JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal
Por quê, meu
Deus?
A pergunta
apresentava-se
dorida. A vida
corre e
escorre-nos das
mãos sem que nos
apercebamos. Um
dia, a dor bate
à porta sob mil
formas
diferenciadas, e
nós
questionamo-nos:
por quê, meu
Deus?
O caso do Paulo
é apenas mais
um, que vem
retratar a
falência das
religiões
tradicionais
para responder
aos graves
ditames da vida.
Criança esperta,
inteligente, bom
aluno,
distingue-se dos
demais nos seus
11 anitos. Filho
único, mais que
motivo para que
as múltiplas
alegrias ocupem
o coração
amoroso dos seus
progenitores.
Repentinamente,
o mundo
desmorona… O
choque
afigura-se
irreversível:
um, dois, três
acidentes
vasculares
cerebrais
colocam o Paulo,
outrora poço de
vida e de
inteligência,
ligado a uma
máquina, em
morte cerebral.
O desespero toma
conta dos
familiares, que
de porta em
porta buscam o
milagre, a
salvação, a
explicação que
ninguém lhe dá.
A pergunta
mantém-se
inalterada: Por
quê, meu Deus?
Mariana
apresenta-me a
situação, em
conversa do
quotidiano.
Tomou
conhecimento do
caso através de
um amigo,
familiar do pai
do Paulo. Outra
questão: como
ajudar estes
pais destroçados
pela vida?
Puxando por meia
dúzia de
conceitos que a
Doutrina
Espírita (ou
Espiritismo) me
ensinou,
faço-lhe ver que
eles não estão
destroçados pela
vida, mas sim
pelo
desconhecimento
dos mecanismos
que envolvem a
vida.
Habituados que
fomos a termos
uma
espiritualidade
de superfície,
quase sempre
alicerçada em
rituais herdados
nas religiões
tradicionais,
estas não
respondem aos
reais problemas
existenciais.
Falamos dos
conceitos
espíritas,
lógicos,
evidentes,
compreensíveis,
pesquisáveis,
demonstráveis e,
somente com o
conhecimento e
entendimento da
reencarnação
(vidas
sucessivas)
podemos
enquadrar
semelhante
situação.
Colhendo hoje o
semeado outrora,
conforme os
ensinamentos de
Jesus de Nazaré,
a moderna
psiquiatria vem
nos dias que
correm,
corroborar tais
assertivas,
através da
terapia de
regressão de
memórias a
vivências
passadas (desta
e de outras
vidas),
demonstrando de
modo
irretorquível a
realidade da
reencarnação.
Homens ontem,
crianças hoje em
novos corpos,
vimos reparar
erros de outrora
e reaprender,
adquirir novos
saberes, nessa
busca incessante
pela nossa
felicidade e
bem-estar
interior.
A Doutrina
Espírita explica
ao homem de onde
vem, para onde
vai, do porquê
da vida, por que
sofre e é feliz
de modo
dessemelhante
Sendo a morte
uma quimera, o
Espírito eterno
jamais se
despersonaliza,
adentrando o
mundo espiritual
com o acervo de
conhecimentos
conquistados ao
longo das
múltiplas
existências.
Nesse sentido,
aquilo que agora
se nos afigura
como uma
tragédia, não é
mais do que um
degrau na
escalada
evolutiva do
ser,
desprendendo-se
das peias do
passado em busca
de melhores
condições no
futuro, na
próxima vida no
mundo físico.
Dentro da divina
bondade e
equidade, cada
um de nós
encontra no
palco da vida
tudo aquilo que
lhe é mais útil
para a sua
existência, para
a sua libertação
espiritual,
mesmo que isso
possa parecer, a
curto prazo,
algo de muito
terrível.
Sabendo que a
vida continua,
que o Espírito
tem múltiplas
existências
físicas e que
voltará com nova
oportunidade de
vida longa, onde
aprenda novos
saberes em busca
da evolução,
entendendo a
lógica da Lei de
Causa e Efeito
onde não existem
privilégios
perante Deus, e
onde cada um
encontra o fruto
das suas
atitudes no
passado mais ou
menos recente, a
Doutrina
Espírita explica
ao homem de onde
vem, para onde
vai, do porquê
da vida, porque
sofre e é feliz
de modo
dessemelhante.
Nascer, morrer,
renascer ainda,
progredir sem
cessar tal é a
lei. Com o
conhecimento do
Espiritismo como
filosofia de
vida, o
desespero dá
lugar ao
entendimento, a
revolta à
aceitação, a
irreversibilidade
dá lugar à
certeza do
reencontro com
os seres amados.
Entender a vida
é procedimento
que urge (vida
esta que se
desdobra em dois
palcos – terreno
e espiritual)
sem o qual a
existência
torna-se muito
difícil de
compreender e
aceitar, levando
aos caminhos
sempre penosos e
estéreis da
revolta.
A questão
inicial “Por
quê, meu Deus?”
encontra a
resposta na
Doutrina
Espírita…
Como referia
Emmanuel, o guia
espiritual do
médium Francisco
Cândido Xavier,
uma das maiores
caridades que
podemos fazer é
a divulgação do
Espiritismo,
dentro do
ensinamento
cristão “não
colocar a luz
sob o alqueire…”
Bibliografia:
Kardec, Allan -
O Livro dos
Espíritos
http://www.adeportugal.org/
- Curso Básico
de Espiritismo