para maior e
melhor visão das coisas
e da vida. Não cabe,
pois, a passistas,
doutrinadores e médiuns
a responsabilidade total
dos resultados, no
tratamento das
obsessões. É verdade que
ocorrem, com frequência,
curas temporárias e
recuperações imediatas
sem o concurso do
enfermo. Trata-se de
concessões de acréscimo
da Divindade. O
problema, contudo,
retornará mais tarde,
quando o devedor menos o
espere. Devemos,
portanto, esclarecer o
portador das obsessões,
mesmo aquele que se
encontra no estágio
mais grave da
subjugação, através de
mensagens
esclarecedoras ao
subconsciente, pela
doutrinação eficaz,
conclamando-o ao
despertamento, do que
dependerá sua renovação.
Ao mesmo tempo em que se
doutrina o invasor,
o parasita espiritual,
é preciso, pois,
elucidar o
hospedeiro, o
suporte da invasão, de
modo que ele possa
oferecer valores
compensadores,
elevando-se moral e
espiritualmente, para
alcançar maior círculo
de vibração, com que se
erguerá acima e além das
conjunturas, podendo
melhormente ajudar-se e
ajudar aqueles que
deixou na estrada do
sofrimento. (Prolusão,
pp. 22 e 23)
16. A
família do obsidiado
- Vinculados no mesmo
agrupamento familiar
pelas necessidades de
evolução em
reajustamentos
recíprocos, no problema
da obsessão os que
acompanham o paciente
estão fortemente
ligados ao fator
predisponente, caso não
hajam sido os
responsáveis pelo
insucesso do passado,
convocados agora à
cooperação no ajuste das
contas. Afirma-se que
os Espíritos que
acompanham os psicopatas
sofrem muito mais do que
eles mesmos. Não é
verdade. Sofrem, sim,
por necessidade
evolutiva, visto que têm
responsabilidade no
insucesso de que ora
participam, devendo, por
isso, envidar esforços
para a liberação dos
sofredores,
libertando-se
igualmente. Diz Manoel
Philomeno serem comuns
os abandonos a que são
relegados os alienados,
quando seus próprios
familiares os deixam nas
Casas de Saúde,
indicando a essas
instituições endereços
falsos, com o que
pretendem se precatar
contra a futura
recuperação do familiar,
impedindo, desse modo, o
seu retorno ao próprio
lar. Sem dúvida, quando
alguns desses pacientes,
especialmente nos casos
de obsessão, se afastam
do lar, melhoram, porque
diminuem os fatores
incidentes do grupo
endividado com o dos
cobradores
desencarnados, o que não
evita retornem os
desequilíbrios, ao
voltarem ao seio da
família, que, por sua
vez, não se renovou, nem
se elevou, para
liberar-se das viciações
que favorecem a
perturbação obsessiva.
Essa é a razão por que
se torna imprescindível,
nos processos de
desobsessão, alertar a
família do paciente para
as responsabilidades que
lhe dizem respeito, de
modo a não transferir ao
enfermo toda a culpa,
como se a Sabedoria
Celeste, ao convocar o
calceta ao refazimento,
estivesse laborando em
erro, produzindo
sofrimento naqueles que
nada teriam a ver com a
problemática de que
padece. "Tudo é sábio
nos Códigos Superiores
da Vida. Ninguém os
desrespeitará
impunemente", conclui
Manoel Philomeno de
Miranda. (Prolusão, pp.
23 e 24)
17. A
festa dos quinze anos de
Ester
- O seguinte ensinamento
constante d' "O Livro
dos Médiuns" (cap.
XXIII, item 252) abre o
cap. 1 deste livro: "As
imperfeições morais do
obsidiado constituem,
frequentemente, um
obstáculo à sua
libertação". E a obra se
inicia descrevendo os
preparativos da festa de
quinze anos de Ester,
filha do coronel
Constâncio Medeiros de
Santamaria, residente em
elegante apartamento
dúplex, localizado na
Av. Atlântica, no bairro
de Copacabana, no Rio de
Janeiro. A festa fora
programada nos mínimos
detalhes um mês antes,
com requinte e carinho.
Os convidados eram
pessoas pertencentes aos
tradicionais clãs da
família brasileira e do
exterior. Ester fora
encaminhada a uma casa
de modas e boas
maneiras, onde recebera
instrução e orientação
apropriadas para o
solene momento.
Estudante do Curso
Clássico em conceituado
colégio do Rio, onde se
preparava para a
Faculdade de Filosofia,
a jovem estampava um
sorriso de júbilo
quando, ao som de um
grupo de violinistas,
compareceu à sala
imensa, dando início
formalmente à recepção.
Suas faces levemente
coradas contrastavam
com os olhos
transparentes, azulados,
e a cabeleira bem
trabalhada, cingida por
delicado diadema de
brilhantes, caía
artisticamente sobre
seus ombros e o vestido
branco, alvinitente. Era
sem dúvida uma noite de
sonho. A música enchia a
sala e todos eram
unânimes em ressaltar a
beleza da menina,
enquanto os pais,
evidentemente felizes,
exultavam com essa
felicidade que todos
perseguem, quando na
Terra, mas que é
transitória, breve e
deixa sulcos profundos,
não poucas vezes de
amargura inexplicável.
(Cap. 1, pp. 25 a 27)
(Continua no próximo
número.)