ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Jesus, a porta.
Kardec, a chave
Em muitas
passagens do
Evangelho, vemos
que Jesus
ensinou o homem
a pensar.
Quando, por
exemplo, era
surpreendido com
alguma pergunta,
Ele geralmente
não dava uma
resposta direta
(sim ou não),
mas fazia com
que a própria
pessoa que lhe
perguntava
(fosse para
prová-lo ou
não), chegasse,
através do
raciocínio, à
resposta da
questão
proposta.
Ao ser indagado,
por um doutor da
lei, o que era
preciso fazer
para possuir a
vida eterna,
Jesus lhe
perguntou o que
está escrito na
lei e o que o
doutor da lei
lia, nela.
“Amarás o Senhor
teu Deus de todo
o teu coração,
de toda a tua
alma, com todas
as tuas forças e
de todo o teu
espírito, e a
teu próximo como
a ti mesmo”, foi
a resposta.
Jesus lhe disse
que ele havia
respondido muito
bem. “Faze isso
e viverás”,
recomendou-lhe o
Mestre.
O homem, no
entanto,
querendo parecer
que era um
justo, voltou a
perguntar: “Quem
é o meu
próximo?”.
Tomando a
palavra, Jesus
conta a Parábola
do Bom
Samaritano.
Depois, volta a
perguntar qual
das três pessoas
que passou pelo
homem ferido lhe
pareceu ter sido
o próximo do
mesmo: o
sacerdote, que o
viu e passou
adiante; o
levita, que teve
o mesmo
procedimento, ou
o samaritano,
que foi tocado
de compaixão e
assistiu o
homem? O doutor
da lei
respondeu:
“Aquele que usou
de misericórdia
para com ele”.
“Então, vai –
diz Jesus – e
faze o mesmo”.
Ensinando o
homem a pensar,
Jesus lançou as
bases para a fé
raciocinada, que
mais tarde seria
valorizada pelo
Espiritismo, que
surgiu na Terra
com a primeira
edição de O
Livro dos
Espíritos, em
Paris, França,
em 18 de abril
de 1857.
Nascido em Lyon,
França, em 3 de
outubro de 1804,
Hippolyte Léon
Denizard Rivail
– Allan Kardec –
fora designado
pelo Alto para
ser o
codificador da
Doutrina
Espírita, que
viria dar as
luzes
definitivas do
esclarecimento
às lições de
Jesus, assim
como Jesus viera
para dar novas
luzes aos
ensinamentos
deixados por
Moisés.
Como disse
Emmanuel, na
mensagem O
Mestre e o
Apóstolo,
recebida por
Francisco
Cândido Xavier,
inserida no
livro Opinião
Espírita (Edição
CEC), foi
luminosa a
coerência entre
o Cristo e o
Apóstolo que lhe
restaurou a
palavra.
Jesus disse que
Deus é Espírito;
e importa que os
seus adoradores
o adorem em
espírito e em
verdade (João,
4: 24). Allan
Kardec nos
apresenta Deus
na sua real
significação.
Quando ele
pergunta: O que
é Deus?, os
Espíritos
respondem: Deus
é a inteligência
suprema, causa
primária de
todas as coisas
(questão número
1 de O Livro dos
Espíritos). No
livro A Gênese,
capítulo II,
item 19, Kardec
explica: Em
Filosofia, em
Psicologia, em
moral, em
religião, nada
há de verdadeiro
que não esteja
conforme as
qualidades
essenciais da
Divindade. A
religião
perfeita seria
aquela da qual
nenhum artigo de
fé estivesse em
oposição com
estas
qualidades, da
qual todos os
dogmas pudessem
suportar a prova
deste controle,
sem dele receber
nenhuma
contradita.
A Doutrina
Espírita diz: Fé
inabalável só é
a que pode
encarar de
frente a razão,
em todas as
épocas da
Humanidade. (O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. XIX, item
7.) Usando a fé
raciocinada,
Allan Kardec
uniu o
Espiritismo, não
à Teologia, mas
à Ciência.
O capítulo 1,
item 8 do
Evangelho, diz:
”A Ciência e a
Religião são as
duas alavancas
da inteligência
humana: uma
revela as leis
do mundo
material e a
outra as do
mundo moral.
Tendo, no
entanto, essas
leis o mesmo
princípio, que é
Deus, não podem
contradizer-se.
Se fossem a
negação uma da
outra, uma
necessariamente
estaria em erro
e a outra com a
verdade,
porquanto Deus
não pode
pretender a
destruição de
sua própria
obra. A
incompatibilidade
que se julgou
existir entre
essas duas
ordens de ideias
provém apenas de
uma observação
defeituosa e de
excesso de
exclusivismo, de
um lado e de
outro. Daí um
conflito que deu
origem à
incredulidade e
à intolerância”.