MARIA MARGARIDA
F. MOREIRA
3m@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Em nossa marcha
A estrada por
onde
transitamos,
hoje, é nossa
via de
crescimento
espiritual e nos
levará a
entender melhor
a vida, no
contato com as
múltiplas
situações que
contribuirão com
o nosso
potencial de
progresso. Mesmo
os caminhos
inadequados que
tomamos, ao
longo da vida,
são parte
essencial de
nossa
educação. Deus
nos criou
inteligentes, porém,
com a
probabilidade do
engano,
modelando-nos de
tal forma que
pudéssemos
encontrar, um
dia, a
perfeição.
Permite,
portanto, que as
almas escolham
seu roteiro, de
acordo com o
livre-arbítrio.
Assim, as
inúmeras
dificuldades que
surgem durante a
jornada de cada
criatura
representam
oportunidades de
autoanálise, que
farão com que o
homem se revele
nas fragilidades
e deficiências
de seu espírito
aprendiz, se
conh eça e se
avalie, de
acordo com as
suas reais
capacidades de
luta e
resignação, no
enfrentamento
das barreiras
necessárias ao
aperfeiçoamento.
Dessa forma, na
justa sucessão
de espaço e
tempo, de acordo
com o nosso grau
evolutivo,
recebemos do
Criador em forma
de “senso de
rumo certo”, as
rotas
necessárias à
ampliação de
nossos
sentimentos e
conhecimentos. A
escolha,
entretanto, é
nossa.
Aceitemos,
portanto, sem
condenação,
todas as sendas
que percorremos.
Todas são
válidas, se lhes
aproveitarmos os
elementos
educativos, pois
nos darão
sabedoria para
outros caminhos
mais felizes. E,
aí, as Leis de
Deus se cumprem
com exatidão e
segurança
porque, enquanto
mergulhados na
carne ou fora
dela em nossa
marcha, a vida
nos chama, o
trabalho apela
para nós,
abençoa-nos a
luz do
conhecimento.
Mas, quase
sempre,
permanecemos
indecisos, sem
coragem de
marchar para a
realização
elevada que nos
cabe atingir. E
quando surge a
oportunidade de
nosso encontro
espiritual com
Cristo, aí sim,
raramente
sabemos pedir
sensatamente.
Na atualidade,
muitos
companheiros
invocam a
cooperação
direta de Jesus,
e o socorro vem
sempre, pois o
Mestre Divino
sabe muito bem
da nossa
capacidade
espiritual e
sempre suaviza
os nossos
caminhos, porque
é infinita a
misericórdia
celeste.
Todavia, vencida
a dificuldade,
retornam esses
mesmos
companheiros aos
velhos caminhos.
Portanto, não há
outra saída.
Novos obstáculos
sobrevirão até
que a criatura
aprenda a
dominar-se,
educar-se e
vencer,
serenamente, as
lições
recebidas.
É oportuno
lembrar que não
é preciso
comparecer
diante do Mestre
com volumosa
bagagem de
rogativas para a
cura de nossos
males. Basta que
lhe peçamos o
dom de ver com
os olhos da
alma, com a
exata
compreensão das
particularidades
do caminho
evolutivo. Que
nos faça
enxergar todos
os fenômenos e
situações,
pessoas e
coisas, com amor
e justiça,
porque Ele mesmo
disse: “Eu vim a
este mundo para
um juízo, a fim
de que os que
não veem, vejam,
e os que veem se
tornem cegos”.
(João, IX-
1,41.)
A cura dos males
não é somente o
restabelecimento
do equilíbrio
orgânico das
pessoas,
devolvendo aos
paralíticos os
movimentos das
pernas e braços.
Não é somente
fazer ver aos
cegos. É,
também, libertar
almas que estão
presas no
cárcere da
carne, pois o
corpo é uma
roupa da alma
que, em muitos
casos, já
aparece rota e
com vários
remendos.
Importa
esclarecer que
ninguém cura
ninguém. No
entanto, essa
realidade só
poderá ficar
totalmente em
evidência em um
futuro ainda
distante,
embora, na
atualidade, já
existam sinais
de abertura
neste sentido. A
verdadeira cura,
o
restabelecimento
completo da alma
e do corpo, vem
da fonte
inesgotável do
Espírito que não
foi feito
enfermo, mas com
perfeita saúde.
Aquele, pois,
que quiser ser
um terapeuta em
nome da
caridade, ao
curar os corpos,
não se esquecer
das almas,
propiciando a
elas meios de
autoconhecimento.
Porém, antes de
pretender curar
os outros,
devemos iniciar
a cura de nós
mesmos, com
esforço próprio,
na feição de
disciplina e
educação de
costumes
antigos, que o
progresso já não
aceita mais.
Quando abraçamos
a tarefa
espírita-cristã,
sedentos de vida
superior,
lembremo-nos de
que Jesus nos
enviou o coração
renovado ao
casto campo do
mundo para
servi-Lo.
Ensinemos, não
só o bom
caminho, mas,
sobretudo,
ajamos de acordo
com os
princípios
elevados que
apregoamos,
ditando
diretrizes
nobres para os
outros, e,
principalmente,
marchemos dentro
delas, semeando
alegrias e
bênçãos,
perdoando,
compreendendo o
ofensor, e
ajudando-o a
reerguer-se,
ainda mesmo
quando
incompreendido.
Dessa forma, se
nos dispomos a
aproveitar a
lição do Mestre
Divino,
afeiçoando a
nossa própria
vida aos Seus
ensinamentos,
abandonemos a
pressa e
esqueçamos o
desânimo.
Avancemos, sem
vacilação,
servindo
infatigavelmente.
Não importa,
nessa
peregrinação
incansável, que
a nossa
conquista surja
triunfante, hoje
ou amanhã. Vale
trabalhar e
fazer o melhor
que pudermos,
aqui e agora,
porque a vida,
em nossa marcha,
se incumbe de
trazer-nos
aquilo que
buscamos.
Bibliografia:
KARDEC, Allan.
O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
2ª edição. São
Paulo, 1990;
Capítulo XXV-
item 5;
MAIA, João
Nunes, pelo
Espírito Shaolin.
Ave Luz.
3ª edição.
Editora Espírita
Cristã Fonte
Viva. Belo
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ESPÍRITO SANTO,
Francisco do,
pelo Espírito
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Renovando
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24ª edição. Boa
Nova Editora.
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XAVIER,
Francisco
Cândido, pelo
Espírito
Emmanuel.
Caminho, Verdade
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edição. Rio de
Janeiro, 2005;
XAVIER,
Francisco
Cândido, pelo
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Fonte Viva.
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