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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 228 - 25 de Setembro de 2011

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Grilhões Partidos

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 3)

Continuamos a apresentar o estudo do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada inicialmente no ano de 1974.

Questões preliminares

A. Que é que o autor desta obra diz a respeito da loucura e dos fatores que a fazem irromper na criatura humana?

Desde o berço o Espírito imprime no encéfalo as condições cármicas para o resgate das dívidas perante a Consciência Cósmica. Quando a loucura se alastra em alguém, é que o próprio Espírito possui os re­quisitos que lhe facultam a manifestação. A predisposição para este ou aquele estado lhe é inerente, e os fatores externos que a fazem irrom­per – os traumatismos morais, os complexos, os recalques – já se en­contram em gérmen, na constituição fisiológica ou psicológica do indi­víduo, a fim de que o cumprimento do dever, em toda a sua plenitude, se faça impostergável. Segundo Manoel Philomeno, há outros e mais complexos fatores causais da loucura, todos, porém, en­globados nas leis de causa e efeito. (Grilhões Partidos, Prolusão, pág. 22.)

B. Nos processos obsessivos, quem é o agente principal na solução do problema?

O paciente é o agente da própria cura. Evidentemente, para lográ-la, necessitará do concurso do cireneu da caridade que o ajude, sob a cruz do sofrimento e através da diretriz de segurança e esclarecimento, a despertar para maior e melhor visão das coisas e da vida. Devemos, por­tanto, esclarecer o portador das obsessões, mesmo aquele que se encon­tra no estágio mais grave da subjugação, conclamando-o ao despertamento, do que dependerá sua renovação. (Obra citada, Prolusão, pp. 22 e 23.)

C. Que papel deve cumprir a família no tratamento do obsidiado?

O agrupamento familiar deve ser convocado à cooperação no tratamento do obsidiado, uma vez que ele não reencarnou ali por acaso. A família do paciente deve ser alertada para as responsabilidades que lhe dizem respeito, de modo a não transferir ao enfermo toda a culpa, como se a Sabedoria Celeste, ao convocar o calceta ao refazimento, es­tivesse laborando em erro, produzindo sofrimento naqueles que nada te­riam a ver com a problemática de que padece. (Obra citada, Prolusão, pp. 23 e 24.)

D. Qual é, segundo o Espiritismo, um dos mais frequentes obstáculos à libertação do obsidiado?

As imperfeições morais do obsidiado é que, com frequência, constituem o obstáculo à sua libertação. (Obra citada, cap. 1, pp. 25 a 27.)

Texto para leitura 

14. A excelência dos ensinos cristãos - Experiências realizadas pelo Dr. Ladislaus von Meduna, no Centro Interacadêmico de Pesquisas Psi­quiátricas de Budapeste, apontaram diferenças fundamentais entre os cérebros dos epilépticos e dos esquizofrênicos, verificando-se que a presença de uma dessas enfermidades constitui impedimento à presença da outra. Ocorre que desde o berço o espírito imprime no encéfalo as condições cármicas, para o resgate das dívidas perante a Consciência Cósmica, podendo, sem dúvida, mediante esforço de renovação interior, recompor as paisagens celulares onde se manifestam os impositivos rea­bilitadores, exceção feita às problemáticas expiatórias... Quando a loucura se alastra em alguém, é que o próprio espírito possui os re­quisitos que lhe facultam a manifestação. A predisposição para este ou aquele estado lhe é inerente, e os fatores externos que a fazem irrom­per –  os traumatismos morais, os complexos, os recalques –  já se en­contram em gérmen, na constituição fisiológica ou psicológica do indi­víduo, a fim de que o cumprimento do dever, em toda a sua plenitude, se faça impostergável. Diz então Manoel Philomeno: "Há, sem dúvida, outros e mais complexos fatores causais da loucura, todos, porém, en­globados nas `leis de causa e efeito'". Daí a excelência dos ensinos cristãos consubstanciados na Doutrina dos Espíritos e vazados na mais eloquente psicoterapia preventiva, mediante os conceitos otimistas, que conclamam à harmonia e à cordialidade, do que decorrem, consequen­temente, equilíbrio e renovação  naquele que os vive, em cuja expe­riência realiza o objetivo essencial da reencarnação: produzir para a felicidade. (Prolusão, pág. 22)

15. O paciente é o agente da própria cura - No que diz respeito à pro­blemática das obsessões espirituais, o paciente é, também, o agente da própria cura. Evidentemente, para lográ-la, necessitará do concurso  do cireneu da caridade que o ajude, sob a cruz do sofrimento e através da diretriz de segurança e esclarecimento, a despertar para maior e melhor visão das coisas e da vida. Não cabe, pois, a passistas, dou­trinadores e médiuns a responsabilidade total dos resultados, no tra­tamento das obsessões. É verdade que ocorrem, com frequência, curas temporárias e recuperações imediatas sem o concurso do enfermo. Trata-se de concessões de acréscimo da Divindade. O problema, contudo, re­tornará mais tarde, quando o devedor menos o espere. Devemos, por­tanto, esclarecer o portador das obsessões, mesmo aquele que se encon­tra no estágio mais grave da subjugação, através de mensagens esclare­cedoras ao subconsciente, pela doutrinação eficaz, conclamando-o ao despertamento, do que dependerá sua renovação. Ao mesmo tempo em que se doutrina o invasor, o parasita espiritual, é preciso, pois, eluci­dar o hospedeiro, o suporte da invasão, de modo que ele possa oferecer valores compensadores, elevando-se moral e espiritualmente, para al­cançar maior círculo de vibração, com que se erguerá acima e além das conjunturas, podendo melhormente ajudar-se e ajudar aqueles que deixou na estrada do sofrimento. (Prolusão, pp. 22 e 23)

16. A família do obsidiado - Vinculados no mesmo agrupamento familiar pelas necessidades de evolução em reajustamentos recíprocos, no pro­blema da obsessão os que acompanham o paciente estão fortemente liga­dos ao fator predisponente, caso não hajam sido os responsáveis pelo insucesso do passado, convocados agora à cooperação no ajuste das con­tas. Afirma-se que os Espíritos que acompanham os psicopatas sofrem muito mais do que eles mesmos. Não é verdade. Sofrem, sim, por neces­sidade evolutiva, visto que têm responsabilidade no insucesso de que ora participam, devendo, por isso, envidar esforços para a liberação dos sofredores, libertando-se igualmente. Diz Manoel Philomeno serem comuns os abandonos a que são relegados os alienados, quando seus pró­prios familiares os deixam nas Casas de Saúde, indicando a essas instituições endereços falsos, com o que pretendem se precatar contra a futura recuperação do familiar, impedindo, desse modo, o seu retorno ao próprio lar. Sem dúvida, quando alguns desses pacientes, especial­mente nos casos de obsessão, se afastam do lar, melhoram, porque dimi­nuem os fatores incidentes do grupo endividado com o dos cobradores desencarnados, o que não evita retornem os desequilíbrios, ao voltarem ao seio da família, que, por sua vez, não se renovou, nem se elevou, para liberar-se das viciações que favorecem a perturbação obsessiva. Essa é a razão por que se torna imprescindível, nos processos de desobsessão, alertar a família do paciente para as responsabilidades que lhe dizem respeito, de modo a não transferir ao enfermo toda a culpa, como se a Sabedoria Celeste, ao convocar o calceta ao refazimento, es­tivesse laborando em erro, produzindo sofrimento naqueles que nada te­riam a ver com a problemática de que padece. "Tudo é sábio nos Códigos Superiores da Vida. Ninguém os desrespeitará impunemente", conclui Ma­noel Philomeno de Miranda. (Prolusão, pp. 23 e 24)

17. A festa dos quinze anos de Ester - O seguinte ensinamento cons­tante d' "O Livro dos Médiuns" (cap. XXIII, item 252) abre o cap. 1 deste livro: "As imperfeições morais do obsidiado constituem, frequen­temente, um obstáculo à sua libertação". E a obra se inicia descre­vendo os preparativos da festa de quinze anos de Ester, filha do coro­nel Constâncio Medeiros de Santamaria, residente em elegante aparta­mento dúplex, localizado na Av. Atlântica, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. A festa fora programada nos mínimos detalhes um mês antes, com requinte e carinho. Os convidados eram pessoas pertencentes aos tradicionais clãs da família brasileira e do exterior. Ester fora encaminhada a uma casa de modas e boas maneiras, onde recebera instrução e orientação apropriadas para o solene momento. Estudante do Curso Clássico em conceituado colégio do Rio, onde se preparava para a Fa­culdade de Filosofia, a jovem estampava um sorriso de júbilo quando, ao som de um grupo de violinistas, compareceu à sala imensa, dando início formalmente à recepção. Suas faces levemente coradas contrasta­vam com os olhos transparentes, azulados, e a cabeleira bem traba­lhada, cingida por delicado diadema de brilhantes, caía artisticamente sobre seus ombros e o vestido branco, alvinitente. Era sem dúvida uma noite de sonho. A música enchia a sala e todos eram unânimes em res­saltar a beleza da menina, enquanto os pais, evidentemente felizes, exultavam com essa felicidade que todos perseguem, quando na Terra, mas que é transitória, breve e deixa sulcos profundos, não poucas ve­zes de amargura inexplicável. (Cap. 1, pp. 25 a 27) (Continua no próximo número.)
 


 


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