FERNANDA
LEITE BIÃO e
HIDEMBERG
ALVES DA
FROTA
fernandabiao9@hotmail.com
e
hidemberg_frota@yahoo.com.br
Belo
Horizonte,
MG
(Brasil)
A
transcendência
do olhar
A
compreensão
da
linguagem
de um
olhar
assemelha-se
à
capacidade
de
decifrar
uma obra
artística
construída
em meio
ao
sagrado
da
presença
divina e
ao
profano
de uma
vida na
Terra.
O olhar
de Jesus
tinha a
capacidade
de
mobilizar
vidas,
serenar
almas e
despertar
consciências.
Transmitia
a
confiança
no
potencial
humano
de cada
ser que
dele se
aproximava.
Por meio
das
nossas
vivências
e da
permissão
que
damos a
nós
mesmos
para a
elaboração
de novas
atitudes,
concebemos
lentes
novas
para ver
situações
e
experiências
pessoais
e interpessoais
até
então
inexistentes
ou
despercebidas.
Tudo
depende
dos
olhos
que veem!
Ao
aprendermos
a olhar
os
nossos
semelhantes
para
além
das
representações
sociais
e das
imagens
que
nossos
cérebros
podem
decodificar,
vamos
encontrar
em
nossos
pares,
não o
reflexo
de
estereótipos
sociais
nem
apenas
os
desenhos
de seus
corpos,
mas
almas em
constante
transcendência,
em um
incessante
movimento
entre o
status
em que
se
encontram
e o
vir-a-ser,
à medida
que insculpem
na
história
de suas
vidas a
narrativa
de uma
caminhada
até
então
desconhecida
e, ao
trilhar
esse
percurso
de
renovação,
aos
poucos
trazem a
lume uma
nova
realidade
e a
possibilidade
de
recriar
sua
existência.
Tomemos
como
exemplo
o jovem
que,
aprovado
no
vestibular,
ingressa
em curso
de nível
superior
e, passo
a passo,
sobe os
degraus
da sua
vida
acadêmica
de
graduando,
até que,
ao fim
da sua
graduação,
transcende
a
condição
de
aluno,
ao colar
grau,
tornar-se
um
profissional
e
adentrar
o
mercado
de
trabalho.
Ao longo
dessa
trajetória,
remodela
a
própria
identidade
como
pessoa,
influenciado
pelos
valores
e
ideais
da
profissão
que
abraça,
dos
saberes
que
assimila
e da
vivência
do seu
cotidiano
profissional.
O
contexto
evolutivo
da
humanidade,
como da
natureza
em
geral,
não é
estanque
nem
estático.
É
preciso
a
abertura
consciencial
para
divisar
as
mudanças
saudáveis
que o
outro
floresce
na
própria
existência
e que,
ao
fazê-lo,
em um
efeito
multiplicador,
deflagra
nas
almas
daqueles
com quem
coexiste.
Assim
como
nós, o
outro
tem o
direito
de
aprender,
vivendo,
e,
baseado
em suas
vivências,
melhorar
a si
mesmo e
servir
de
exemplo
ao
desenvolvimento
dos
demais.
É
preciso
permitir
a si
mesmo
atualizar
a
própria
perspectiva
sobre o
outro
e suas
circunstâncias,
transmutando
o
próprio
olhar
diante
dos
ventos
da
transformação.
Então,
olhe!
Aproprie-se
das
imagens,
decodifique-as
sem a
pressa
de
julgar.
Aprecie
os
horizontes
divisados.
Permita
ao outro
crescer
e cresça
com ele.
Embora
nossas
vivências
sejam
bússolas
personalizadas
que
direcionam
a nossa
caminhada
e o que
tem em
nós seja
fruto
daquilo
que
vivenciamos,
não
podemos
nos
prender
à
experiência
pretérita
como
expressão
da
verdade
absoluta,
congelada
no
tempo.
Hidemberg
Alves da
Frota é
Agente
Técnico-Jurídico
do
Ministério
Público
do
Estado
do
Amazonas.