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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 235 - 13 de Novembro de 2011

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Grilhões Partidos

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 10)

Continuamos a apresentar o estudo do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada inicialmente no ano de 1974.

Questões preliminares

A. A subjugação corporal pode levar o obsidiado à esquizofrenia?

Sim. Em “O Livro dos Médiuns”, cap. XXIII, item 254, os Espíritos ensinam que a subjugação corporal pode ter como consequência uma espécie de loucura, cuja causa o mundo desconhece e que não tem relação alguma com a loucura ordinária. Bezerra de Menezes elucidou que aquele era o caso de Ester. Se o socorro divino não a alcançasse imediatamente, a subjugação espiritual a conduziria “a uma situação esquizofrênica com possibilidades irreversíveis”. (Grilhões Partidos, cap. 13, pp. 115 e 116.)

B. Por que, no caso Ester, a contribuição do seu pai era indispensável?

O motivo era que Ester resgatava naquele momento faltas cometidas no passado, quando, acumpliciada com o atual genitor, resvalou pela desídia e o crime. Seu obsessor não tinha com a jovem qualquer vinculação direta. Ele assim procedia para desforçar-se do pai, a quem supunha odiar. Como ela se encontrava comprometida, sofria, fazendo o pai sofrer, enquanto se liberava, por esse processo, dos erros cometidos em companhia do genitor. O Espírito a subjugava por encontrar nela predisposições cármicas que facilitavam o conúbio. Sendo médium, a jovem facultava ao infeliz irmão a obsessão, através de compreensível afinidade fluídica com que se imantavam reciprocamente. As tramas do passado eram as responsáveis por isso. (Obra citada, cap.13, pp. 117 a 120.)

C. Qual foi o passo inicial para o tratamento e libertação de Ester?

O culto do Evangelho no Lar foi o primeiro passo do tratamento que então se iniciava. (Obra citada, cap. 14, pp. 121 e 123.)

D. Que é que os instrutores espirituais falam a respeito do egoísmo e suas consequências?

Aberto o Evangelho ao chamado acaso, a lição escolhida foram as páginas de Emmanuel e Pascal, no capítulo XI, sobre o egoísmo.  Feita a leitura, o Cel. Epaminondas teceu várias considerações mostrando que o egoísmo é a causa matriz de incontáveis desastres morais e sofrimentos que irrompem por toda parte. As paisagens espirituais da Terra seriam diferentes se os homens compreendessem a própria fraqueza e suas limitações, procurando ajudar-se uns aos outros. Mencionou então o erro dos pais que, desde cedo, pensando no triunfo dos filhos, os envenenam com os tóxicos da egolatria, esquecidos de os preparar convenientemente para a vida. Referiu-se depois às implicações do egoísmo, que prosseguem no além-túmulo, gerando obsessões de longo curso, porque muitos Espíritos se sentem usurpados em direitos que, verdadeiramente, não lhes pertencem, dizendo-se traídos e transferindo para os outros responsabilidades que lhes competia desenvolver e não souberam ou não quiseram assumir. (Obra citada, cap.14, pp. 124 e 125.) 

Texto para leitura 

65. Subjugação corporal - Em “O Livro dos Médiuns”, cap.XXIII, item 254, os Espíritos ensinam que a subjugação corporal pode ter como consequência uma espécie de loucura, cuja causa o mundo desconhece e que não tem relação alguma com a loucura ordinária. Bezerra de Menezes elucidou que aquele era o caso de Ester. Se o socorro divino não a alcançasse imediatamente, a subjugação espiritual a conduziria  “a uma situação esquizofrênica  com possibilidades irreversíveis”. Nos demais casos, a obsessão era consequência. Ali, era causa, sendo o distúrbio psíquico apenas o efeito da obsessão. O Benfeitor Espiritual aludiu às orações intercessórias que se conjugavam a beneficio da enferma, explicando que a misericórdia do Pai está sempre ao alcance de todos quantos o buscam através da prece . “Registros especiais – disse Bezerra – captam a rogativa da Terra e as transformam em respostas de socorro celeste”, e nenhum apelo ao Senhor jaz sem resposta. O mecanismo é fácil de entender. Quem se compraz na revolta com as mentes carregadas de ira, que se conjugam em comércio de longa duração. Quem vibra esperança e amor sincroniza com as forças emissoras da paz e da harmonia, estabelecendo ligações que favorecem o otimismo e a saúde. É por isso que criaturas aparentemente frágeis vivem sob cargas de penosas agonias, sem desfalecerem, enquanto outras resistem a situações alucinantes... Elas haurem, através da prece, a vitalidade que as sustenta e mantém, ampliando, com o recolhimento e a meditação, os processos de captação pelas antenas psíquicas com que recebem as respostas divinas, jamais atrasadas. (Cap. 13, pp. 115 e 116.) 

66. O efeito da prece intercessória - Bezerra de Menezes explicou que a  prece intercessória não só alcança aquele a quem se destina, mas beneficia também aquele que a realiza. Ester resgatava no momento faltas cometidas no passado, quando, acumpliciada com o atual genitor, resvalou pela desídia e o crime. Com os créditos daqueles que intercedem por ela, modificam-se-lhe os mapas provacionais, produzindo recursos socorristas que lhe facultarão os ressarcimentos por outros meios que não as coerções do sofrimento. A Lei de Deus pede justiça, não suplícios. Quem se recusa a produzir no bem, reflexiona ao império da dor. Repelindo o trabalho que gera a paz, sofre a ação do sofrimento que programa as circunstâncias do reequilíbrio para a redenção. O Mentor esclareceu ainda que o seu obsessor não tinha com Ester qualquer vinculação direta. Ele assim procedia, para desforçar-se do pai, a quem supunha odiar. Como ela se encontrava comprometida, sofria, fazendo o pai sofrer, enquanto se liberava, por esse processo, dos erros cometidos em companhia do genitor. O Espírito a subjugava por encontrar nela predisposições cármicas que facilitavam o conúbio. Sendo médium, a jovem facultava ao infeliz irmão a obsessão, através de compreensível afinidade fluídica com que se imantavam reciprocamente. A atuação do Espírito era continua. Ele procurava ofendê-la proferindo expressões chocantes e golpeando-a sem cessar com os punhos cerrados. (Cap. 13, pp. 117 e 118.)

67. Um mergulho no passado - Bezerra de Menezes informou que não lhes competia, no momento, desligar o perseguidor de Ester. “Para tal se fará necessária a contribuição do sacrifício do genitor de Ester, a fim de esclarecer devidamente o adversário”, elucidou o benfeitor Espiritual. O propósito  ali era, inicialmente, atenuar as recordações desordenadas que lhe vinham à mente no transe da subjugação, porque, nos poucos momentos em que se libertava de seu verdugo, ela era possuída de doridas lembranças que a perturbavam muito. As tramas do passado eram as responsáveis por tal confusão. Manoel Philomeno, aguçando então a sua percepção, viu nos clichês mentais arquivados na memória anterior, no centro coronário, uma cena reveladora. Em certa noite do passado, uma jovem de porte elegante, em sala sombria de rica vivenda, confabulava com um sacerdote de face macilenta e severa, maneiroso e astuto. Os dois tramam algo... Sedutora e ambiciosa, a jovem diz ao sacerdote que somente após conseguir a posse de certos bens concordaria em continuar o romance ilícito que mantinham. Pouco depois, as cenas se sucederam, ressurgindo a jovem com a aparência de meia idade, atormentada por Espíritos muito infelizes que a vituperavam. O religioso agora ostentava as vestes de Monsenhor, a que fora promovido, mas sua paixão pela mulher persistia. “Aí estão as matrizes de seu estado atual”, esclareceu Bezerra. De fato, os acontecimentos se aclaravam à luz das vidas sucessivas. (Cap.13, pp. 119 e 120.) 

68. O Culto do Evangelho na casa do Coronel - Em seu livro “A Gênese”, cap. XIV, item 46, Kardec diz que o esforço do obsidiado em se melhorar basta, as mais das vezes, para livrá-lo do obsessor, sem o socorro de terceiros. Contudo, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão é necessário esse socorro, porque nesse caso o paciente não raro perde a vontade e o livre-arbítrio. No caso de Ester, o socorro dos amigos do Coronel não se fez esperar. Seu amigo Coronel Epaminondas Sobreira insistiu e ele concordou em abrir a mente ao estudo sistemático do Espiritismo, inaugurando o culto do Evangelho no Lar, como passo inicial para novos cometimentos. No dia aprazado, chegaram à casa de Constâncio os Sobreiras, acompanhados do Tenente-Coronel Joel, do casal Gilvan de Albuquerque e de Rosângela, a jovem auxiliar de enfermagem no Sanatório da Praia Vermelha. Quando o Coronel viu Rosângela, foi grande a sua surpresa, e ele lhe disse: “Hoje o Senhor penetra realmente no meu lar, porquanto me confere  o ensejo de desculpar-me com a senhorita pela indelicadeza e incivilidade com que a tratei noutra oportunidade aqui mesmo...” Sua voz traía-lhe a emoção. Rosângela deixou-o à vontade, dizendo que era ela quem deveria rogar perdão pela forma desajeitada como agiu. O ambiente seguia bastante fraterno. A palestra era cordial e franca e, às 20h, o Cel. Sobreira solicitou ao anfitrião permissão para dar início ao labor a que se propunha. Joel fez a prece inicial e começou assim o primeiro Culto Cristão no Lar na residência da jovem Ester. (Cap. 14, pp. 121 e 123.) 

69. As implicações do egoísmo - Aberto o Evangelho ao chamado acaso, a lição escolhida foram as páginas de Emmanuel e Pascal, no capítulo XI, sobre o egoísmo.  Feita a leitura, o Cel. Epaminondas teceu várias considerações mostrando que o egoísmo é a causa matriz de incontáveis desastres morais e sofrimentos que irrompem por toda parte. As paisagens espirituais da Terra seriam diferentes se os homens compreendessem a própria fraqueza e suas limitações, procurando ajudar-se uns aos outros. Mencionou então o erro dos pais que, desde cedo, pensando no triunfo dos filhos, os envenenam com os tóxicos da egolatria, esquecidos de os preparar convenientemente para a vida. Referiu-se depois às implicações do egoísmo, que prosseguem no além-túmulo, gerando obsessões de longo curso, porque muitos Espíritos se sentem usurpados em direitos que, verdadeiramente, não lhes pertencem, dizendo-se traídos e transferindo para os outros responsabilidades que lhes competia desenvolver e não souberam ou não quiseram assumir. (Cap.14, pp. 124 e 125.)(Continua no próximo número.)


 


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