WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Clássicos do Espiritismo
Ano 5 - N° 235 - 13 de Novembro de 2011
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


O Espiritismo perante a Ciência

 Gabriel Delanne

(Parte 28)

 
Damos continuidade nesta edição ao estudo do livro O Espiritismo perante a Ciência, de Gabriel Delanne, conforme
tradução da obra francesa Le Spiritisme devant la science, publicada originalmente em Paris em 1885.

Questões preliminares

A. O Espírito de Katie King, quando materializado, apresentava batimentos cardíacos? 

Sim. Diz Crookes que apoiando o ouvido ao peito de Katie pôde escutar um coração bater no interior e suas pulsações eram mais regulares que as do coração de Miss Cook, quando, depois da sessão, ela lhe permitiu a mesma experiência. Examinados, do mesmo modo, os pulmões de Katie se mostraram mais sãos que os da médium, porque, no momento, Miss Cook seguia um tratamento médico, em virtude de forte resfriado. (O Espiritismo perante a Ciência, Quarta Parte, Cap. III – O perispírito durante a desencarnação – Sua composição.) 

B. Que idade tinha a médium Florence Cook à época das experiências com Katie King? 

Miss Cook era, segundo Crookes, uma inocente colegial de quinze anos, fato que não impediu que ela se submetesse durante 3 anos às experiências conduzidas pelo notável sábio. (Obra citada, Quarta Parte, Cap. III – O perispírito durante a desencarnação – Sua composição.)

C. Que diferença existe entre o conceito de fluido dado pela Física e o conceito que o Espiritismo dá a essa palavra?

Em Física, fluidos são os corpos líquidos e gasosos, mas o Espiritismo dá a essa palavra uma significação especial, ou seja, chamamos fluidos aos estados da matéria em que ela é mais rarefeita do que no estado conhecido sob o nome de gás. (Obra citada, Quarta Parte, Cap. III – O perispírito durante a desencarnação – Sua composição.)

Texto para leitura

643. Eis outro ponto a destacar nas experiências de Crookes com respeito às materializações de Katie King: “Uma noite contei as pulsações de Katie: seu pulso batia regularmente 75, enquanto o de Miss Cook, poucos instantes depois, atingia 90, sua cifra habitual. Apoiando o ouvido ao peito de Katie, pude escutar um coração bater no interior e suas pulsações eram ainda mais regulares que as do coração de Miss Cook, quando, depois da sessão, ela me permitiu a mesma experiência. Examinados, do mesmo modo, os pulmões de Katie se mostraram mais sãos que os da médium, porque, no momento, Miss Cook seguia um tratamento médico, em virtude de forte resfriado”.  

644. O dia em que Katie despediu-se do grande sábio foi por ele devidamente registrado: “Quando chegou o momento de Katie dizer-nos adeus, pedi-lhe o favor de ser o último a vê-la. Por isso, depois de chamar cada pessoa da sociedade e dizer-lhe palavras em particular, deu ela instruções gerais sobre nossa direção futura e a proteção que deveria ser dispensada a Miss Cook. Destas instruções, que foram estenografadas, cito a seguinte: Crookes sempre agiu muito bem, e é com a maior confiança que deixo Florence em suas mãos, perfeitamente certa de que ele não abusará da confiança que nele deposito. Em todas as circunstâncias imprevistas, ele poderá fazer melhor do que eu mesma, porque ele tem mais força. Terminadas suas instruções, convidou-me a entrar consigo no gabinete e permitiu-me que aí ficasse até o fim. Depois de fechar a cortina, conversou comigo algum tempo, e atravessou o quarto para ir onde estava Miss Cook, que jazia inanimada no chão. Inclinando-se sobre ela, Katie tocou-a e disse-lhe: – Acorde, Florence, acorde. É preciso, agora, que eu a deixe. Miss Cook despertou e, debulhada em lágrimas, suplicou a Katie que ficasse ainda algum tempo. – Querida, não o posso mais: está cumprida minha missão. Que Deus lhe abençoe. Conversaram durante algum tempo, até que as lágrimas da Srta. Cook a impediram de falar. tendendo às instruções de Katie, atirei-me para segurar Miss Cook que estava prestes a cair e soluçava convulsivamente. Olhei em tomo, mas Katie e sua veste branca haviam desaparecido”.  

645. Com respeito à médium, Crookes escreveu o seguinte: “As sessões quase diárias, com que Miss Cook me favoreceu ultimamente, esgotaram-lhe as forças. Quero que se saiba o muito que lhe devo pela sua boa vontade, durante as experiências. Submetia-se de boa mente a qualquer prova que lhe propunha. Sua palavra é franca e nunca lhe notei a menor aparência do desejo de enganar. Não creio que ela pudesse levar uma fraude ao fim e, se o tentasse, seria logo descoberta, porque tal maneira de proceder é inteiramente estranha à sua natureza. E quanto a pensar que uma inocente colegial de quinze anos fosse capaz de conceber e sustentar, durante 3 anos, com pleno êxito, tão gigantesca impostura, e que durante esse tempo se tivesse submetido a todas as imposições que dela se exigiram, suportado as mais minuciosas pesquisas, deixando ser inspecionada, não importava o momento, antes ou depois das sessões; que tivesse obtido mais êxito, ainda, em minha casa que na de seus pais, sabendo que ela ia ali, expressamente, para se submeter a rigorosos ensaios científicos; imaginar que a Katie King dos três últimos anos é o resultado de uma impostura, faz isto mais violência à razão e ao bom senso do que acreditar que ela é o que afirma ser”. 

646. Comentando tais fatos, Delanne lembra que o Espírito de Katie King materializou-se, não mais em luz duvidosa, mas em pleno brilho da luz elétrica. Seu corpo era tão real e tangível como o de Crookes, visto que se lhe ouvia o bater do coração. Temos, pois, que admitir a possibilidade da materialização temporária dos Espíritos; mas uma condição já se deduz: é preciso um médium. Sempre que observamos casos de aparições, podemos, sem receio, afirmar que há um médium próximo. 

647. Quando interrogamos os Espíritos sobre a natureza do perispírito, eles nos respondem que este é tirado do fluido universal do planeta que habitamos. À primeira vista parece que isto pouca coisa nos adianta, mas, estudando a fundo o assunto, vamos ver que eles estão certos.

648.Os Espíritos entendem por fluido universal uma matéria primitiva, da qual provêm todos os corpos por transformações sucessivas. Para que se justifique esta concepção, é preciso demonstrar: 1º - que a matéria pode existir em estados diferentes, simplificando-se sem cessar até o estado inicial; 2º - que a infinita variedade dos corpos pode ser reconduzida a uma única matéria.

649. Estabelecidas cientificamente estas proposições, a existência do fluido universal não será mais contestável. A primeira pergunta a fazer-se é a seguinte: Há fluidos? É quase impossível duvidar, depois das experiências de Crookes e dos fatos já narrados, mas que se deverá entender por esta expressão? Em física, fluidos são os corpos líquidos e gasosos, mas aqui devemos dar a esta palavra uma significação especial, que é útil bem definir. Chamamos fluidos aos estados da matéria em que ela é mais rarefeita do que no estado conhecido sob o nome de gás. É justificada essa concepção?

650. Para responder, escutemos Faraday. Eis como ele se expressava em 1816: “Se imaginarmos um estado da matéria tão afastado do estado gasoso quanto é este do estado líquido, tendo em conta, bem entendido, o acréscimo de diferença que se produz à medida que o grau da mudança se eleva, poderemos, talvez, desde que nossa imaginação chegue até aí, conceber mais ou menos a matéria radiante; e, assim, como ao passar do estado líquido ao gasoso, a matéria perde grande número de suas qualidades, mais ainda deve perder nesta última transformação”.

651. Essa arrojada concepção foi desenvolvida pelo grande físico nos anos seguintes e pode-se ler, nas suas cartas, compiladas por Bence Jones, este trecho: “Posso assinalar aqui uma progressão notável nas propriedades físicas que acompanham as mudanças de estado; talvez ela baste para levar os espíritos inventivos e ousados a acrescentar o estado radiante aos outros estados da matéria já conhecidos. À medida que nos elevamos do estado sólido ao líquido e deste ao gasoso, vemos diminuir o número e a variedade das propriedades físicas dos corpos; cada estado apresenta menos algumas que o precedente. Quando os sólidos se transformam em líquidos, todas as graduações de rijeza e moleza cessam necessariamente de existir; todas as formas cristalinas ou outras desaparecem. A opacidade ou a cor são substituídas, muitas vezes, por uma transparência incolor e as moléculas adquirem, por assim dizer, uma mobilidade completa. Se considerarmos o estado gasoso, vemos aniquilados grande número de caracteres evidentes dos corpos. As imensas diferenças que existem entre seus pesos desaparecem quase inteiramente. Apagam-se os traços das diferentes cores que tinham. Desde então todos os corpos ficam transparentes e elásticos. Eles não formam mais que um mesmo gênero de substâncias, e as diferenças de rijeza, opacidade, cor, elasticidade e forma, que tornam quase infinito o número dos sólidos e dos líquidos, são desde então substituídas por fracas variações de peso e alguns matizes sem importância. Assim, para os que admitem o estado radiante da matéria, a simplicidade dos problemas que caracterizam esse estado, longe de ser uma dificuldade, é antes um argumento em favor de sua existência. Verificaram até agora um desaparecimento gradual das propriedades da matéria, à medida que esta se eleva na escala das formas, e ficariam surpresos se esse efeito cessasse no estado gasoso. Viram a Natureza fazer os maiores esforços para simplificar-se em cada mudança de estado e pensam que, na passagem do estado gasoso ao radiante, esse esforço deve ser mais considerável”.

652. O que era hipótese para Faraday é certeza para nós. Crookes, demonstrando a existência da matéria radiante, pôs fora de dúvida a existência dos fluidos. Os corpos, com efeito, não mudam bruscamente de estado, não passam instantaneamente do sólido para o líquido; a maior parte ocupa uma posição intermediária, chamada estado pastoso. Da mesma maneira, os líquidos não se transformam em gás, sem que seja possível apreciar as gradações que separam esses dois estados. Os vapores são disso um exemplo. Mas a diferença entre líquidos e gases é ainda diminuída pelas experiências feitas por Charles Andrew, que mostrou que, em certos corpos, há mistura de estado líquido e gasoso, de maneira a não se poder distinguir se o corpo pertence a um ou ao outro estado. A lei de analogia nos leva, pois, a admitir que entre os gases e o estado radiante existe matéria em diferentes estados de rarefação, desde os mais grosseiros, que se aproximam dos gases, aos mais puros que estão no estado radiante.

653. Se mostrarmos que as propriedades químicas seguem a mesma ordem de progressão decrescente, à medida que se sobe na escala das famílias químicas, dizendo de outro modo, se fizermos ver que pode-se supor que não existe senão uma só matéria, da qual derivam todos os corpos que conhecemos, por transformações sucessivas, estaremos bem perto de tocar o fluido universal de que nos falam os Espíritos.  

654. Vejamos se a unidade de matéria é uma ideia aceitável. O sábio químico Wurtz escreveu na Teoria Atômica: “A ideia da unidade de matéria é renovada, proveniente de Descartes, porquanto é uma verdade que, quando se trata do eterno e insolúvel problema da matéria, o espírito humano parece girar dentro de um círculo, perpetuando-se as mesmas ideias através dos tempos e apresentando-se sob formas rejuvenescidas às inteligências de elite que têm procurado sondar este problema”.

655. Muitos sábios modernos foram levados, por suas pesquisas, à conclusão de que se deve admitir a unidade da matéria. Examinando, com efeito, as relações que existem entre as diferentes famílias químicas dos corpos, seremos obrigados a aplicar-lhes, por analogia, as mesmas leis transformistas das famílias naturais dos animais. É que temos, em nossa época, uma invencível tendência para a síntese e para a simplificação. Tanto quanto os antigos multiplicavam as causas, nós temos hoje o cuidado de eliminá-las. Mas não basta supor, é preciso ter provas.

656. Uma das mais fortes que se podem fornecer é a que se chama, em química, estados alotrópicos. Certas substâncias podem ter propriedades inteiramente diferentes, sem mudar de natureza, quimicamente falando. Assim, o fósforo pode apresentar aspecto vermelho, branco ou preto, conforme a maneira de prepará-lo. O que há de mais notável é que o fósforo vermelho e o fósforo ordinário apresentam tais diferenças que seríamos tentados a considerá-los distintos; analisados, entretanto, pelos mais precisos métodos, não apresentam diferença alguma: são sempre fósforo. A transformação se opera expondo-se no vazio barométrico o fósforo branco à ação dos raios do Sol; cremos que nenhum caso melhor demonstraria que as propriedades dos corpos são devidas apenas ao arranjo dos átomos que os estruturam. O ozônio é também uma modificação alotrópica do oxigênio. O carbono mostra tão múltiplos aspectos, propriedades tão diferentes nos alotrópicos que forma, que só é reconhecido pela sua infusibilidade e pela propriedade de produzir ácido carbônico, queimando no oxigênio. Ele se apresenta, a princípio, cristalizado, é o diamante; depois sob a forma de grafite, antracite, coque, pó de sapato, carvão... Todos esses corpos têm composição idêntica, mas apresentam propriedades diferentes, segundo o modo de reunião de seus átomos. Somos, pois, induzidos a crer que só existe uma única matéria, revestindo, entretanto, aspectos diferentes. Eis uma observação que demonstra estarmos com a verdade.

657. Tratando da análise espectral, Zoborowski refere as seguintes experiências: Com o fim de determinar as temperaturas das diversas partes do Sol, tomaram-se fotografias dos espectros dessas diferentes partes. Cada corpo em combustão assinala, como se sabe, sua presença, na luz decomposta em seus elementos ou espectral, por raias particulares. Demonstrou-se que “o alargamento das raias da platina é correlativo à elevação da temperatura”. Foi, assim, possível tirarem-se, com proveito, fotografias dos espectros de grande número de estrelas. E, de conformidade com a hipótese de Laplace, verificou-se que esses astros estão em diferentes estados de condensação. As estrelas brancas, mais ardentes, contêm hidrogênio em abundância e em alta pressão; as estrelas brilhantes se aproximam da constituição do nosso Sol; as estrelas avermelhadas são muito menos quentes. Apagando-se, passam ao estado dos planetas obscuros. Nasceram das nebulosas. É pelo menos a grande hipótese clássica desde Laplace. Essa hipótese, porém, só será verificável porque a fotografia, permitindo que se apanhem e conservem as imagens das nebulosas em diversas épocas, através dos séculos, dar-nos-á os meios de seguir as transformações destas matérias cósmicas, espécie de protoplasma que gera os mundos.

658. Com um fim um pouco diferente, Lockyer (1879) e Huggins (1882) fotografaram os espectros de uma série de nebulosas, das mais densas às mais rarefeitas; chegaram a reconhecer que o número dos corpos simples diminui à medida que se passa das primeiras às segundas. Os espectros fotográficos dos mais rarefeitos só revelam hidrogênio e fósforo. É verdadeiramente a confirmação das vistas expostas mais acima sobre a unidade da matéria. A correlação assinalada por Faraday, entre o estado cada vez mais rarefeito da matéria e a perda conexa das principais propriedades que a caracterizavam, dá-nos o direito de dizer que existe um estado radiante da matéria que forma o fluido universal. É desse meio que é tirado o perispírito. (Continua no próximo número.)


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita