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Nos processos
obsessivos, a
perseguição do obsessor
para com sua vítima pode
durar uma existência
inteira? Existe, no
tratamento das
obsessões, um critério
que defina a maior ou
menor duração do
processo?
Raul Teixeira:
Como em qualquer
enfermidade, nenhum
médico poderá afirmar em
quanto tempo o paciente
estará plenamente
curado, pois isso
dependerá de diversos
fatores, desde a
estrutura fisiológica do
enfermo e a sua
assimilação dos
medicamentos, até os
tipos de medicamentos
que lhe são ministrados,
sua correção e
proficiência.
Do mesmo modo que há
enfermidades que, embora
tratadas durante todo o
tempo, não desaparecem
do corpo físico dos seus
portadores, também na
esfera obsessiva pode
haver casos que, muito
embora os continuados
tratamentos
desobsessivos e
fluidoterápicos,
perdurarão toda uma
existência.
Essa impertinência da
obsessão – como a de
qualquer outra
enfermidade – estará
sempre associada aos
débitos e aos créditos
que tenha o paciente.
Consideram os
benfeitores espirituais
que há situações em que
o melhor remédio para
determinadas almas é a
continuidade da
patologia, a fim de que
não se comprometam mais
e em piores condições.
Entrevista concedida em
17 de setembro de 2011 à
revista “O Consolador”.
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