MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Ação e Reação
André Luiz
(Parte
34)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo da obra
Ação e Reação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1957 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. A evolução para Deus pode ser comparada a uma viagem?
Sim. É da mente clareada pela razão, sede dos
princípios superiores
que governam a
individualidade, que
partem as forças que
asseguram o equilíbrio
orgânico, por intermédio
de raios que vitalizam
os centros
perispiríticos, em
cujos meandros se
localizam as chamadas
glândulas endócrinas,
que, a seu turno,
despedem recursos que
nos garantem a
estabilidade do campo
celular. Segundo Druso,
"todos os estados
acidentais das formas de
que nos utilizamos, no
espaço e no tempo,
dependem, assim, do
comando mental". A
evolução para Deus pode,
pois, ser comparada a
uma viagem divina: "O
bem constitui sinal de
passagem livre para os
cimos da Vida Superior,
enquanto que o mal
significa sentença de
interdição,
constrangendo-nos a
paradas mais ou menos
difíceis de reajuste".
(Ação e Reação, cap. 19, pp. 254 a 256.)
B. Que devemos entender por regime de sanções?
Diz Druso que todos nós,
para o recomeço das
lides carnais,
solicitamos o regime de
sanções, ou alguém, em
nosso nome, o faz,
quando não dispomos do
direito de fazê-lo. Por
regime de sanções não se
devem entender as lutas
morais dentro do lar,
nem a reaproximação com
os Espíritos de que
sejamos devedores, mas
sim as providências
retificantes, depois de
muitas quedas reiteradas
nos mesmos deslizes e
deserções, que
imploramos em favor de
nós e em nós mesmos,
como as deficiências
congeniais com que
ressurgimos no berço
físico. Os que perderam
oportunidades de
trabalho na Terra pela
ingestão de elementos
corrosivos, como o
álcool e outros tóxicos,
tanto quanto os cultores
da gula, atravessam
quase sempre o sepulcro
como suicidas indiretos
e, despertando para a
obra de reajuste
indispensável, imploram
o regresso à carne em
corpos inclinados desde
a infância à estenose do
piloro, à ulceração
gástrica, ao
desequilíbrio do
pâncreas, à colite e às
múltiplas enfermidades
do intestino.
Inteligências notáveis,
com sucessivas quedas
morais, através da
leviandade com que se
utilizaram do esporte e
da dança, pedem formas
orgânicas ameaçadas de
paralisia e reumatismo,
visitadas de achaques e
neoplasmas diversos, que
lhes obstem os
movimentos. "A cegueira,
a mudez, a idiotia, a
surdez, a paralisia, o
câncer, a lepra, a
epilepsia, o diabete, o
pênfigo, a loucura e
todo o conjunto das
moléstias dificilmente
curáveis – explicou
Druso – significam
sanções instituídas pela
Misericórdia Divina,
portas adentro da
Justiça Universal,
atendendo-nos aos
próprios rogos, para que
não venhamos a perder as
bênçãos eternas do
espírito a troco de
lamentáveis ilusões
humanas."
(Obra citada, cap. 19, pp. 257 e 258.)
C. Em face das sanções referidas na questão anterior, que valor tem
então a prece?
A prece é sempre um atestado de boa-vontade e
compreensão, no
testemunho da nossa
condição de Espíritos
devedores. Sem dúvida,
não poderá modificar o
curso das leis, diante
das quais nos fazemos
réus sujeitos a penas
múltiplas, mas
renova-nos o modo de
ser, valendo não só como
abençoada plantação de
solidariedade em nosso
benefício, mas também
como vacina contra
reincidência no mal.
Além disso, a prece
faculta-nos a
aproximação com os
grandes benfeitores que
nos presidem os passos,
auxiliando-nos a
organização de novo
roteiro para a caminhada
segura. Apesar das
dificuldades que
enfrenta, a criatura
humana carreia consigo a
faculdade de criar no
próprio cosmo orgânico
todas as espécies de
anticorpos,
imunizando-se contra as
exigências da carne,
faculdades essas que
pode ampliar
consideravelmente pela
oração, pelas
disciplinas
retificadoras a que se
afeiçoe, pela
resistência mental ou
pelo serviço ao próximo,
com que atrai preciosos
recursos em seu favor.
"Não podemos esquecer -
disse Druso - que o bem
é o verdadeiro antídoto
do mal."
(Obra citada, cap. 19,
pp. 259 e 260.)
Texto para leitura
122. A
evolução para Deus é
como uma viagem - Druso observou inicialmente que é da mente clareada pela razão,
sede dos princípios
superiores que governam
a individualidade, que
"partem as forças que
asseguram o equilíbrio
orgânico, por intermédio
de raios ainda
inabordáveis à
perquirição humana,
raios esses que
vitalizam os centros
perispiríticos, em
cujos meandros se
localizam as chamadas
glândulas endócrinas,
que, a seu turno,
despedem recursos que
nos garantem a
estabilidade do campo
celular". Nas criaturas
encarnadas, esses
elementos se
consubstanciam nos
hormônios que atuam
sobre os órgãos do corpo
físico, através do
sangue. O diretor
asseverou que "todos os
estados acidentais das
formas de que nos
utilizamos, no espaço e
no tempo, dependem,
assim, do comando
mental". A evolução para
Deus pode ser comparada
a uma viagem divina: "O
bem constitui sinal de
passagem livre para os
cimos da Vida Superior,
enquanto que o mal
significa sentença de
interdição,
constrangendo-nos a
paradas mais ou menos
difíceis de reajuste". O
corpo carnal vale, pois,
por verdadeiro prêmio de
Deus, que é necessário
valorizar. Nas esferas
purgatoriais há
multidões que procedem
do mundo, em deploráveis
crises alucinatórias,
após malversarem os
bens da vida humana. Os
que se entregam,
conscientemente, à
crueldade mental, cavam
ruína e amargura para si
mesmos, porque o mal
infligido a outrem é
sempre o mal que
amontoam sobre suas
cabeças. Acolhidas na
Mansão, refazem-se pouco
a pouco, mas é a
reencarnação
retificadora, isto é, a
internação na carne em
condições penosas, que
surge por alternativa
inevitável. Será
preciso, então,
renascer, suportando
obstáculos tremendos,
oriundos da desarmonia
perispirítica criada por
nós mesmos. É preciso,
contudo, antes da nova
encarnação, melhorar as
contas... Daí o motivo
por que instituições
qual a Mansão funcionam,
em vários campos das
regiões inferiores, que,
segundo a velha
teologia, equivalem a
regiões infernais... "O
que, porém, existe, de
fato – asseverou Druso
–, é o imenso Umbral,
situado entre a Terra e
o Céu, dolorosa região
de sombras, erguida e
cultivada pela mente
humana, em geral rebelde
e ociosa, desvairada e
enfermiça. Os
companheiros
desencarnados que
despertam, devagarinho,
para a responsabilidade
de viver, encarando face
a face o imperativo do
renascimento difícil no
mundo, passam a
trabalhar aqui
laboriosamente,
vencendo óbices
terríveis e superando
tempestades de toda a
sorte, para a conquista
dos méritos que
descuraram durante a
permanência no corpo, de
modo a implantarem, no
próprio espírito, os
valores morais de que
não prescindem para a
sustentação de novas e
abençoadas lutas no
plano material." (Cap.
19, pp. 254 a 256)
123. As enfermidades corretivas - Na
sequência, disse Druso
que é por isso que todos
nós, para o recomeço das
lides carnais,
solicitamos o regime de
sanções, ou alguém, em
nosso nome, o faz,
quando não dispomos do
direito de fazê-lo. Por
regime de sanções não se
devem entender as lutas
morais dentro do lar,
nem a reaproximação com
os Espíritos de que
sejamos devedores, mas
sim as providências
retificantes, depois de
muitas quedas reiteradas
nos mesmos deslizes e
deserções, que
imploramos em favor de
nós e em nós mesmos,
como as deficiências
congeniais com que
ressurgimos no berço
físico. Os que perderam
oportunidades de
trabalho na Terra pela
ingestão de elementos
corrosivos, como o
álcool e outros tóxicos,
tanto quanto os cultores
da gula, atravessam
quase sempre o sepulcro
como suicidas indiretos
e, despertando para a
obra de reajuste
indispensável, imploram
o regresso à carne em
corpos inclinados desde
a infância à estenose do
piloro, à ulceração
gástrica, ao
desequilíbrio do
pâncreas, à colite e às
múltiplas enfermidades
do intestino...
Inteligências notáveis,
com sucessivas quedas
morais, através da
leviandade com que se
utilizaram do esporte e
da dança, pedem formas
orgânicas ameaçadas de
paralisia e reumatismo,
visitadas de achaques e
neoplasmas diversos, que
lhes obstem os
movimentos. (1)
Druso
pormenorizou diversas
outras situações,
mostrando que a
deficiência tem relação
íntima com o vício ou a
queda que lhe deram
ensejo. "A cegueira, a
mudez, a idiotia, a
surdez, a paralisia, o
câncer, a lepra, a
epilepsia, o diabete, o
pênfigo, a loucura e
todo o conjunto das
moléstias dificilmente
curáveis – explicou
Druso – significam
sanções instituídas pela
Misericórdia Divina,
portas a dentro da
Justiça Universal,
atendendo-nos aos
próprios rogos, para que
não venhamos a perder as
bênçãos eternas do
espírito a troco de
lamentáveis ilusões
humanas." (Cap. 19, pp.
257 e 258)
124. O bem é o verdadeiro antídoto do mal
- Druso informou que
existem institutos
especiais que
providenciam as
deficiências orgânicas
pedidas pelos Espíritos
reencarnantes. Aliás, a
Bondade do Senhor
permite-nos a graça de
suplicar tais
impedimentos, porque o
reconhecimento de
nossas fraquezas e
transgressões "nos faz
imenso bem ao espírito
endividado". "A
humildade, em qualquer
situação, acende luz em
nossas almas, gerando,
em torno de nós,
abençoados recursos de
simpatia fraterna",
acrescentou o diretor,
explicando que, ainda
que não pedíssemos a
aplicação daquelas
penas, nossa posição não
se modificaria,
porquanto "a prática do
mal opera lesões
imediatas em nossa
consciência, que,
entrando em condição
desarmônica, desajusta,
ela própria, os centros
de força em que se
mantém". "Desse modo, os
nossos institutos de
trabalho para a
reencarnação colaboram
para que todos venhamos
a receber na ribalta
terrestre a vestimenta
carnal merecida." Por
que, então, a súplica,
rogando essa ou aquela
medida, atinente à nossa
reeducação? A esta
observação de Hilário,
Druso respondeu em voz
grave: "Oh! não formule
semelhante problema! A
prece, no sentido a que
aludimos, é sempre um
atestado de boa-vontade
e compreensão, no
testemunho da nossa
condição de Espíritos
devedores... Sem dúvida,
não poderá modificar o
curso das leis, diante
das quais nos fazemos
réus sujeitos a penas
múltiplas, mas
renova-nos o modo de
ser, valendo não só como
abençoada plantação de
solidariedade em nosso
benefício, mas também
como vacina contra
reincidência no mal.
Além disso, a prece
faculta-nos a
aproximação com os
grandes benfeitores que
nos presidem os passos,
auxiliando-nos a
organização de novo
roteiro para a caminhada
segura". Depreendia-se
das palavras do diretor
que, ao nos
reencarnarmos,
conduzimos conosco os
remanescentes de nossas
faltas, que nos
partilham o
renascimento, no corpo
físico, como raízes
congeniais dos males que
nós mesmos plantamos.
Essas assertivas não
excluem, contudo, a
necessidade de assepsia
e higiene, medicação e
cuidados, no tratamento
dos enfermos de qualquer
procedência. "Desejamos
simplesmente acentuar –
asseverou Druso – que a
alma ressurge no
equipamento físico
transportando consigo as
próprias falhas a se lhe
refletirem na veste
carnal, como zonas
favoráveis à eclosão de
determinadas moléstias,
oferecendo campo
propício ao
desenvolvimento de
vírus, bacilos e
bactérias inúmeros,
capazes de conduzi-la
aos mais graves
padecimentos, de acordo
com os débitos que haja
contraído, mas também
carreia consigo as
faculdades de criar no
próprio cosmo orgânico
todas as espécies de
anticorpos,
imunizando-se contra as
exigências da carne,
faculdades essas que
pode ampliar
consideravelmente pela
oração, pelas
disciplinas
retificadoras a que se
afeiçoe, pela
resistência mental ou
pelo serviço ao próximo
com que atrai preciosos
recursos em seu favor."
"Não podemos esquecer
que o bem é o verdadeiro
antídoto do mal",
acentuou o diretor.
(Cap. 19, pp. 259 e 260)
(Continua no próximo
número.)
(1)
Estenose
do piloro: estreitamento
do orifício de
comunicação do estômago
com o intestino delgado.
Colite: inflamação do
cólon, que é a parte do
intestino grosso situado
entre o ceco e o reto.
Neoplasma: qualquer
tumor, benigno ou
maligno. (Nota da
Redação.)