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Estudando a série André Luiz
Ano 5 - N° 233 - 30 de Outubro de 2011

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Ação e Reação

André Luiz

(Parte 33)

Damos continuidade nesta edição ao estudo da obra Ação e Reação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Ascânio e Lucas também se submeteram, por expiação, a um desastre aviatório. Que fatos motivaram esse desastre?

Druso explicou que, submetendo-se eles à regressão da memória, viram algo ocorrido no século XV que lhes impôs dolorosa meditação – as cenas de ominoso delito por ambos cometido em 1429, logo após a libertação de Orleães, quando formavam no exército de Joana d'Arc. Famintos de influência junto aos irmãos de armas, não hesitaram em assassinar dois companheiros, precipitando-os do alto de uma fortaleza no território de Gâtinais, sobre fossos imundos, em­briagando-se nas honrarias que lhes valeram, mais tarde, torturantes remorsos além do sepulcro. Chegados a esse ponto, inquiridos se de­sejavam pros­seguir na sondagem singular, responderam negativamente, preferindo li­quidar a dívida, antes de novas imersões no passado. (Ação e Reação, cap. 18, pp. 247 e 248.)

B. Como se deu, da parte deles, a opção pelo desastre aviatório?

Ascânio e Lucas suplicaram o retorno ao campo dos homens, com o objetivo de quitar o débito alu­dido. Como podiam escolher o gênero de provação, em vista dos recursos morais já amealhados no mundo íntimo, optaram por tarefas no campo da aeronáutica, a cuja evolução ofereceram suas vi­das, sofrendo, então, a mesma queda mortal que infligiram aos companheiros de luta no século XV. (Obra citada, cap. 18, pp. 249 a 251.)

C. Nossas condições espirituais têm influência sobre a saúde do corpo físico?

Sim. Existe íntima correspondência entre nos­sos estados espiri­tuais e as formas de que nos servimos. Segundo Druso, todo mal por nós praticado conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterio­riza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensa­mento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina há de consi­derar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar. (Obra citada, cap. 19, pp. 253 e 254.) 

Texto para leitura

119. O caso Ascânio e Lucas - Para ilustrar melhor o tema "resgate coletivo", Druso relatou a seguinte experiência: "Há trinta anos, des­frutei o convívio de dois benfeitores, a cuja abnegação muito devo neste pouso de luz. Ascânio e Lucas, Assistentes respeitados na Esfera Superior, integravam-nos a equipe de mentores valorosos e amigos... Quando os conheci em pessoa, já haviam despendido vários lustros no amparo aos irmãos transviados e sofredores. Cultos e enobrecidos, eram companheiros infatigáveis em nossas melhores realizações. Acontece, porém, que depois de largos decênios de luta, nos prélios da fraterni­dade santificante, suspirando pelo ingresso nas esferas mais elevadas, para que se lhes expandissem os ideais de santidade e beleza, não de­monstravam a necessária condição específica para o voo anelado. Total­mente absortos no entusiasmo de ensinar o caminho do bem aos semelhan­tes, não cogitavam de qualquer mergulho no pretérito, por isso que, muitas vezes, quando nos fascinamos pelo esplendor dos cimos, nem sem­pre nos sobra disposição para qualquer vistoria aos nevoeiros do vale... Dessa forma, passaram a desejar ardentemente a ascensão, sen­tindo-se algo desencantados pela ausência de apoio das autoridades que lhes não reconheciam o mérito imprescindível". Druso disse então que, chamados a exame devido, técnicos do Plano Superior lhes reconduziram a memória a períodos mais recuados no tempo. Diversas fichas de obser­vação foram extraídas, então, do campo mnemônico, à maneira das ra­dioscopias dos atuais serviços médicos no mundo e, através delas, im­portantes conclusões surgiram à tona... Ascânio e Lucas possuíam, efe­tivamente, créditos extensos, adquiridos em quase cinco séculos suces­sivos; no entanto, quando a gradativa auscultação alcançou o século XV, algo surgiu que lhes impôs dolorosa meditação... "Arrebatadas ao arquivo da memória e a doer-lhes profundamente no espírito, depois da operação magnética a que nos referimos – informou Druso –, reapare­ceram nas fichas mencionadas as cenas de ominoso delito por ambos co­metido, em 1429, logo após a libertação de Orleães, quando formavam no exército de Joana d'Arc... Famintos de influência junto aos irmãos de armas, não hesitaram em assassinar dois companheiros, precipitando-os do alto de uma fortaleza  no território de Gâtinais, sobre fossos imundos, em­briagando-se nas honrarias que lhes valeram, mais tarde, torturantes remorsos além do sepulcro." Nesse ponto, inquiridos se de­sejavam pros­seguir na sondagem singular, responderam negativamente, preferindo li­quidar a dívida, antes de novas imersões no passado. (Cap. 18, pp. 247 e 248) 

120. Objetivo dos resgates coletivos - Ascânio e Lucas suplicaram, assim, o retorno ao campo dos homens, no qual pagariam o débito alu­dido. Hilário, intrigado com o caso, quis saber a natureza do resgate e Druso informou: "Já que podiam escolher o gênero de provação, em vista dos recursos morais amealhados no mundo íntimo, optaram por ta­refas no campo da aeronáutica, a cuja evolução ofereceram as suas vi­das. Há dois meses regressaram às nossas linhas de ação, depois de ha­verem so­frido a mesma queda mortal que infligiram aos companheiros de luta no século XV". O diretor relatou, ainda, que os visitara várias vezes du­rante os preparativos da referida reencarnação. "Associavam-se – disse Druso – a grande comunidade de Espíritos amigos, em departa­mento específico de reencarnação, no qual centenas de entidades, com dívidas mais ou menos semelhantes às deles, também se preparavam para o retorno à carne, abraçando, assim, trabalho redentor em resgates co­letivos." Nem todos, evidentemente, puderam selecionar o gênero do resgate: apenas os que possuíam grandes créditos morais, como Ascânio e Lucas. "Assim é que a muitos vi – informou o diretor –, habili­tando-se para sofrer a morte violenta, em favor do progresso da aero­náutica e da engenharia, da navegação marítima e dos transportes ter­restres, da ciência médica e da indústria em geral, verificando, no entanto, que a maioria, por força dos débitos contraídos e consoante os ditames da própria consciência, não alcançava semelhante prerroga­tiva, cabendo-lhe aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutila­ção primária até a morte, de modo a redimir-se de faltas graves." Hi­lário perguntou-lhe sobre os pais das pessoas que são imoladas ao pro­gresso ou à justiça: a dor deles é considerada pelos poderes que nos controlam a vida? "Como não? – respondeu Druso – as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito dis­tante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas." Hilário indagou se Ascânio e Lucas, após essa vitória, precisariam – para a subida aos planos mais altos – de nova consulta ao passado. Druso foi muito claro: "Caso não demonstrem a condição específica indispensável, serão nova­mente submetidos à justa auscultação para o exame e seleção de novos resgates que se façam precisos". Ficava, desse modo, evidente que nin­guém se eleva a pleno Céu, sem plena quitação com a Terra. "Quanto mais céu interior na alma, através da sublimação da vida, mais ampla incursão da alma nos céus exteriores, até que se realize a suprema co­munhão dela com Deus, Nosso Pai", concluiu o diretor. (Cap. 18, pp. 249 a 251) 

121. O doente deve ser visto como um todo psicossomático - Depois de atender a obri­gações diversas, Druso concedeu a André e Hilário al­guns minutos de conversação educativa, quando realçou para os amigos a importância da renovação mental nos padrões do bem e a necessidade do es­tudo, para a assimilação do conhecimento superior, e do serviço ao próximo, para a colheita de simpatia, sem os quais todos os caminhos da evolução surgem complicados e difíceis de serem transitados. En­quanto prelecionava, fora colocada junto dele singular escultura – uma está­tua que reproduzia com perfeição o corpo humano, à qual fal­tava apenas o sopro espiritual para revelar-se viva. Notando a sur­presa dos ami­gos, o diretor da Mansão disse: "Habitualmente convidamos a atenção de nossos internados para os veículos de nossas manifes­tações, mostrando-lhes, quanto possível, a correspondência entre nos­sos estados espiri­tuais e as formas de que nos servimos. É indispen­sável compreendamos que todo mal por nós praticado conscientemente ex­pressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterio­riza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensa­mento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina há de consi­derar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente inves­tir-se da arte de curar". Em seguida, tocando a bela escultura, Druso passou a dissertar sobre a grandiosidade da vida e sua manifestação no veículo carnal. (Cap. 19, pp. 253 e 254) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita