Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
10)
Continuamos a apresentar
o
estudo do livro
Grilhões Partidos,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada
inicialmente no
ano de 1974.
Questões preliminares
A. A subjugação corporal
pode levar o obsidiado à
esquizofrenia?
Sim. Em “O Livro dos
Médiuns”, cap. XXIII,
item 254, os Espíritos
ensinam que a subjugação
corporal pode ter como
consequência uma espécie
de loucura, cuja causa o
mundo desconhece e que
não tem relação alguma
com a loucura ordinária.
Bezerra de Menezes
elucidou que aquele era
o caso de Ester. Se o
socorro divino não a
alcançasse
imediatamente, a
subjugação espiritual a
conduziria “a uma
situação esquizofrênica
com possibilidades
irreversíveis”.
(Grilhões Partidos, cap.
13, pp. 115 e 116.)
B. Por que, no caso
Ester, a contribuição do
seu pai era
indispensável?
O motivo era que Ester
resgatava naquele
momento faltas cometidas
no passado, quando,
acumpliciada com o atual
genitor, resvalou pela
desídia e o crime. Seu
obsessor não tinha com a
jovem qualquer
vinculação direta. Ele
assim procedia para
desforçar-se do pai, a
quem supunha odiar. Como
ela se encontrava
comprometida, sofria,
fazendo o pai sofrer,
enquanto se liberava,
por esse processo, dos
erros cometidos em
companhia do genitor. O
Espírito a subjugava por
encontrar nela
predisposições cármicas
que facilitavam o
conúbio. Sendo médium, a
jovem facultava ao
infeliz irmão a
obsessão, através de
compreensível afinidade
fluídica com que se
imantavam
reciprocamente. As
tramas do passado eram
as responsáveis por
isso.
(Obra citada, cap.13,
pp. 117 a 120.)
C. Qual foi o passo
inicial para o
tratamento e libertação
de Ester?
O culto do Evangelho no
Lar foi o primeiro passo
do tratamento que então
se iniciava.
(Obra citada, cap. 14,
pp. 121 e 123.)
D. Que é que os
instrutores espirituais
falam a respeito do
egoísmo e suas
consequências?
Aberto o Evangelho ao
chamado acaso, a lição
escolhida foram as
páginas de Emmanuel e
Pascal, no capítulo XI,
sobre o egoísmo. Feita
a leitura, o Cel.
Epaminondas teceu várias
considerações mostrando
que o egoísmo é a causa
matriz de incontáveis
desastres morais e
sofrimentos que irrompem
por toda parte. As
paisagens espirituais da
Terra seriam diferentes
se os homens
compreendessem a própria
fraqueza e suas
limitações, procurando
ajudar-se uns aos
outros. Mencionou então
o erro dos pais que,
desde cedo, pensando no
triunfo dos filhos, os
envenenam com os tóxicos
da egolatria, esquecidos
de os preparar
convenientemente para a
vida. Referiu-se depois
às implicações do
egoísmo, que prosseguem
no além-túmulo, gerando
obsessões de longo
curso, porque muitos
Espíritos se sentem
usurpados em direitos
que, verdadeiramente,
não lhes pertencem,
dizendo-se traídos e
transferindo para os
outros responsabilidades
que lhes competia
desenvolver e não
souberam ou não quiseram
assumir.
(Obra citada, cap.14,
pp. 124 e 125.)
Texto para leitura
65. Subjugação
corporal - Em “O
Livro dos Médiuns”,
cap.XXIII, item 254, os
Espíritos ensinam que a
subjugação corporal pode
ter como consequência
uma espécie de loucura,
cuja causa o mundo
desconhece e que não tem
relação alguma com a
loucura ordinária.
Bezerra de Menezes
elucidou que aquele era
o caso de Ester. Se o
socorro divino não a
alcançasse
imediatamente, a
subjugação espiritual a
conduziria “a uma
situação esquizofrênica
com possibilidades
irreversíveis”. Nos
demais casos, a obsessão
era consequência. Ali,
era causa, sendo o
distúrbio psíquico
apenas o efeito da
obsessão. O Benfeitor
Espiritual aludiu às
orações intercessórias
que se conjugavam a
beneficio da enferma,
explicando que a
misericórdia do Pai está
sempre ao alcance de
todos quantos o buscam
através da prece .
“Registros especiais –
disse Bezerra – captam a
rogativa da Terra e as
transformam em respostas
de socorro celeste”, e
nenhum apelo ao Senhor
jaz sem resposta. O
mecanismo é fácil de
entender. Quem se
compraz na revolta com
as mentes carregadas de
ira, que se conjugam em
comércio de longa
duração. Quem vibra
esperança e amor
sincroniza com as forças
emissoras da paz e da
harmonia, estabelecendo
ligações que favorecem o
otimismo e a saúde. É
por isso que criaturas
aparentemente frágeis
vivem sob cargas de
penosas agonias, sem
desfalecerem, enquanto
outras resistem a
situações alucinantes...
Elas haurem, através da
prece, a vitalidade que
as sustenta e mantém,
ampliando, com o
recolhimento e a
meditação, os processos
de captação pelas
antenas psíquicas com
que recebem as respostas
divinas, jamais
atrasadas. (Cap. 13, pp.
115 e 116.)
66. O efeito da
prece intercessória
- Bezerra de Menezes
explicou que a prece
intercessória não só
alcança aquele a quem se
destina, mas beneficia
também aquele que a
realiza. Ester resgatava
no momento faltas
cometidas no passado,
quando, acumpliciada com
o atual genitor,
resvalou pela desídia e
o crime. Com os créditos
daqueles que intercedem
por ela,
modificam-se-lhe os
mapas provacionais,
produzindo recursos
socorristas que lhe
facultarão os
ressarcimentos por
outros meios que não as
coerções do sofrimento.
A Lei de Deus pede
justiça, não suplícios.
Quem se recusa a
produzir no bem,
reflexiona ao império da
dor. Repelindo o
trabalho que gera a paz,
sofre a ação do
sofrimento que programa
as circunstâncias do
reequilíbrio para a
redenção. O Mentor
esclareceu ainda que o
seu obsessor não tinha
com Ester qualquer
vinculação direta. Ele
assim procedia, para
desforçar-se do pai, a
quem supunha odiar. Como
ela se encontrava
comprometida, sofria,
fazendo o pai sofrer,
enquanto se liberava,
por esse processo, dos
erros cometidos em
companhia do genitor. O
Espírito a subjugava por
encontrar nela
predisposições cármicas
que facilitavam o
conúbio. Sendo médium, a
jovem facultava ao
infeliz irmão a
obsessão, através de
compreensível afinidade
fluídica com que se
imantavam
reciprocamente. A
atuação do Espírito era
continua. Ele procurava
ofendê-la proferindo
expressões chocantes e
golpeando-a sem cessar
com os punhos cerrados.
(Cap. 13, pp. 117 e
118.)
67. Um mergulho no
passado -
Bezerra de Menezes
informou que não lhes
competia, no momento,
desligar o perseguidor
de Ester. “Para tal se
fará necessária a
contribuição do
sacrifício do genitor de
Ester, a fim de
esclarecer devidamente o
adversário”, elucidou o
benfeitor Espiritual. O
propósito ali era,
inicialmente, atenuar as
recordações desordenadas
que lhe vinham à mente
no transe da subjugação,
porque, nos poucos
momentos em que se
libertava de seu
verdugo, ela era
possuída de doridas
lembranças que a
perturbavam muito. As
tramas do passado eram
as responsáveis por tal
confusão. Manoel
Philomeno, aguçando
então a sua percepção,
viu nos clichês mentais
arquivados na memória
anterior, no centro
coronário, uma cena
reveladora. Em certa
noite do passado, uma
jovem de porte elegante,
em sala sombria de rica
vivenda, confabulava com
um sacerdote de face
macilenta e severa,
maneiroso e astuto. Os
dois tramam algo...
Sedutora e ambiciosa, a
jovem diz ao sacerdote
que somente após
conseguir a posse de
certos bens concordaria
em continuar o romance
ilícito que mantinham.
Pouco depois, as cenas
se sucederam,
ressurgindo a jovem com
a aparência de meia
idade, atormentada por
Espíritos muito
infelizes que a
vituperavam. O religioso
agora ostentava as
vestes de Monsenhor, a
que fora promovido, mas
sua paixão pela mulher
persistia. “Aí estão as
matrizes de seu estado
atual”, esclareceu
Bezerra. De fato, os
acontecimentos se
aclaravam à luz das
vidas sucessivas.
(Cap.13, pp. 119 e
120.)
68. O Culto do
Evangelho na casa do
Coronel - Em seu
livro “A Gênese”, cap.
XIV, item 46, Kardec diz
que o esforço do
obsidiado em se melhorar
basta, as mais das
vezes, para livrá-lo do
obsessor, sem o socorro
de terceiros. Contudo,
quando a obsessão
degenera em subjugação e
em possessão é
necessário esse socorro,
porque nesse caso o
paciente não raro perde
a vontade e o
livre-arbítrio. No caso
de Ester, o socorro dos
amigos do Coronel não se
fez esperar. Seu amigo
Coronel Epaminondas
Sobreira insistiu e ele
concordou em abrir a
mente ao estudo
sistemático do
Espiritismo, inaugurando
o culto do Evangelho no
Lar, como passo inicial
para novos cometimentos.
No dia aprazado,
chegaram à casa de
Constâncio os Sobreiras,
acompanhados do
Tenente-Coronel Joel, do
casal Gilvan de
Albuquerque e de
Rosângela, a jovem
auxiliar de enfermagem
no Sanatório da Praia
Vermelha. Quando o
Coronel viu Rosângela,
foi grande a sua
surpresa, e ele lhe
disse: “Hoje o Senhor
penetra realmente no meu
lar, porquanto me
confere o ensejo de
desculpar-me com a
senhorita pela
indelicadeza e
incivilidade com que a
tratei noutra
oportunidade aqui
mesmo...” Sua voz
traía-lhe a emoção.
Rosângela deixou-o à
vontade, dizendo que era
ela quem deveria rogar
perdão pela forma
desajeitada como agiu. O
ambiente seguia bastante
fraterno. A palestra era
cordial e franca e, às
20h, o Cel. Sobreira
solicitou ao anfitrião
permissão para dar
início ao labor a que se
propunha. Joel fez a
prece inicial e começou
assim o primeiro Culto
Cristão no Lar na
residência da jovem
Ester. (Cap. 14, pp. 121
e 123.)
69. As implicações
do egoísmo -
Aberto o Evangelho ao
chamado acaso, a lição
escolhida foram as
páginas de Emmanuel e
Pascal, no capítulo XI,
sobre o egoísmo. Feita
a leitura, o Cel.
Epaminondas teceu várias
considerações mostrando
que o egoísmo é a causa
matriz de incontáveis
desastres morais e
sofrimentos que irrompem
por toda parte. As
paisagens espirituais da
Terra seriam diferentes
se os homens
compreendessem a própria
fraqueza e suas
limitações, procurando
ajudar-se uns aos
outros. Mencionou então
o erro dos pais que,
desde cedo, pensando no
triunfo dos filhos, os
envenenam com os tóxicos
da egolatria, esquecidos
de os preparar
convenientemente para a
vida. Referiu-se depois
às implicações do
egoísmo, que prosseguem
no além-túmulo, gerando
obsessões de longo
curso, porque muitos
Espíritos se sentem
usurpados em direitos
que, verdadeiramente,
não lhes pertencem,
dizendo-se traídos e
transferindo para os
outros responsabilidades
que lhes competia
desenvolver e não
souberam ou não quiseram
assumir. (Cap.14, pp.
124 e 125.)(Continua no próximo
número.)