Luz para todos
Estariam os princípios espíritas endereçados à segregação para uso exclusivo daqueles irmãos que carregam provas visíveis no plano material?
Encontramos, com frequência, na Terra quem suponha deva ser a Nova Revelação limitada ao trabalho em favor dos que sofrem a penúria do corpo, sob pena de perder a própria simplicidade.
Entretanto, a fulguração solar será menos luz quando clareia o recôncavo de um vale e o topo de um arranha-céu ao mesmo tempo? E, acaso, a fonte se diminuirá em grandeza por deixar-se canalizar em serviço à cidade grande, após haver saciado a sede aos lares do campo?
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Decerto, a mensagem da Vida Maior tem significação mais imediata em auxílio a quantos se vejam no mundo em dificuldades abertas, seja no chão das exigências primárias da natureza ou na sombra das grandes tribulações em que a inconformidade os compele a se tornarem francamente infelizes. Imperioso, porém, pensar naqueles outros companheiros da humanidade que a vida situou em outros setores.
Não é a face externa da criatura que lhe determina o grau da necessidade espiritual.
Dói-nos ver as mãos que se nos estendem nas ruas, à cata de pão; no entanto, será justo, igualmente, compreender os obstáculos daqueles que se esfalfam em serviço para que haja pão, tanto quanto possível, à mesa de todos.
Aflige-nos registrar os empeços do amigo em profissão singela, cujo salário não lhe satisfaz a todos os requisitos da vida simples, mas não nos será lícito esquecer os óbices daqueles que se atormentam na orientação da oficina para que o trabalho não se perturbe ou escasseie.
Magoa-nos surpreender irmãos diversos, acomodados nos palheiros humildes que lhes servem de residência; contudo, não podemos desconhecer os impedimentos daqueles outros que encanecem nas administrações, construindo caminhos ao progresso e traçando horizontes ao reconforto geral.
Sensibiliza-nos o martírio das mães que vagueiam nas vias públicas à busca de socorro para filhinhos padecentes; entretanto, seria injusto desconsiderar o sofrimento daquelas outras que se aniquilam, pouco a pouco, dentro de casa, em posição de incessante sacrifício, para sustentarem os descendentes, de modo a que a dignidade humana possa honrosamente sobreviver.
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Reflitamos no conjunto dos problemas humanos e a ninguém deserdemos da verdade e do amor, de vez que em qualquer situação pertencemos todos a Deus e, segundo as nossas necessidades, é natural que Deus nos atenda a cada um.
Do cap. 1 do livro Na Era do Espírito, de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos.
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