CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
O Espírito
vivifica!...
Final de mais
uma festa na XV
Bienal do Livro
no Rio de
Janeiro, onde
tive o prazer
imenso de
reencontrar os
obreiros das
editoras
espíritas
reunidas no
alegre estande
da ADELER.
Reencontro com
editores,
distribuidores,
amigos e
leitores que nos
honraram com
suas atenções
carinhosas.
Sobretudo,
porém, a
oportunidade é
de ainda maior
aprendizado,
como sempre
acontece, e
sempre de forma
inédita!
Aprendizado que
se renova nas
conversas
animadas e
descontraídas
com tanta gente
empenhada numa
tarefa
fundamentada no
amor pela
Verdade e por
realidades
maiores e mais
felizes, que não
temos
necessariamente
que esperar
encontrar depois
da passagem para
as dimensões
invisíveis.
Ainda uma vez,
durante aquele
retalho de céu
na Terra para
todo escritor
espírita,
confirma-se que
está ao nosso
alcance
construí-las já
aqui, e agora.
Como se
evidenciou, a
exemplo, no meu
emocionante
reencontro com
José Carlos
Leal, escritor
talentoso, e
emérito
divulgador da
Doutrina. Em
reconhecendo-o,
no mesmo
reservado do
estande onde eu
autografara o
nosso próprio
lançamento no
sábado passado
recente
–
o meu antigo
professor das
aulas de
Literatura
Greco-Romana nos
tempos de
Universidade
–
não pensei duas
vezes! Empunhei
logo o seu "Dez
Razões para Ser
Espírita",
e, dividida
entre a emoção e
a timidez, me
acerquei do
senhorzinho
encanecido:
–
Professor José
Carlos!...
–
Não conta para
ninguém!...
–
ele logo brinca,
erguendo as duas
mãos, na
defensiva.
Continua o
mesmo!
–
ponderei para
mim mesma,
encantada! De
fato, as aulas
do professor
José Carlos eram
daquelas que,
quando
terminavam,
davam saudade, e
torcíamos para
que chegasse
logo o dia da
semana seguinte
em que teríamos
com ele mais
dois tempos. E
ali estava ele,
tantos anos
depois
–
o mesmo
brincalhão de
sempre!
Lembro-me da vez
em que entrou na
sala, de
mansinho. Eu,
então com meus
dezoito ou
dezenove anos,
mas já espírita
convicta,
mergulhada nas
leituras de
Chico e no
desenvolvimento
da mediunidade
que despontava,
desordenada,
esperava pelo
começo de sua
aula empunhando
o legendário "Nosso
Lar", do
Espírito André
Luiz, relendo-o
talvez pela
terceira ou
quarta vez. O
professor José
Carlos se
aproximou de
mim,
inclinando-se,
sério:
–
Está se
preparando para
morrer,
filha?...
–
Ao que, pega de
surpresa, sem
saber direito
como encarar
aquela pergunta,
respondi:
–
Eu, não...
E o professor,
então, sorriu,
apontando o
livro,
sorridente:
–
Está, sim...
E só então eu
entendia! Que
humor delicioso!
E quando iria
imaginar que,
vinte e três ou
vinte e quatro
anos depois, ali
estariam
professor e
aluna no mesmo
estande das
editoras
espíritas
reunidas, cada
qual lançando o
seu livro no
mesmo evento
grandioso da
literatura que,
a cada dois
anos, agita a
vida cultural do
Rio de Janeiro?
Agradeci, e
certamente com a
defasagem de
duas décadas, ao
professor
querido, pela
contribuição
impagável que
herdara de suas
aulas dedicadas,
e pelas lições
deixadas pelo
ser humano de
valor, desde
aqueles tempos.
Chorona como
criança, pedi
licença para
abraçá-lo.
Bondoso, e
evidentemente
generoso,
elogiou, ele, o
livro da aluna
de outrora.
Disse ter
gostado do que
viu. E lá saí
eu, toda
desconcertada,
sobraçando o
tesouro do livro
espírita lançado
pelo antigo
professor, no
qual escrevera,
ele, a
dedicatória
simples e bela
como tudo o que,
nesta vida, é
soberanamente
simples, bom e
comovente!
Outras lições,
ao folhear e
adquirir volumes
de grande valor
neste ramo
literário
pródigo como as
flores de lótus.
Adquiri, dentre
outras obras
excelentes, de
Gerson Simões
Monteiro, o
livro de
Claudionei
Lopes, "Em
Busca de Chico
Xavier": uma
tocante
reportagem, que
recolhe para o
nosso
conhecimento
vários
depoimentos dos
anônimos de
Pedro Leopoldo e
de Uberaba, que
tanto e mais
conviveram e
conheceram o
nosso querido
médium e as suas
obras do
dia-a-dia,
prenhes de
lições e de
brilho, como
pedras valiosas
ocultas das
vistas das
massas que se
habituaram a
saber dele o que
nos trouxe a
mídia
frequentemente
dúbia nas
conotações sobre
a sua
existência!
Deste livro,
recolhi não mais
não menos que
ainda maior
veneração pelo
nosso santinho
de Minas, se
assim me
permitem a
licença de um
termo católico
que lhe defina a
preciosidade do
que representou,
no seu longo
percurso de vida
na matéria, para
cada ser que
teve a
felicidade de
lhe cruzar os
caminhos!
Privilegiadas
que foram, estas
pessoas, por
tais
oportunidades
que, no que me
diz respeito, só
as alcancei, por
enquanto, em
sonhos, ou numa
única ocasião de
desprendimento
lúcido do
Espírito, no
período noturno,
como já narrei
em artigo
anterior!
Todavia, quanto
sou grata ao
Chico por todas
as lições que
nos deixou com o
seu exemplo, a
nós, que
tentamos trilhar
a mesma
trajetória de
divulgação da
mensagem
espírita no
nosso passinho
de formiga
–
despojados da
imensidão de
tantos
benefícios
outros, forjados
em luz, com que
brindou, ele, a
cada necessitado
que o visitava
em busca não
apenas do arrimo
do corpo, mas
também e
principalmente,
do espírito!
O outro livro
que destaco é o
"Transição
Planetária",
do nosso querido
Divaldo Franco,
de quem, de
fato, não
conhecia em
extensão a obra,
senão na leitura
ocasional de um
ou outro volume
ou trecho dos
escritos de
Joanna de
Ângelis, a quem
já admirava. E,
entrando no
conhecimento do
conteúdo
luminoso deste
volume, ponderei
sobre tantas
polêmicas
inúteis já
entrevistas no
meio espírita
acerca deste
outro
trabalhador
incansável,
constatando,
para grande
alívio de minhas
próprias
considerações
volta e meia
ensimesmadas
sobre o assunto,
em franca
perplexidade:
quanta
controvérsia
desnecessária,
meu Deus, quando
o conteúdo das
ações de um
homem fala por
si! Pois, de
fato, basta ao
pesquisador de
boa vontade o
acesso despojado
a dois ou três
dos livros deste
grande obreiro
das dimensões
maiores da vida
para a mera
confirmação, em
termos práticos,
daquela
assertiva com
que nos
presenteou o
Mestre da
Cristandade:
–
"A letra mata
–
o espírito
vivifica!"
De que, de fato,
nos adiantarão
os debates
áridos acerca de
ser ou não ser
Divaldo o
substituto de
Chico, ou sobre
o trabalho de
maior ou menor
brilho que
empreende, ele,
em comparação
com o nosso
querido médium
de Pedro
Leopoldo, ou,
ainda, acerca de
ter sido, este
último, de fato,
a reencarnação
de Allan Kardec,
amigos, quando
cada ser assim,
de grande
altitude
espiritual,
empenhado
sinceramente
pelo bem-estar
de seu próximo,
e em ação no
mundo pelas
causas maiores
da existência,
representa
contribuição
única e
inestimável para
a consagração
crescente e
definitiva da
luz nas
consciências
deste planeta
ainda tão
conturbado?
O trabalho de
cada um deles
fala por si, e
carrega a
participação
exclusiva destes
seareiros da
Verdade Maior na
Terra! Chico
Xavier, Divaldo
Franco, o
querido
professor Leal
na sua tarefa
infatigável de
educador de
almas... Não
importa! Todos
são joias de
valor único para
a construção do
mundo de
regeneração do
futuro, que já
agora principia
a se delinear,
com a
contribuição
inestimável de
todos estes
amigos aliados
às equipes
generosas das
dimensões
invisíveis!
Que esta
Verdade,
portanto, se
imponha, desde
sempre: O
espírito
–
o exemplo,
por intermédio
da ação!
–
é o que, de
fato, vivifica o
bem sobre a face
da Terra!