WILSON CZERSKI
adepr@adepr.org.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
A Doutrina Espírita e as
doenças mentais
O Espiritismo não é
somente mais uma
religião. No entender de
muitos de seus profitentes, aliás,
sequer é religião.
Segundo a definição de
seu organizador, o
mestre lionês Allan
Kardec, trata-se de uma
doutrina filosófica
espiritualista de
caráter científico e consequências morais. Ou
seja: o aspecto
religioso é um efeito da
aplicação dos princípios
filosóficos e da
experimentação
fenomenológica no campo
da mediunidade, da fluidoterapia etc.
Não deixa de ser
religião a despeito de
não se incluir no rol
das congêneres
tradicionais. Sem
hierarquia, dogmas,
símbolos ou rituais,
estimula a liberdade de
pensamento, a busca do
racional e o combate à
superstição e ao
charlatanismo dos quais
tantas vezes é acusado.
Religião sim, portanto,
por esclarecer e
consolar, aproximando,
religando as criaturas
ao seu Criador.
O Espiritismo, mesmo
quando trabalha aspectos
delicados como a
comunicabilidade com os
Espíritos desencarnados,
e mais ainda no
tratamento das
perturbações originadas
de entidades maldosas e
ignorantes, definidas
como obsessões, jamais
se torna causa de
alienações, histerias,
esquizofrenias ou
quaisquer outras doenças
mentais.
Ao contrário, tais
enfermidades sempre
existiram e o
Espiritismo conta a seu
crédito um número
incalculável de cura
parcial ou total de
casos rotulados como
patologias mentais. O
porquê de nem sempre se
obter resultado completo
e definitivo está ligado
a fatores de ordem
cármica e moral do
paciente. Como não há
efeito sem causa, todo
tipo de experiência
dolorosa possui raízes
no passado recente ou
longínquo,
caracterizando uma
necessidade provacional
ou expiatória.
Assim, se alguém
encarnado sofre o
assédio de um ou mais
Espíritos desencarnados
que tentam atingi-lo na
família, nos negócios,
na saúde física ou
desequilibrá-lo
psiquicamente, sem
dúvida que há algum tipo
de vínculo entre ambos.
Laços nocivos
provenientes de relações
afetivas mal conduzidas,
de cumplicidade em atos
criminosos ou
diretamente de um para
outro – assassino e
vítima, por exemplo.
Aquele que hoje padece
prisioneiro dos ataques
de um Espírito inferior
nem sempre é inocente.
Muito frequentemente é o
algoz do passado
reencontrado por quem
lhe sofreu algum tipo de
mal e agora desencadeia
um processo de vingança.
Pois bem. O Centro
Espírita procederá ao
esclarecimento de ambos,
encarnado e
desencarnado.
A este, a prece, a
vibração energética, o
diálogo fraterno através
de um médium para
fazê-lo voltar à razão,
desistindo do projeto de
recíproca destruição.
Por meio dos
ensinamentos evangélicos
compreenderá a
necessidade do perdão e
da caridade, bem como os
prejuízos a si próprio
no campo evolutivo de
Espírito imortal, filho
de Deus que é.
Ao encarnado, a melhora
só se dará se dele
houver esforço firme em
fazer a sua parte.
“Ajuda-te que Deus te
ajudará”, proclamou
Jesus. Não pode ser de
outra forma. Deve haver
merecimento. Ele e, às
vezes, no início, mais
que ele, a família
precisam cooperar no
sentido da reforma
moral. Se o indivíduo
conseguir libertar-se da
obsessão, mas logo após
retomar hábitos antigos,
cultivando pensamentos e
sentimentos agressivos,
de ódio, inveja, rancor
e praticar atos
viciosos, o escudo
protetor se rompe às más
influências, senão do
antigo cobrador, talvez
agora já libertado e
encaminhado, mas de
outros tantos
aproveitadores que
perambulam entre nós em
busca de parceiros
juntos aos quais possam
satisfazer seus desejos
animalescos ainda não
modificados pela simples
partida do mundo físico
pela morte.
As curas, incluindo-se
as orgânicas, via
tratamento espiritual,
ocorrem pela
transformação moral do
paciente ou pelo
esgotamento do processo
cármico, ou por ambos.
Por outro lado, aos
médiuns, o risco de
sofrer alguma
consequência danosa ao
seu bem-estar só se
verificará nos casos de
abusos, de invigilância
moral ou bloqueio do
raciocínio motivado pelo
orgulho que muitas vezes
põe a perder as mais
belas faculdades.
Provando a existência do
mundo espiritual e da
possibilidade de
comunicação de seus
habitantes conosco, o
Espiritismo orienta-nos
a como trabalhar essas
comunicações, bem como
nos prevenir dos perigos
daquelas que nos são
indesejáveis. O
Espiritismo é um remédio
para a chamada loucura e
não um causador dela.
Quem duvidar basta
examinar as estatísticas
dos hospitais
psiquiátricos espíritas
como o Bom Retiro aqui
em Curitiba.