CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
O caso da
doadora oculta
Contarei este
caso, por razões
evidentes,
modificando
referências e o
nome da pessoa
envolvida, a
pedido, e
visando também
resguardar uma
situação
obviamente
delineada por
intervenção
direta da
Espiritualidade
Superior.
É um caso
relativamente
curto, mas que
impressiona.
Relata certa
conhecida que,
tempos atrás, em
desejosa de
contribuir como
doadora num
Centro Espírita
que frequentou
durante muitos
anos, para sua
surpresa, teve
sua intenção
negada, porque,
por algum lapso
burocrático da
própria
Instituição, não
constava nos
registros a sua
presença, ainda
que tenha
fielmente
frequentado
sessões
preparatórias de
evangelização,
doutrinação e
passes durante
vários anos.
Argumentou-se
que, anos
depois, e em não
havendo provas
palpáveis de ter
sido, ela, uma
frequentadora
costumaz, não
poderiam aceitar
suas doações.
Eram regras da
Casa. Mesmo que
– ela bem o
notou – uma
senhorinha de
maior boa
vontade tenha
compreendido
seus melhores
intentos,
dando a entender
que, dependesse
dela, não
procederia de
maneira tão
rígida, afinal
de contas, sua
intenção era das
mais nobres.
Queria apenas, e
mesmo por
gratidão aos
benefícios
recebidos
daquela Casa
espírita anos
antes, retribuir
de algum modo, e
em atitude que
visava acima de
tudo à gratidão
e anseio justo
de contribuir,
com alguma
parcela, ainda
que modesta,
para as
campanhas
beneficentes que
regularmente o
Centro promove
na localidade de
sua residência.
Todavia, Amanda
– vamos chamá-la
assim –, mulher
pacífica que
sempre fora, em
não querendo
afrontar
diretrizes
justas da Casa,
não insistiu,
embora o
sentimento de
frustração e de
algum desânimo.
Afinal, ajudar,
sempre poderia,
em qualquer
outra
circunstância.
Entregou
suas intenções e
pensamentos aos
desígnios
divinos e aos
pareceres da
Espiritualidade
assistente, e
tomou o caminho
de volta para a
sua casa,
meditativa.
Passou o tempo;
talvez dois ou
três anos.
E então
se decidiu a se
mudar de
residência para
um lugar mais
tranquilo e
condizente com o
seu
temperamento, já
que, até então,
morava em rua
frequentemente
tumultuada pela
azáfama
constante do
trânsito,
do barulho
movimentado dos
transeuntes e da
poluição típica
das vias de
grande
congestionamento.
Conseguiu um
apartamentinho
de acordo, em
rua residencial
tranquila do
mesmo bairro e,
satisfeitíssima,
se mudou para lá
com toda a sua
família.
Vão alguns dias,
e, junto com a
correspondência
habitual, para a
sua imensa
surpresa, chega
um boleto de
pagamento, no
nome do morador
anterior do
apartamento. Um
inquilino, que
deixou a cidade
para retornar ao
seu estado de
origem devido à
sua não
adaptação à
agitação de uma
cidade grande
como o Rio de
Janeiro, que
acabou por lhe
afetar a saúde.
Admirada, mesmo
boquiaberta, por
ser o boleto
originário
daquele mesmo
Centro Espírita
ao qual ofereceu
sua doação, sem
sucesso, tempos
antes, ousou
abri-lo.
Constatou se
tratar
justamente de
documento
apropriado a
doação mensal em
favor da
Instituição, e
que
provavelmente o
senhor que ali
residira
anteriormente,
sendo um
frequentador,
não deu caso de
comunicar a sua
partida, na
certa precipitada, de
volta para o seu
estado distante
– razão pela
qual ficara a
situação, por
isso mesmo, sem
arremate,
ocasionando que,
sem o devido
aviso, continuou
o Centro a
enviar
regularmente,
para o endereço,
o carnê de
doação àquele
voluntário.
E Amanda sorriu
largamente. De
imediato,
compreendeu a
mão inefável
da
Espiritualidade
assistente
daquela Casa,
agindo em seu
favor, e em
reconhecimento à
sua desprendida
boa vontade!
A Casa Espírita,
por razões de
ordem menor,
recusara-lhe a
contribuição bem
intencionada –
mas as falanges
das dimensões
invisíveis da
Vida, que sempre
aproveitam
oportunamente a
colaboração
ofertada de
coração aberto
pelos
reencarnados que
somam os seus
esforços aos da
Invisibilidade
em favor dos
necessitados, a
aceitaram! E,
estranhamente, a
conduziram para
um contexto no
qual, não apenas
conquistou a
moradia que lhe
satisfizesse aos
anseios
modestos, mas
também teve
atendido o anelo
justo de
oferecer a sua
cota de auxílio
para as
campanhas do
Centro que
frequentara,
dedicada, anos
antes!
Até hoje,
portanto, Amanda
paga, infalível,
as suas parcelas
de ajuda a
determinado
Centro Espírita
do Rio de
Janeiro, como
doadora oculta
– por detrás do
nome de um
senhor que
deixou a cidade
para voltar a
residir num dos
belos Estados do
ensolarado
nordeste!
O homem põe
–
mas a
Espiritualidade
dispõe!