– Infância, adolescência
e juventude
indisciplinadas, eis
algo que os professores
e diretores de escolas
têm registrado no
cotidiano, atualmente.
Qual seria o motivo?
Estão reencarnando
Espíritos mais rebeldes
ou as famílias é que não
estão sabendo educá-los?
Raul Teixeira:
O que tem ocorrido são
ambas as coisas.
Aprendemos com o
Espiritismo que é
necessário observar as
inclinações ou
tendências dos filhos
desde o berço. Somente a
partir do que observemos
neles é que
conseguiremos elaborar
um bom programa
educacional para os
nossos rebentos.
Sem qualquer sombra de
dúvida, muitos Espíritos
tumultuados em si
mesmos, muitas almas
atormentadas por maus
costumes pretéritos,
seres que faliram na
esfera da vivência
social, criaturas
moralmente atrasadas com
temperamentos
insociáveis têm chegado
ao mundo terrestre,
pelas via da
reencarnação, e têm sido
albergadas em nossas
famílias, a fim de que,
com a nossa cultura
intelectual
contemporânea, com
nossos valores
religiosos e com a nossa
bagagem moral,
consigamos bem
orientá-los para os
caminhos de Deus.
Para fazer isso, no
entanto, os pais
deveriam ser mais
amadurecidos do que os
filhos, e nem sempre
isso acontece. Muitos
são os genitores que se
aborrecem quando seus
filhos são contrariados
na escola, no templo de
sua fé ou na vida
social. Saem, irritados,
a fim de tomar
satisfação com aqueles
que "desagradaram" seus
filhos. Destratam
professores, dirigem
impropérios a diretores
escolares ou a qualquer
pessoa que não atendam
aos caprichos dos seus
rebentos, quase sempre
portadores de maus
hábitos. Vemos, então,
que há, sim, uma
multidão de entidades
que reencarnam cheias de
complicados vícios, mas
verificamos, por outro
lado, a baixa qualidade
educacional com que
muitos lares conduzem
suas crianças, seus
adolescentes e seus
jovens.
Não será novidade,
portanto, o conjunto
social de adultos
pretensiosos,
preconceituosos,
insubordinados,
zombeteiros ou violentos
que sairão dessa
conjugação de
descontroles. Não se
poderá estranhar a leva
de adultos que desejarão
se dar bem sempre, mesmo
que pisando em quem lhes
esteja no caminho, sem
nenhuma consideração com
as posturas éticas
exigidas pela vida
social.
Afortunadamente, tem
havido felizes exceções
mundo afora,
demonstrando que há
esperanças para todos
nós de um mundo melhor,
tendo começo na melhor
formação das criaturas
no seio da família, na
proteção do seu lar.
Entrevista concedida em
8 de outubro de 2011
especialmente a esta
revista.
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