ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP
(Brasil)
Quatorze décadas
de
um bandeirante
Abrir
fronteiras,
destemidamente.
Enfrentar
preconceitos,
derrubar
barreiras,
alterar
paradigmas.
Estas entre
outras ações
corajosas
constituem o
perfil de um
bandeirante. Com
o conhecimento
espírita e sua
divulgação não
foi diferente.
Foram precisos
homens
decididos,
conscientes.
Um deles se
destaca na
história: Cairbar de Souza
Schutel.
Aquele que foi
cognominado O
Bandeirante do
Espiritismo
nasceu em 22 de
setembro de
1868, portanto
há 143 anos, no
Rio de Janeiro.
Depois de
passagens por
Itápolis e
Piracicaba,
fixou-se em
Matão,
tornando-se seu
primeiro
Prefeito, e
fundou em 15 de
julho de 1905 o
Centro Espírita
Amantes da
Pobreza; em 15
de agosto de
1905 fundou o
jornal O
Clarim;
posteriormente,
em 1925, a
Revista
Internacional de
Espiritismo,
tradicionais
publicações de
circulação
internacional.
Schutel foi
pioneiro da
divulgação
espírita pelo
rádio e além de
suas iniciativas
humanitárias em
favor da
coletividade,
bem antes de
tornar-se
espírita, falam
bem da grandeza
de seu coração.
Amava e socorria
os pobres,
amparando-os
material e
espiritualmente,
estendendo sua
atenção até
mesmo para com
os animais.
Foi na vivência
espírita,
todavia, que sua
personalidade
mostrou-se ainda
mais grandiosa.
Seus exemplos de
amor ao próximo
e de dedicação
ao estudo e
divulgação do
Espiritismo
sensibilizaram o
país e
ultrapassaram as
fronteiras do
território
nacional.
Escreveu
inúmeros livros,
entre eles: o
notável
Parábolas e
Ensinos de Jesus,
que destaca –
como indica o
próprio título –
os ensinos do
Mestre da
Humanidade.
No mesmo ano -
2008 - em
que se
comemoraram os
150 anos de
fundação da
Revista Espírita
e da
Sociedade
Parisiense de
Estudos
Espíritas,
por Allan
Kardec, também
se registraram
quatorze décadas
do nascimento de
Cairbar de Souza
Schutel.
Seu trabalho,
todavia,
continua. Embora
sua
desencarnação
tenha ocorrido
antes de
completar 70
anos, no dia 30
de janeiro de
1938, sua
editora
continuou
através das
décadas, apesar
de todas as
dificuldades
encontradas, e
continua ativa
distribuindo
luzes através de
suas publicações
mensais e livros
que continua a
editar.
E não é só.
Através dos
médiuns Chico e
Divaldo, nosso
Schutel trouxe
também sua
firmeza
doutrinária e o
estímulo em
páginas
conhecidas e
instrutivas. E,
atualmente, é
conhecida sua
atuação em favor
da expansão do
pensamento
espírita.
Exemplo notável
de dedicação, de
persistência, de
confiança na
vida, de lucidez
na importância
do pensamento
espírita em
favor do
equilíbrio e da
serenidade
humana.
Inspiração que
deve nortear os
passos de todos
aqueles que nos
dedicamos à
liderança e à
divulgação
espírita pela
palavra ou pela
escrita,
especialmente
agora que os
modernos
recursos da
tecnologia se
fazem tão
presentes.
Notemos, para
encerrar, o que
ele escreveu em
um de seus
livros:
“(...) Os que
têm o dom da
palavra falem,
façam palestras
públicas,
conferências; os
que têm o de
escrever
escrevam; e os
que não podem
coordenar ideias
copiem escritos
doutrinários
insertos nas
obras espíritas
e leiam por
ocasião das
reuniões, que
devem ser em
dias
determinados e
de portas
abertas, com
entrada franca.
Não podemos
compreender a
atitude de
Centros
Espíritas que
resumem seus
deveres no
exercício de uma
ou duas sessões
por semana,
entre meia dúzia
de pessoas. 'A
luz não deve
ficar sob o
alqueire', é
preciso que seja
posta no
velador".
Concorda o
leitor? A
transcrição é
parcial e consta
do livro
Médiuns e
Mediunidades,
assinado por
Cairbar Schutel
e editado pela
Casa Editora O
Clarim. Uma
página
esquecida,
constante do
capítulo Os
Deveres de
Propaganda,
às páginas 93 e
94 da 10a edição
de julho de
2001.
A data sugere
estudar sua
obra. São vários
livros, entre
eles, o mais
conhecido:
Parábolas e
Ensinos de Jesus.
Mas em todos os
seus livros o
espírito de
pesquisa, a
ponderação
lúcida, o
esforço por
explicar e
raciocinar com o
leitor.
Especialmente,
porém,
destaca-se sua
firmeza
doutrinária ao
lado de grande
humildade. Um
exemplo, pois, a
seguir.